A caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro. Está localizado no nordeste do país e constitui cerca de 10% do território nacional.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, cerca de 80% da caatinga já foram alterados, sendo considerado um dos ecossistemas mais degradados do planeta.
A preservação do bioma torna-se cada vez mais importante, pois ele está fragilizado por conta da devastação causada por ações humanas (caça, queimadas, desmatamento) bem como das mudanças climáticas.
Essas ações têm culminado no desaparecimento de diversas espécies vegetais ou animais (inclusive endêmicas) e consequentemente, no desequilíbrio do ecossistema.
A caatinga é um bioma rico em espécies animais no qual há estudos que apontam a existência de aproximadamente 327 espécies endêmicas, ou seja, que existem somente naquele local.
Estima-se que são típicos da caatinga 13 espécies de mamíferos, 23 de lagartos, 20 de peixes e 15 de aves.
A biodiversidade da Caatinga é rica, abrigando diferentes espécies de animais. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, há registros de 178 espécies de mamíferos, 591 espécies de aves, 177 espécies de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 espécies de peixes e 221 espécies de abelhas.
A Caatinga ainda apresenta animais em extinção, que segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, no ano de 2016 havia o registro de 136 espécies ameaçadas e 46 espécies endêmicas ameaçadas de extinção neste bioma. Além disso, este bioma é um dos mais afetados pelo tráfico de animais.
Na língua indígena tupi, o termo caatinga significa “mata branca’. O vocábulo faz referência à vegetação da região do semiárido. Ali, para evitar a perda de água nas épocas de estiagem, os arbustos perdem, quase que totalmente, as folhas.
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Conheça a seguir uma lista com 25 animais que vivem no bioma Caatinga.
A águia-chilena é uma ave ameaçada de extinção indicada pelo IBAMA e pode ser encontrada em regiões montanhosas e campestres, como na Chapada Diamantina, na Bahia.
É uma ave que pode apresentar cerca de 60 cm de comprimento e 2 metros de envergadura, ou seja, em voo com as asas abertas. É também conhecida como gavião-de-serra e gavião-pé-de-serra por fazer voos planos em busca de comida.
A arara-azul-de-lear é uma ave que vive somente na Caatinga baiana e está ameaçada de extinção, sendo que sua principal ameaça está relacionada ao tráfico de animais e destruição do habitat em que vive.
Encontrada nos paredões de arenito das cidades de Jeremoabo e Canudos, na Bahia, a arara-azul-de-lear aproveita as cavidades existentes para reprodução e repouso.
Para se alimentar, elas costumam se deslocar por aproximadamente 60 km.
VEJA TAMBÉM: Arara AzulA ararinha-azul é uma ave nativa da Caatinga e considerada como uma das mais ameaçadas de extinção em todo mundo.
Segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, até o ano de 2012 havia registros de apenas 79 espécies, sendo que estes vivem em cativeiro em programas de conservação da espécie.
É uma ave de tamanho médio, com aproximadamente 55 cm de comprimento, possui cauda longa e estreita.
A cor azul apresenta diferentes tons, sendo mais claro no dorso e mais escuro nas asas e cauda, além de ter partes acinzentadas, como no pescoço e parte frontal próxima ao bico.
VEJA TAMBÉM: Ararinha AzulA asa-branca é uma ave migratória, pois voa longas distâncias. Apresenta tamanho médio de 34 cm, sendo também conhecida como "pombão" e facilmente encontrada na caatinga, além de ter ocorrências no nordeste do Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso.
A alimentação desta ave é baseada em sementes e frutos. Para reprodução, a fêmea constrói o ninho em árvores altas, pondo apenas um ovo a cada período, que fica então incubado por aproximadamente 19 dias.
O azulão é um pássaro que pode ser encontrado na Caatinga e até em países vizinhos, como Argentina, Bolívia e Paraguai.
Sua principal característica é a forte cor azul presente nos machos, sendo que as fêmeas e os filhotes possuem cor parda.
É comum ser encontrado sozinho e somente na época de reprodução o casal vive junto para demarcar território.
Possui instinto territorialista, pois quando os filhotes já possuem condições de voar são expulsos pelos pais.
O cachorro-do-mato é um mamífero que vive na Caatinga mas também pode ser encontrados em outros biomas. É um dos animais mais atropelados em rodovias e ferrovias em todo o Brasil.
Além disso, na Caatinga, segundo a crença popular, a gordura do cachorro-do-mato é considerada útil no tratamento de algumas doenças de animais domésticos.
São animais onívoros e tem uma alimentação ampla, incluindo frutos, insetos, pequenos mamíferos, aves, répteis e até mesmo crustáceos.
