O amor é o sentimento mais comum entre as pessoas. Por ser um tema atemporal e inexplicável e, sobretudo, por passar por todos, não poderia ser esquecido pelos poetas, que têm nesse tema um dos maiores motes para as suas composições.
Confira essas verdadeiras obras-primas da Literatura que o Toda Matéria selecionou para você.
Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor"
Nesse poema, Luís Vaz de Camões (1524-1580), poeta português que dispensa apresentações trabalha o tempo todo com antíteses, o que alcança a grande expressividade do poema:
“é ferida que dói, e não se sente; [...] é um andar solitário entre a gente;”
É mediante esse recurso estilístico que o autor busca explicar o inexplicável: Como é possível alguém sofrer por amor e mesmo assim querer amar?
Assim, termina um dos mais conhecidos poema de amor de todos os tempos:
“Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor”
VEJA TAMBÉM: Luís de CamõesNas palmas de tuas mãos leio as linhas da minha vida. Linhas cruzadas, sinuosas, interferindo no teu destino. Não te procurei, não me procurastes – íamos sozinhos por estradas diferentes. Indiferentes, cruzamos Passavas com o fardo da vida… Corri ao teu encontro. Sorri. Falamos. Esse dia foi marcado com a pedra branca da cabeça de um peixe. E, desde então, caminhamos juntos pela vida…"
Nesse poema, Cora Coralina (1889-1985), uma das maiores poetisas brasileiras, relata um encontro proporcionado pelo destino, inevitável, tal como o amor que dele surgiu.
Conhecida como “escritora das coisas simples”, o seu poema trata do amor de forma descomplicada:
“Corri ao teu encontro. Sorri. Falamos. [...] E, desde então, caminhamos juntos pela vida…"
VEJA TAMBÉM: Cora CoralinaEu te amo porque te amo. Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo. Eu te amo porque te amo. Amor é estado de graça e com amor não se paga.
Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo bastante ou de mais a mim. Porque amor não se troca, não se conjuga nem se ama. Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte, e da morte vencedor, por mais que o matem (e matam) a cada instante de amor."
Nesse poema, Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), o maior poeta brasileiro do século XX, propõe uma explicação do amor através da repetição do verso “Eu te amo porque te amo.”
Com isso, o poeta quer expressar que o amor é mesmo assim, sincero, sem explicação, não poderia ser de outra forma.
E porque há tantas razões inexplicáveis para amar, Drummond brinca com o título do poema, em que as palavras “sem” e “cem” são homófonas (mesma pronúncia e grafias diferentes).
Com “sem razões” os poeta expressa que não é possível explicar o amor, enquanto que com “cem razões”, o poeta leva o leitor a imaginar que encontrará no poema uma lista de motivos que o levem a se entregar ao amor.
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