Lenda é uma narrativa que tem o intuito de explicar fatos misteriosos e a origem de coisas, bem como incentivar determinados comportamentos nas pessoas. Utilizando fatos reais que tornem a história mais credível, as lendas fazem parte da cultura popular e são transmitidas de forma oral.
Mito é uma narrativa fantástica criada pelos gregos com o objetivo de explicar a existência de coisas que as pessoas não conseguiam explicar cientificamente, tal como, a origem das coisas, fenômenos da natureza, entre outros. Através da referência a alguns fatos reais, as pessoas eram levadas a acreditar nessas histórias.
Uma diferença entre mito e lenda que se destaca diz respeito às personagens. Nos mitos, eles são geralmente deuses e heróis, enquanto nas lendas há criaturas estranhas e monstruosas, além de índios, no que respeita às inúmeras lendas indígenas que fazem parte do nosso folclore.
Selecionamos alguns dos principais exemplos de lendas e mitos do Brasil e do mundo:
A Lenda do Curupira, de origem incerta, mas conhecida em todo o Brasil, narra a história de uma criatura que guarda a floresta, além de fazer muitas travessuras.
De acordo com a lenda, o Curupira tem os pés virados para trás e sua existência explica o desaparecimento de caçadores.
A Lenda da Iara é oriunda da região Norte. Ela conta a história de uma bela guerreira invejada por seus irmãos e que, por isso, resolvem matá-la. Sagaz, Iara consegue escapar dos irmãos e é ela quem os mata.
Com medo do pai, Iara foge, mas ele consegue apanhá-la e lançá-la no rio. Salva pelos peixes, Iara se torna uma sereia que seduz os homens deixando-os loucos.
A Lenda do boto tem origem na região Norte. Ela explica as gestações de moças solteiras, que são seduzidas por um rapaz bonito e educado, na verdade, o boto cor-de-rosa, que se transforma nas noites de lua cheia.
Depois de levar a moça para o rio e a engravidar, o boto a abandona, transformando-se novamente em animal na manhã seguinte.
A Lenda do lobisomem, de origem europeia, tem várias versões. Uma delas conta a história de um homem que, por castigo divino, foi condenado a se transformar em lobo nas noites de lua cheia.
A Mula sem cabeça é uma lenda do Sudeste utilizada para prevenir as mulheres a não se envolverem com padres.
Tudo aconteceu quando uma mulher que se apaixonou por um padre terá sido amaldiçoada transformando-se em uma mula com chamas de fogo no lugar da cabeça.
Saci-pererê é uma lenda que tem origem na região Sul. A presença dessa figura lendária, conhecida por ter uma perna só, explica o sumiço de pequenas coisas, a troca de sabores nas comidas, entre outros mistérios.
Travesso, o Saci esconde os dedais das costureiras, troca os recipientes do sal e do açúcar para confundir as cozinheiras, e trança o rabo dos cavalos, tudo para confundir as pessoas.
A Lenda do Boitatá é uma lenda indígena que conta a história de uma grande serpente de fogo que é protetora das florestas, principalmente em caso de queimadas. Segundo a lenda, quem olhar para o Boitatá pode ficar cego e louco.
A Lenda da Cuca tem origem no folclore galego-português e é conhecida em todo o Brasil. A Cuca, uma criatura com cabeça de jacaré, é usada pelos pais para convencer as crianças a dormir, ou senão serão levadas por ela.
A Lenda da vitória-Régia, originária da região Norte, explica como uma índia apaixonada pelo deus da lua afogou-se ao se debruçar para o rio para tentar beijar o seu reflexo. Comovido, o deus transformou a índia em uma planta aquática que ficou conhecida como "vitória-régia".
Caipora, lenda conhecida em todas as regiões do Brasil, sem que se saiba qual a sua origem, narra sobre a criatura que tem a função de proteger a floresta. Para tanto, recorre a armadilhas e pistas falsas aos caçadores.
A Lenda do Bicho-papão, sem origem conhecida, fala sobre um monstro que amedronta as crianças desobedientes. O mesmo fica em cima do telhado à espera dos maus comportamentos para atacar as crianças e até mesmo comê-las.
A Lenda da Mãe-do-ouro é típica da região Centro-Oeste. Ela conta como uma mulher protege jazidas de ouro e tesouros.
