Resumo: A tarefa de ensinar não pode ser resumida a apenas uma ação mecânica na qual o professor simplesmente “despeja” sobre seus alunos os conhecimentos por ele adquiridos ao longo dos anos. O processo de ensino-aprendizagem é bem mãos do que isto, este deve ser visto e encarado como um processo no qual o professor busca formar um cidadão feliz e equilibrado transmitindo a este não somente conhecimentos científicos, mas também experiências de vida, e tudo isto com muito afeto e amor. E por este e outros motivos diz-se que para ser professor deve-se ter primeiramente vocação e amor pelo que faz.
Palavras-chave: Educação – Ensino-Aprendizagem – Afeto – Vocação.
O início da relação mestre-discípulo deu-se na Grécia Antiga. A palavra pedagogia se origina, inclusive, do grego com a união de duas palavras: paidós (criança) e agogé (condutor). Nesta época os agogés (escravos da época), levavam os filhos de seus senhores até os mestres de ensino.
Atualmente, pedagogia pode ser definida como sendo a ciência do ensino. E o pedagogo, por sua vez, é o mestre, o guia que leva o aluno ao processo de aprendizagem.
Inúmeras pessoas já escreveram e ainda escrevem sobre educação, ou melhor, sobre o processo de ensino-aprendizagem, processo este que se dá através da interação entre professor e aluno. Metodologias distintas foram propostas, porém nenhuma delas é capaz de competir com a metodologia do afeto.
A tarefa de ensinar não pode ser resumida a apenas uma ação mecânica na qual o professor simplesmente “despeja” sobre seus alunos os conhecimentos por ele adquiridos ao longo dos anos. O processo de ensino-aprendizagem é bem mãos do que isto, este deve ser visto e encarado como um processo no qual o professor busca formar um cidadão feliz e equilibrado transmitindo a este não somente conhecimentos científicos, mas também experiências de vida, e tudo isto com muito afeto e amor, tratando cada aluno seu não somente como mais um número em sua caderneta escolar, mas como um ser dotado de sentimentos, qualidades e limitações.
De acordo com o pedagogo francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), todo homem nasce bom, é a sociedade que o corrompe. Todo o desenvolvimento deste artigo será pautado nesta afirmação.
Se o homem nasce bom, dotado de amor, afeto e totalmente livre de maldade, o que faz com que as crianças cheguem ao ensino infantil agredindo seus colegas de sala e desrespeitando seus professores? Obviamente isto ocorre devido ao exemplo que estas recebem de sua primeira escola. E que escola é esta? A sua família. É crescente o número de famílias desestruturadas, nas quais brigas, vícios e separações estão sempre presentes entre os seus membros. Neste contexto, a criança que cresce neste ambiente, certamente irá comportar-se na escola de maneira similar ao que observa em sua casa, que muitas vezes nem sequer pode ser chamada de lar.
Diante desta realidade qual é o papel do educador? Simplesmente deixar de “castigo” ou “pôr para fora da sala de aula” o alunos que xingou e ofendeu o seu colega de sala? A resposta é não. Cabe ao professor enxergar além das ações e ler nas entrelinhas o que leva o educando a ter tal atitude. E por este e outros motivos diz-se que para ser professor deve-se ter primeiramente vocação e amor pelo que faz.
É neste momento que e faz necessária a troca de afetividade entre professor e aluno. Mesmo sabendo que o papel de valorizar e assistir a criança é da família, se ela não receber estes cuidados de seu professor, todo o seu trabalho de fazê-la adquirir algum conhecimento será em vão.
Sendo assim, para o novo cenário da educação mundial não há mais espaço para aquele professor que se considera o detentor de todo e qualquer conhecimento e que chega até a sala de aula e simplesmente “despeja” sobre os alunos todo o conhecimento que julga ter, não levando em consideração a história de cada aluno e o conhecimento por ele já adquirido.
O processo de ensino-aprendizagem hoje resume-se a uma troca de conhecimentos, entre professor e aluno, e até mesmo entre os próprios alunos. Neste sentido, pode-se dizer que atualmente o professor é um mediador de conhecimento e não mais o transmissor.
Desde modo, as aulas não podem se resumir a um simples monólogo do professor a sua “plateia” de alunos. A sala de aula deve ser, portanto, um lugar de diálogo entre professor e aluno, diálogo este realizado da maneira mais afetuosa possível, ou seja, o que o aluno tem a dizer é tão importante quanto o que o professor diz. Este diálogo deve ser então uma troca de conhecimento, de informação, de afeto e de amor.
Segundo Chalita (2001) “a família é essencial para que a criança ganhe a confiança, para que se sinta valorizada, para que se sinta assistida”. No entanto, em muitos casos, devido à falta de referência que o aluno possui em sua família, o professor acaba por ocupar este lugar. Se isto é certo ou não, não será colocado em questão neste momento, o que se sabe é que quando o aluno gosta de seu professor, ele aprende mais, isto é, o processo de ensino-aprendizagem se torna mais efetivo.
Muitos estudos já foram realizados sobre este assunto. O inverso também ocorre, ou seja, quando o aluno não se identifica com o professor, ele se desinteressa por aprender, dificultando assim, o processo educacional.
E como o professor ganha a confiança do aluno? Fazendo-o se sentir importante, valorizado e bem quisto. Em suma, quando o professor é afetuoso com ele. Esta afetividade trocada entre professor e aluno é de fundamental importância nos anos iniciais do período escolar, isto é, no ensino infantil e ensino fundamental I.
O processo de ensino-aprendizagem só será eficaz quando houver troca de conhecimento e afetividade entre professor e aluno. Independentemente da situação familiar do aluno, o professor deve buscar sempre valorizar, respeitar e amar cada um de seus alunos. Por este motivo, diz-se que ser professor exige, de fato, vocação.
Referências
CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Editora Gente, 2001. 1 ed.
Pedagogia Origem. Disponível em:
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