A cor do pelo pode mudar de acordo com a região em que vivem, sendo que na Caatinga eles tendem a ser mais claros.
O calango-de-cauda-verde é um réptil ameaçado de extinção. De hábitos diurnos, se alimenta de pequenos animais, como formigas, grilos, gafanhotos e aranhas.
A reprodução ocorre em época de chuva, período em que a fêmea põe seus ovos, que pode chegar até cinco em cada ninhada. O macho mede até 12 cm, sendo sempre maior que a fêmea.
O carcará é uma das aves de rapina mais populares no Brasil, podendo ser encontrado em diferentes ambientes, como campos naturais, pastagens e centros urbanos.
Com penas que variam da cor marrom ao preto, pode ser confundido com urubus, porém diferencia-se pelas manchas de cor clara que apresenta na ponta das asas.
Sua alimentação é variada, considerada bastante oportunista o carcará ataca animais como pequenos mamíferos, invertebrados e até aqueles que apresentam dificuldade de locomoção.
O corrupião é um pássaro pequeno que mede cerca de 25 cm de comprimentos e tem cor amarela ou alaranjada predominante. É muito comum sua presença na caatinga nordestina, onde pode ser visto em bandos ou com seus pares.
A alimentação do corrupião é baseada em frutos, flores, sementes e insetos, além da ingestão de flores do mulungu contribui para a coloração de suas penas.
Para reprodução, este pássaro ocupa ninhos de outras espécies, expulsando até mesmo os filhotes e ovos.
A cutia é um mamífero roedor de hábitos diurnos que vive nas raízes das árvores de florestas e pode ser encontrado facilmente na Caatinga. É um animal muito ágil e corre com rapidez entre a vegetação.
Este animal mede entre 49 e 64 cm de comprimento e a cor de seus pelos pode variar de acordo com a região em que vive, sendo que a pelagem na cor castanho escuro apresenta um efeito dourado.
A cutia é animal herbívoro e se alimenta principalmente de frutos e sementes.
O gambá-de-orelha-branca é um animal que pertence a família dos marsupiais americanos e sua reprodução acontece de forma sazonal, onde cada fêmea pode gerar até seis filhotes.
O tempo de gestação é de aproximadamente 13 dias e, após esse período, os filhotes ficam dentro da bolsa por cerca de 45 dias.
É um animal de porte médio que pesa no máximo 3 kg e tem hábitos noturnos e alimentação baseada em animais, insetos, ovos, frutos e plantas.
A gralha-cancã é a ave considerada a "voz da Caatinga" pois apresenta um canto alto e marcante. Como hábito, costuma dar gritos como forma de alertar outras aves sobre o sinal de perigo.
Vivem em zonas semi-áridas, mas por conta do desmatamento, a gralha-cancã tem migrado para a região sudeste. Essa ave possui uma alimentação variada, incluindo insetos, frutos e até mesmo vísceras de animais encontrados na mata.
A jaó-do-sul é uma ave que vive na Caatinga e está na lista de animais ameaçados de extinção na categoria vulnerável.
É um pássaro pequeno que mede entre 32 e 34 cm, suas penas tem tons avermelhados na parte inferior do dorso e se alteram para tons alaranjados entre o ventre e a garganta.
A alimentação é feita principalmente de sementes e pequenos frutos.
A jiboia-constritora é um animal vivíparo, sendo que o embrião é desenvolvido no corpo da fêmea e posteriormente, incubado num ovo separado. É um animal que chega a 4 metros e pode ser encontrado em diversos biomas brasileiros, como a Caatinga, Mata Atlântica e Cerrado.
Sua alimentação é baseada em pequenos mamíferos, aves e lagartos que são mortos sufocados pela jiboia. Com digestão lenta, que dura cerca de 7 dias, contribui para que este animal fique um longo período de tempo sem se alimentar.
O macaco-prego é uma espécie nativa do Brasil e muito comum na Caatinga, podendo também ser encontrado no Cerrado. Vive em árvores e arbustos e em alguns casos em manguezais.
É considerado um animal quase ameaçado e em risco de extinção, especialmente devido ao tráfico de animais, queimadas, assentamento rural, agricultura e expansão urbana.
O mão-pelada é uma carnívoro popularmente conhecido como guaxinim. É possível encontrar este mamífero em diversos biomas brasileiros.
Apresenta pelagem densa e de cor acinzentada, patas com dedos longos e poucos pelos, por isso o nome de mão-pelada.
Suas características mais marcantes são a excelente visão noturna, tato e faro aguçados e habilidade manual.