Segundo a lenda, um escravo chorou de tristeza no dia em que não encontrou ouro para levar ao patrão que era muito mau. Compadecida, a Mãe-do-ouro apareceu mostrando ao escravo onde encontrar ouro, mas com a condição de que ele não poderia revelar o local a ninguém.
Obrigado pelo patrão, que o mandou açoitar, o escravo revelou o segredo. Depois disso, o patrão dirigiu-se ao local acompanhado por vários escravos, onde todos morreram soterrados.
A Lenda da mandioca é uma lenda da região Norte que explica o surgimento de uma raiz nutritiva muito presente na culinária brasileira.
Mani, neta do cacique, era uma indiazinha muito estimada pela tribo e que tinha nascido sem que sua mãe soubesse como havia engravidado.
Tempos depois, a menina morreu deixando sua mãe muito infeliz, e todos os dias chorava no local onde havia enterrado a sua filha.
Aí, a terra começou a abrir e a mãe cavou na esperança de desenterrar sua filha com vida, encontrando, entretanto, uma raiz, a mandioca.
Negrinho do pastoreio é uma lenda que tem origem na região Sul e narra a história de um escravo que deixou fugir um cavalo do patrão e por isso foi cruelmente castigado.
Certo da morte do escravo, no dia seguinte o patrão surpreende-se ao ver o escravo, sem ferimentos, montado no cavalo perdido e acompanhado de Nossa Senhora.
A Lenda do guaraná é uma lenda da região Norte que conta a origem desse fruto.
Tudo aconteceu quando o deus da escuridão, que tinha inveja de um indiozinho cheio de qualidades, transformou-se em serpente para atacar o menino que estava na floresta colhendo frutos.
Depois de morto, Tupã mandou plantar os olhos da criança para que deles nascesse um fruto que desse energia às pessoas, o que explica o fato de a frutinha do guaraná parecer um olho.
A Lenda da cobra grande, que tem origem no Norte, provavelmente no Amazonas, explica a existência de cobras com grades dimensões na região.
Segundo a lenda, uma cobra engravidou uma índia, que teve um casal de gêmeos semelhantes a cobras. Assustada com a aparência dos seus filhos, a mãe os lançou para o rio, onde a fêmea fazia muitas maldades, tendo por isso sido morta pelo seu irmão, que era bom e sofria com o sofrimento que a irmã causava às pessoas.
A Lenda do Papa-figo é uma lenda urbana brasileira usada pelos pais para tentar convencer as crianças do perigo de falar com estranhos.
O nome Papa-figo vem de Papa-fígado, já que o homem, também conhecido como "homem do saco", perseguia as crianças e oferecia doces com o intuito de comer os seus fígados, que eram sadios e os únicos que podiam curá-lo da doença de que ele sofria.
O Papai Noel é uma figura lendária que alegra as crianças no Natal trazendo presentes. A sua história está relacionada com São Nicolau de Mira, um bispo turco que deixava moedas junto das chaminés das casas de pessoas pobres durante a noite.
A Lenda do Barba Ruiva, originário do Nordeste, conta a origem do rio Paranaguá, no Piauí.
Segundo a história, uma moça solteira, que teve um filho e o abandonou em um tacho junto a um pequeno riacho, enfureceu a Mãe d'água, que mandou uma enchente e encantou as águas, onde surgiu o rio Paranaguá.
A Lenda do Jurupari, que tem origem na região Norte, conta a história de uma índia que comeu um fruto proibido enquanto estava no período fértil. Tendo o suco da fruta escorrido para suas partes íntimas, a mulher concebeu um filho, que ao nascer, revelou que traria novas leis ao homens, motivo pelo qual Jurupari é conhecido como "o legislador".
O Bradador é uma lenda da região Sul segundo a qual um homem foi enterrado com muitos pecados por pagar, tendo por isso, sido devolvido pela terra.
A Lenda da Alamoa é uma lenda da região Nordeste que explica o sumiço de pescadores.
Seduzidos pela beleza da Alamoa - cujo nome é uma referência à palavra "alemã, em virtude do seu aspecto físico -, os homens são levados até um pico onde são aprisionados ou lançados.
Ahó Ahó é uma lenda do Sul criada para convencer os índios a acompanhar os padres no tempo das Missões, pois caso contrário, um monstro, o Ahó Ahó aparecia para devorá-los.
