Adjunto adnominal e adverbial

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    window.sg_perf && performance.mark('img:visible'); Carla Muniz Professora licenciada em Letras

    Apesar de ambos serem classificados como termos acessórios da oração, a diferença entre o adjunto adnominal e o adjunto adverbial está em suas respectivas funções:

    • Adjunto adnominal: caracteriza um substantivo.
    • Adjunto adverbial: expressa uma circunstância.

    O que é adjunto adnominal?

    O adjunto adnominal é um termo acessório da oração, ou seja, ajuda a compreender a mensagem de uma frase, mas é dispensável. Ele determina, caracteriza, restringe e explica um substantivo, e pode ser representado pelas seguintes categorias gramaticais:

    • Artigo.
    • Adjetivo.
    • Locução.
    • Numeral.
    • Pronome.

    No entanto, independentemente de sua categoria gramatical, um adjunto adnominal sempre desempenha uma função adjetiva.

    Exemplo: Gosto de música clássica.

    No exemplo acima, a palavra “clássica” (adjetivo) tem função de adjunto adnominal pois caracteriza o substantivo “música”.

    O que é adjunto adverbial?

    Assim como o adjunto adnominal, o adjunto adverbial é um termo acessório da oração, ou seja, seu uso não é indispensável para a compreensão da mensagem de uma frase. Ele modifica verbos, adjetivos e advérbios através da indicação de uma circunstância que pode expressar:

    • Afirmação.
    • Assunto.
    • Causa.
    • Companhia.
    • Concessão.
    • Condição.
    • Conformidade.
    • Direção.
    • Dúvida.
    • Exclusão.
    • Finalidade.
    • Frequência.
    • Instrumento.
    • Intensidade.
    • Lugar.
    • Matéria.
    • Meio.
    • Modo.
    • Negação.
    • Tempo.

    Exemplo: Faço curso de inglês junto com meu irmão.

    “Junto com” é adjunto adverbial de companhia.

    Na tabela abaixo você encontra as principais características de um adjunto adverbial e de um adjunto adnominal.

    Adjunto adnominal Adjunto adverbial
    • Tem impacto direto em substantivos (concretos ou abstratos).
    • Tem a função de caracterizar, determinar, explicar, modificar ou restringir.
    • Ocorre sob a forma de artigo, adjetivo, numeral, pronome ou locução adjetiva.
    • Regra geral, não é acompanhado por preposição.
    • É um termo acessório da oração, logo, é dispensável.
    • Tem função de agente; executa a ação.
    • Tem impacto direto em verbos, adjetivos ou advérbios.
    • Tem a função de modificar através da indicação de uma circunstância (tempo, modo, etc.)
    • Ocorre sob a forma de advérbio, locução adverbial ou oração subordinada adverbial.
    • É um termo acessório da oração, logo, é dispensável.

    Observe os exemplos explicativos abaixo e compreenda a classificação das palavras destacadas.

    1. João é um menino alegre.

    A palavra “alegre” é um adjunto adnominal, pois está caracterizando; explicando o substantivo “menino”.

    Um adjunto adverbial, por sua vez, tem a função de modificar verbos, adjetivos e advérbios; ele não exerce qualquer alteração em substantivos.

    2. Minha professora chegou.

    A palavra “minha” está restringindo o substantivo “professora”. Não se trata de uma professora qualquer, mas sim de uma específica: a “minha”.

    Essa “especificação” exercida pelo pronome possessivo “minha” é uma característica dos adjuntos adnominais.

    3. Paula trabalha muito.

    A palavra “muito” está modificando o sentido do verbo “trabalhar” através de uma circunstância. Ao lermos a frase, podemos compreender que Paula não só trabalha, mas trabalha muito.

    Assim, “muito” é adjunto adverbial de modo.

    4. Eu estudo de manhã.

    No exemplo acima, a locução adverbial “de manhã” está modificando o verbo “estudar” através da seguinte circunstância: tempo. Assim, ela é classificada como “adjunto adverbial”.

    5. Eu bebo refrigerante diariamente.

    Repare que apesar de a palavra “diariamente” estar perto do substantivo "refrigerante", ela não pode ser classificada como adjunto adnominal. Isso ocorre porque, na verdade, ela se refere ao verbo “beber”.

    Assim, é classificada como adjunto adverbial de frequência, pois indica a periodicidade na qual o sujeito da frase bebe refrigerante.

    6. A professora era muito carinhosa com os alunos.

    O artigo “a” da frase acima determina o sentido da palavra “professora”. Assim, ele é classificado como adjunto adnominal.

    Observe que não se trata de uma professora qualquer, mas sim de uma professora específica.

    Restringir, determinar, especificar sentidos é uma das características dos adjuntos adnominais.

    7. Fui o primeiro a chegar.

    A palavra destacada é um numeral adjetivo que está desempenhando a função de adjunto adnominal.

    Observe que ele caracteriza o sujeito "eu".