A onça-parda é o segundo maior felino do Brasil, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, e está presente em todo os biomas brasileiros.
É considerado um dos mamíferos ocidentais vivos em com maior distribuição geográfica em todo o mundo.
Devido ao crescimento urbano desordenado, a onça-parda tem sido vista com mais frequência em áreas urbanas, fazendo com que o número de animais diminua cada vez mais.
VEJA TAMBÉM: Onça-PintadaA perereca-de-capacete recebe esse nome devido ao formato de sua cabeça, que é co-ossificado.
É uma espécie de anfíbio de médio porte, com cerca de 8 cm de comprimento e conhecida por ser peçonhenta, pois além ser venenosa tem o poder de injetar o veneno na vítima através de estruturas em formato de espinhas.
Elas vivem sobre folhas e buracos em árvores e rochas no interior da mata. Sua reprodução ocorre principalmente em período chuvoso e em ambientes aquáticos como lagoas e lagos.
VEJA TAMBÉM: Animais PeçonhentosO periquito-da-caatinga é uma ave muito conhecida no nordeste, também chamada popularmente de periquitinha, jandaia e gangarra. É um animal de pequeno porte, podendo pesar aproximadamente 120 gramas.
Muito semelhante ao papagaio, o periquito-da-caatinga possui penas nas cores verde e amarelo, podendo ter variações alaranjadas e bico marrom claro.
Costuma viver em bandos, normalmente entre 6 e 8 indivíduos e vem ao solo para beber águas e se alimentar de frutos e sementes.
A preguiça-de-chifres é um animal endêmico da Caatinga e vive em ambientes que apresentam galhos secos, para que assim, ele possa se camuflar e se proteger de outros animais.
Sua principal característica, os chifres, são protuberâncias de cartilagem, porém não se sabe ao certo se existe usabilidade. Seu caminhar é lento, por isso o nome preguiça.
A alimentação da preguiça-de-chifres é baseada em formigas, besouros e insetos em geral.
O soldadinho-do-araripe é uma ave típica da Caatinga e encontra-se criticamente em perigo de extinção desde 2003, quando foi incluído na lista vermelha brasileira de animais.
Com cerca de 15 cm de comprimento, o soldadinho-do-araripe se destaca pelas cores, onde o dorço e o peito são brancos, a ponta das asas na cor preta e a cabeça na cor vermelha.
Sua alimentação é baseada em frutos e vive em áreas de encosta, com nascentes e curso d'água.
Rapazinho-dos-velhos é um pássaro muito comum na Caatinga, pois tem como habitat locais com mata baixa e seca.
É uma ave de porte pequeno, medindo aproximadamente 18 cm, apresenta cabeça grande e larga, parecendo ser desproporcional com o restante do corpo.
A alimentação é baseada em insetos, que são capturados pelo rapazinho-dos-velhos em pleno voo. No período de reprodução, a fêmea põe de 2 a 3 ovos e o casal se reveza no cuidado do ninho e dos filhotes.
O sagui-de-tufos-brancos é endêmico da Caatinga, especialmente na região norte do Rio São Francisco e litoral de Salvador.
Seus pelos são mesclados em cinza e branco, sendo que nas orelhas a cor branca é predominante, daí seu nome. Dentre as espécies de saguis, essa é a que mais sofre com o tráfico de animais.
Normalmente vivem em bandos, sendo este liderado pela fêmea mais velha. A alimentação é baseada em frutos, insetos, aranhas e filhotes de pombo-doméstico.
O tatu-bola é endêmico do Brasil e vive principalmente na Caatinga, podendo também ser encontrado no Cerrado.
É uma espécie pouco conhecida, porém foi inserida na lista de animas ameaçados de extinção na categoria "em perigo" e a principal causa é a destruição e alteração de seu habitat natural.
É um animal pequeno que mede aproximadamente 42 cm, seu peso pode chegar até 1,8 kg e possui uma carapaça rígida e móvel que ajuda na fuga de predadores. A alimentação é principalmente feita a base de cupins, porém pequenos invertebrados e alguns frutos também compõe sua dieta.
O veado-catingueiro é um mamífero que vive em formações abertas, como a Caatinga, podendo também ser encontrado em outros biomas brasileiros. A caça e a destruição de seu habitat fez com que esse animal passasse a apresentar risco de extinção.
Com hábitos solitários, o veado-catingueiro se reúne somente no período de reprodução, mas especificamente para acasalar.
O macho costuma ser maior que a fêmea, possui pelos longos em tons de marrom. Sua alimentação é feita basicamente por leguminosas, frutas e flores.
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Para conhecer mais sobre a Caatinga, assista o vídeo a seguir:
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