A Lenda do Acutipupu tem como cenário a Serra do Japó, provavelmente Japi, na realidade, localizada no estado de São Paulo.
Segundo essa lenda do Sudeste, um pai desejou sua filha, que por isso fugiu. Sua mãe era um criatura, homem e mulher ao mesmo tempo.
Para se vingar da fuga da filha, seu pai atacou e matou todos os que viviam na tribo onde ela foi acolhida e também casou.
A Lenda do açaí é uma lenda da região Norte. Nela, a triste decisão do cacique de sacrificar as crianças da tribo em decorrência da fome é a causa da morte da sua própria neta.
O sofrimento da mãe da criança morta sensibilizou Tupã, que permitiu que a menina aparecesse abraçada a uma árvore carregada de um fruto bastante nutritivo, o açaí. Assim, foi encontrada a solução para a provisão de alimentos daquela tribo.
A Gralha-azul é uma lenda da região Sul que conta como um pássaro negro, como era a maioria das aves da sua espécie, recebeu uma linda tonalidade azul após ter aceitado a missão divina de espalhar sementes de araucária pelo território, de onde surgiu uma grande floresta de araucária.
A Lenda da erva-mate, que tem origem na região Sul, explica o surgimento da planta erva-mate que, de acordo com a narrativa, foi ofertada por Tupã a um índio velhinho.
Sem forças para guerrear, o índio acolhia viajantes. Assim, sem conhecer a sua identidade, recebeu Tupã com todas as honras possíveis. Agradecido, Tupã ofereceu ao índio uma erva que lhe devolveria a sua energia física, a erva-mate.
A Lenda da galinha d'angola é uma lenda africana que fala sobre a origem dessa espécie. De acordo com a história, as aves invejavam a aparência do pássaro mais bonito, tendo ele prometido tornar as aves belas se lhe prestassem obediência.
Mas, nem todos a obedeceram, de modo que aborrecido, o lindo pássaro transformou as aves desobedientes dando a elas as características que têm as conhecidas galinhas d'angola.
O mito de Narciso, de origem grega, explica o conceito da psicologia do Narcisismo, que se refere ao amor que uma pessoa pode adquirir por ela própria.
Quando nasceu, o oráculo disse que Narciso seria belo e teria uma vida bastante longa, mas para tanto não poderia ver seu próprio rosto. Rejeitado por uma ninfa que estava apaixonada por ele, a ninfa lhe lançou um feitiço fazendo com que Narciso ficasse debruçado no rio admirando a sua beleza até a morte.
O mito grego de Édipo explica o Complexo de Édipo, fase da criança do sexo masculino em que sente atração pela mãe.
De acordo com a história, Édipo estava destinado a matar seu pai, o rei de Tebas, e casar com sua própria mãe. Avisado pelo oráculo, é abandonado por seu pai ainda bebê, que é criado pelo rei de Corinto como seu próprio filho.
Anos depois, Édipo também consulta o oráculo e tem conhecimento dessa revelação, o que o faz fugir. Na sua fuga, encontra, sem saber, seu pai verdadeiro e o mata num conflito. Chega à Tebas, onde consegue salvar o povo do terror causado pela Esfinge e como prêmio é nomeado rei, casando-se com a viúva do homem que tinha matado, a sua mãe.
De acordo com a mitologia egípcia, o deus Rá é o responsável pela criação do mundo, inclusive do homem e da mulher.
A história conta que o seu pai Nun tinha lhe dado a difícil tarefa de criar o universo e, ao fim dela, cansado do trabalho da criação, Rá transpirava muito e chorou. Seu suor e suas lágrimas fizeram surgir o homem e a mulher.
O mito prego de Perséfone explica a mudança das estações do ano. De acordo com a história, os alimentos e os campos se encheram de tristeza após Perséfone, a deusa da colheita, ter sido raptada por Hades o deus do submundo.
Após ser encontrada, Hades fez com que ela pudesse regressar à terra com a condição de passar um terço do ano na sua companhia, o que acontecia nos meses de inverno, em que os campos voltavam a ficar tristes sem a presença da sua deusa.