    8. Estou passando mal porque comi demais.

    Na frase acima, podemos observar que "porque" está indicando uma circunstância relativa a "passar mal"; está informando a causa; o motivo.

    Assim sendo, palavra em destaque é um adjunto adverbial de causa.

    9. Chegamos cedo, conforme o combinado.

    A palavra destacada indica conformidade, ou seja, houve algo previamente combinado e que foi cumprido.

    Por esse motivo, ela é classificada como adjunto adverbial de conformidade.

    10. Perto da minha casa só há praia de rio.

    "De rio" está descrevendo o substantivo "praia", ou seja, está atribuindo a ele uma característica.

    O adjunto que modifica substantivos é o adjunto adnominal. Os adjuntos adverbiais apenas modificam verbos, adjetivos e advérbios.

    Exercícios sobre adjunto adnominal e adverbial

    1. (Unimep-SP) – Em: “… as empregadas das casas saem apressadas, de latas e garrafas na mão, para a pequena fila de leite”, os termos destacados são, respectivamente:

    a) Adjunto adverbial de modo e adjunto adverbial de matéria. b) Predicativo do sujeito e adjunto adnominal c) Adjunto adnominal e complemento nominal d) Adjunto adverbial de modo e adjunto adnominal e) Predicativo do objeto e complemento nominal

    Ver Resposta

    Alternativa correta: d) Adjunto adverbial de modo e adjunto adnominal

    a) ERRADA. A primeira classificação (adjunto adverbial de modo) está correta, mas os termos "de leite" não constituem um adjunto adverbial de matéria, pois a palavra "leite" não está sendo utilizada para indicar de que algo foi feito. "Fila de leite" indica que existe um fila para buscar o leite, e não que existe uma fila feita de leite.

    b) ERRADA. O predicativo do sujeito atribui uma qualidade ao sujeito. No entanto, a palavra "apressadas" indica o modo como as empregadas das casas saem. Assim, a classificação correta seria a de adjunto adverbial de modo. "De leite" está classificado corretamente como adjunto adnominal.

    c) ERRADA. O adjunto adnominal caracteriza um substantivo. Na frase, a palavra "apressadas" indica o modo como as empregadas das casas saem. Assim, constitui um adjunto adverbial de modo. Um adjunto adnominal, por sua vez, caracteriza um substantivo. No que diz respeito aos termos "de leite", eles são classificados como adjunto adnominal, pois caracterizam o substantivo "fila". Um complemento nominal, por sua vez, é um termo integrante da oração, ou seja, é indispensável para que uma frase seja compreendida. Isso descarta a possibilidade de "de leite" ser classificado como complemento nominal, pois a frase “… as empregadas das casas saem apressadas, de latas e garrafas na mão, para a pequena fila” continua compreensível.

    d) CORRETA. Um adjunto adverbial expressa uma circunstância. Na frase, a palavra "apressadas" indica a circunstância; o modo como as empregadas das casas saem. Assim, é classificada como adjunto adverbial de modo. A classificação de adjunto adnominal para os termos "de leite" está correta, pois eles estão caracterizando o substantivo "fila". Não se trata de uma fila qualquer, mas sim da fila de leite (poderia ser, por exemplo, a fila de pão, de pipoca, etc.)

    e) ERRADA. O predicativo do objeto tem como função caracterizar o objeto de uma frase. A palavra "apressadas" está expressando uma circunstância: o modo como as empregadas das casas saem e, por isso, constitui um adjunto adverbial de modo. "de leite" não pode ser classificado como complemento nominal, pois um complemento é indispensável para que uma oração faça sentido. A frase do exercício continua compreensível ainda que sem essa parte: “… as empregadas das casas saem apressadas, de latas e garrafas na mão, para a pequena fila”

    2. (Prefeitura de Cabeceira Grande - MG/2018)

    Leia o poema a seguir:

    MADRIGAL

    Tu és a matéria plástica de meus versos, querida...

    Porque, afinal,

    Eu nunca fiz meus versos propriamente a ti:

    Eu sempre faço versos de ti!

    A função sintática dos termos grifados no poema é, RESPECTIVAMENTE:

    a) Objeto indireto e complemento nominal. b) Objeto indireto e adjunto adverbial. c) Complemento nominal e adjunto adnominal. d) Complemento nominal e adjunto adverbial.

    Ver Resposta

    Alternativa correta: b) Objeto indireto e adjunto adverbial.

    a) ERRADA. “A ti” está classificado corretamente como objeto indireto; ele complementa um verbo transitivo direto e indireto: o verbo fazer. Quem faz, faz alguma coisa a/para alguém. Porém, a classificação de “de ti” está errada. Um complemento nominal é um termo integrante da oração, ou seja, é indispensável para que uma frase faça sentido. No exemplo do exercício, a frase ainda fica perfeitamente compreensível sem o “de ti”: “Eu sempre faço versos”.

    b) CORRETA. “A ti” é objeto indireto pois é ligado ao verbo pela preposição "a", e completa o sentido de um verbo que é transitivo direto e indireto, o verbo “fazer”. Fiz meus versos a quem? A ti. Ou seja, quem faz, faz alguma coisa para/a alguém. Assim, essa "alguma coisa" seriam "meus versos" (objeto direto), e o "para/a alguém" seria "a ti" (objeto indireto). A segunda parte destacada (“de ti”) é adjunto adverbial, pois tem impacto direto no verbo "fazer": indica do que os versos foram feitos: de ti. Dessa forma, "de ti" é um adjunto adverbial de matéria.

    c) ERRADA. “A ti” não pode ser classificado como complemento nominal, pois a frase continua fazendo sentido mesmo que esses elementos sejam eliminados. Os complementos nominais são essenciais para a compreensão de uma frase; se forem eliminados, a frase deixa de fazer sentido. “De ti”, por sua vez, não constitui um adjunto adnominal, pois não modifica nenhum substantivo.

    d) ERRADA. A classificação de “complemento nominal” para “a ti” é incorreta pois a frase continua fazendo sentido mesmo que “a ti” seja eliminado. Um complemento nominal é um termo essencial da oração, ou seja, sem ele a frase fica sem sentido. A classificação de “adjunto adverbial” está correta. "De ti" é um adjunto adverbial de matéria, que explica do que os versos são feitos.

    3. (Instituto Excelência/2017) O adjunto adverbial relaciona-se com a circunstância por ele expressa. Assinale a alternativa que indica a frase que contém um adjunto adverbial de causa:

    a) Jamais duvide de Deus. b) Mande a carta pelo correio. c) Devido ao mau tempo, não saiu de casa. d) Nenhuma das alternativas.

    Ver Resposta

    Alternativa correta: c) Devido ao mau tempo, não saiu de casa.

    A alternativa c) é a única que apresenta uma causa, ou seja, um motivo pelo qual alguém fez ou deixou de fazer algo. Na frase, a causa de o indivíduo não ter saído de casa foi o mau tempo.

    Na frase, o adjunto adverbial de causa é "devido ao mau tempo".

    4. (EAM/2011) Analise os termos sublinhados, os comentários sobre cada um e assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

    ( ) "Perguntou-me o jovem jornalista..." (1º § ) - é um adjunto adnominal e atribui uma característica ao nome a que se refere. ( ) " . . .um dos ganhos que a passagem do tempo me concedeu" (2º § ) - é um objeto direto e complementa a ideia dos ganhos concedidos. ( ) "Sem elas, eu provavelmente não estaria aqui"(3º § ) - é um adjunto adverbial e faz alusão a um lugar. ( ) "...nunca tive coragem de lhe dizer, àquela altura, que a vida é uma construção..." (5º § ) - é um predicativo, pois apresenta uma característica da vida, sujeito a que se refere.

    Assinale a sequência correta.

    a) (V) (F) (V) (F) b) (V) (F) (V) (V) c) (F) (V) (V) (V) d) (F) (V) (V) (F) e) (F) (F) (V) (F)

    Ver Resposta

    Alternativa correta: b) (V) (F) (V) (V)

    Confira abaixo as explicações que justificam a resposta:

    (V) "Perguntou-me o jovem jornalista..." (1º § ) - é um adjunto adnominal e atribui uma característica ao nome a que se refere.

    A palavra "jovem" está atribuindo característica ao nome "jornalista".

    (F) " . . .um dos ganhos que a passagem do tempo me concedeu" (2º § ) - é um objeto direto e complementa a ideia dos ganhos concedidos.

    A palavra sublinhada constitui um objeto indireto: quem concede, concede algo a "alguém". Observe que um objeto indireto sempre está associado a uma preposição e, na frase, "me concedeu" é o mesmo que "concedeu a mim", onde o "a" é preposição que está subentendida.

    (V) "Sem elas, eu provavelmente não estaria aqui"(3º § ) - é um adjunto adverbial e faz alusão a um lugar.

    Um adjunto adverbial é um termo acessório da oração, que indica circunstância. A palavra "aqui" indica circunstância de lugar, ou seja, especifica o lugar relacionado ao verbo. Na frase, o adjunto adverbial de lugar indica o local onde o emissor da mensagem não estaria: aqui.

    (V) "...nunca tive coragem de lhe dizer, àquela altura, que a vida é uma construção..." (5º § ) - é um predicativo, pois apresenta uma característica da vida, sujeito a que se refere.

    "Uma construção" é um predicativo do sujeito.

    Os predicativos do sujeito têm a função de atribuir propriedades ao sujeito (na frase acima, à palavra "vida"). Na oração, o predicativo indica uma característica ligada à frase por um verbo de ligação ("é" - flexão do verbo "ser")

    Leia também os conteúdos abaixo para complementar os seus estudos:

    • Adjunto adnominal
    • Adjunto adverbial
    • Termos acessórios da oração
    Carla Muniz Professora, lexicógrafa, tradutora, produtora de conteúdos e revisora. Licenciada em Letras (Português, Inglês e Literaturas) pelas Faculdades Integradas Simonsen, em 2002.

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