Eros, o deus da paixão na mitologia grega, unia as pessoas pelo sentimento do amor lançando as suas flechas. Um dia, por engano, lançou uma flecha para Psiquê e outra em si próprio. Dessa relação, os estudiosos acreditam que tenha surgido a espiritualidade humana, já que Psiquê representava a alma.
O mito grego de Aquiles dá origem à expressão "calcanhar de Aquiles", que indica o ponto fraco de alguém.
Segundo a história, para tornar Aquiles imortal sua mãe o mergulhou num rio que banha o inferno, mas o fato de o ter segurado pelo calcanhar fez com que essa parte do seu corpo ficasse vulnerável. Assim, na Guerra de Troia, Aquiles morreu ao ser atingido por uma flecha na zona do calcanhar.
O mito da Fênix, de origem egípcia, representa o recomeço e a esperança. A história conta que a Fênix era uma ave muito bonita que ardia em chamas e voltava a ressurgir das cinzas igualmente bela.
Hércules é um personagem grego conhecido pela sua força. Enfeitiçado pela ciumenta Juno, Hércules mata sua mulher e seus filhos e, para se redimir, recebe tarefas difíceis, as quais ficaram conhecidas como Os doze trabalhos de Hércules.
Vênus, deusa do amor e da beleza na mitologia romana, representa o ideal da beleza feminina. Por esse motivo, o seu símbolo, que é o símbolo feminino, representa um espelho, em referência à vaidade.
Odin é a principal divindade nórdica, deus da vida e da morte. Após ter tomado o líquido do poço mágico de Mimir, entendeu vários segredos e adquiriu diversas habilidades, tais como: curar, acalmar ventos e tempestades e tornar um guerreiro invencível.
Osíris, deus egípcio do julgamento, julgava as pessoas pesando os seus corações. Morto pelo irmão que o invejava, sua esposa consegue ressuscitá-lo, tendo posteriormente concebido um filho que vingou a morte do pai.
O mito da Caixa de Pandora explica a origem da primeira mulher e o surgimento de todos os males do mundo.
Segundo a história, Zeus mandou Atena, deusa da justiça, criar a primeira mulher, Pandora. Zeus queira se vingar do fato de Prometeu ter roubado o seu fogo e ter entregado aos mortais.
Pandora tinha várias qualidades e, antes de ser enviada à Terra recebeu uma caixa que não poderia ser aberta, segundo a sua recomendação. A caixa continha todos os males do mundo, mas também tinha a esperança.
Pandora não obedeceu Zeus e, curiosa, abriu a caixa, o que fez com que diversos males fossem espalhados pela Terra. Arrependida, fechou a caixa e deixou a esperança presa dentro dela.
O mito de Prometeu acorrentado conta como Zeus castigou Prometeu após este ter roubado o fogo dos deuses e oferecido aos mortais. O fogo representa a intelectualidade, que ilumina as pessoas uma vez que as torna mais conscientes.
Zeus mandou acorrentar Prometeu num rochedo. Ao longo de anos, enviou uma águia todos os dias para comer o fígado de Prometeu que, no entanto, se regenerava todas as noites, até um dia ser salvo pelo deus Quíron, que lhe concebeu a sua imortalidade.
A história do Rei Arthur tem origem britânica, não sendo possível confirmar a sua existência. Segundo se sabe, na sua corte, foi criada a confraria da Távola redonda, que recebeu a missão de localizar o cálice que Jesus Cristo teria usado na Última ceia, conhecido como o Santo graal.
O Unicórnio, que tem origem oriental, era um animal cobiçado em função das suas propriedades curativas. A tarefa de apanhá-lo, no entanto, somente era possível com a ajuda de uma virgem, que graças a sua pureza, conseguia atrair o unicórnio.
Thor, deus da mitologia nórdica, é um bravo guerreiro filho do deus Odin. Conhecido por estar geralmente acompanhado do seu martelo, com ele, Thor era capaz de reduzir uma montanha a pó.
Os centauros, seres míticos da mitologia grega, explicam o motivo pleo qual os humanos têm atitudes irracionais. Assim, o corpo dessas criaturas é formado por uma parte semelhante a um homem e outra parte semelhante a um cavalo.
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Márcia Fernandes Professora, pesquisadora, produtora e gestora de conteúdos on-line. Licenciada em Letras pela Universidade Católica de Santos.Show life that you have a thousand reasons to smile
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