Behaviorismo

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    window.sg_perf && performance.mark('img:visible'); Pedro Menezes Professor de Filosofia, Mestre em Ciências da Educação

    O Behaviorismo é uma teoria da psicologia que avalia o comportamento de seres humanos e animais, a partir de análises fundamentadas e da observação de fatos práticos como, por exemplo, reações a estímulos.

    Também chamado de comportamentalismo ou psicologia comportamental, o behaviorismo originou-se nos Estados Unidos no início do século XX, como uma ideia de oposição ao conceito de psicologia introspectiva.

    A teoria behaviorista ou comportamentalista defende uma psicologia mais objetiva. Os behavioristas se opõem a estudos unicamente baseados em sentimentos, emoções e pensamentos.

    As primeiras manifestações da psicologia behaviorista surgiram pelas mãos de John Watson (1878 - 1958), psicólogo americano que defendeu o estudo do comportamento observável.

    O behaviorismo foi alvo de investigação por parte de vários estudiosos. Ao longo das pesquisas, foram desenvolvidas teorias consoante às conclusões e interpretações de cada um.

    Assim, diferentes tipos de behaviorismo foram identificados, sendo os principais o behaviorismo metodológico e o behaviorismo radical.

    Behaviorismo metodológico ou behaviorismo clássico

    O behaviorismo metodológico tem como base a valorização do que é objetivo em detrimento do que é subjetivo.

    Também conhecido como “psicologia do outro” e “behaviorismo clássico”, fundamenta-se no estudo do comportamento observável e evidente, isto é, do comportamento que os sentidos sensoriais podem perceber.

    O principal nome desse tipo de behaviorismo é John B. Watson. Considerado o pai da escola behaviorista, o psicólogo foi o precursor da psicologia social com foco na pesquisa.

    Para ele, a psicologia não deveria analisar exclusivamente estudos da mente, mas sim estudos comportamentais. Assim, acreditava ser possível prever o comportamento humano.

    Exemplo de behaviorismo metodológico

    As afirmações de Watson sobre o conceito de behaviorismo metodológico tinham como base a teoria do condicionamento clássico, do fisiologista e médico russo Ivan Pavlov (1849 - 1936).

    Pavlov provou que após repetir por diversas vezes a experiência de tocar um sino e, em seguida, mostrar a comida a seus cachorros, criou-se uma associação entre o som do sino e o alimento.

    Assim, mesmo que não vissem nenhuma comida, o simples som do sino já era suficiente para fazer os cães salivarem.

    Chamado de O cão de Pavlov, o experimento foi uma validação do condicionamento clássico, que defende que o comportamento não pode ser controlado e funciona quase como um reflexo involuntário.

    Em outro experimento, chamado pequeno Albert, um bebê, que possuía um comportamento calmo, foi exposto durante um longo período a situações de estresse sonoro.

    Ao final do experimento, o bebê abandonou seu comportamento tranquilo e passou a temer situações que antes não causavam nenhuma reação adversa.

    No filme Laranja Mecânica (1971), o protagonista, Alex, é submetido a um método de condicionamento para evitar seu comportamento violento.

    Alex sendo submetido ao condicionamento comportamental

    O jovem é exposto a imagens violentas enquanto recebe estímulos negativos.

    Behaviorismo radical

    O behaviorismo radical surgiu como oposição ao behaviorismo metodológico e afirmou que sentimentos, emoções e outros fatores mentalistas não dão origem à conduta; são, na verdade, parte integrante dela.

    Assim, o comportamento consistiria em uma mescla de manifestações externas desses fatores, e na consequência de atos praticados.

    Desenvolvido por Burrhus Frederic Skinner (1904 - 1990), psicólogo e filósofo americano, esse tipo de behaviorismo é baseado em um princípio chamado de “condicionamento operante”.

    Segundo ele, o indivíduo controla a forma como vai se comportar com base no que aprende sobre a relação entre seu comportamento e as consequências que seus atos acarretam.m possíveis consequências como:

    • Reforço positivo - um prêmio ou gratificação como estímulo pela ação realizada (por exemplo: dar um biscoito ao cão, quando ele dá a pata)
    • Reforço negativo - retirada de um estímulo desagradável (por exemplo: deixar de molhar ou interromper uma corrente elétrica).
    • Punição - sanção por um comportamento não desejado (por exemplo: castigos físicos).

    Então, é possível condicionar as ações a partir de associações com possíveis consequências. Essas associações seriam suficientes para condicionar o comportamento.

    É de se destacar o uso desse tipo de behaviorismo na educação, pois ele defende que a teoria da aprendizagem está diretamente relacionada aos estímulos recebidos pelos alunos.

    • Dar um chocolate aos bons alunos (reforço positivo);
    • Permitir que os alunos que terminarem uma tarefa possam sair (reforço negativo);
    • Suspensão ou castigos físicos como palmatória ou ajoelhar no milho (punições).

    Desse modo, pretende-se criar condicionantes das ações e moldar o comportamento dos alunos.

    Assim, considera-se que não existam habilidades inatas, e que todo comportamento (incluindo o processo de aprendizagem) possa ser condicionado.

    Não quer dizer, com isso, que o aluno é um sujeito passivo, mas sim que esse condicionamento está diretamente ligado ao planejamento do método de ensino e do material utilizado pelo educador.

    Exemplo de behaviorismo radical

    A teoria de Skinner partiu de um experimento com animais chamado de Caixa de Skinner ou Câmara de condicionamento operante.

    A caixa possuía um compartimento com uma espécie de comando, que quando acionado respondia com um estímulo: comida, água, luz, imagens ou choque elétrico.

    Os animais utilizados nas experiências recebiam os estímulos sob diferentes circunstâncias de testes:

    • a cada vez que o comando era manipulado,
    • na interação com o comando repetidamente,
    • manipulações com a pata,
    • manipulações com o bico ou focinho, etc.

    O experimento concluiu que os animais que participaram dos testes passaram a realizar com mais frequência os movimentos que tinham como resposta os estímulos positivos.

    A caixa de Skinner serviu como ponto de partida para que o estudioso começasse a definir diferentes padrões comportamentais.

    Mais tarde, Skinner lançou sua teaching machine ("máquina de ensinar"). Nela, o aluno deveria responder uma sequência de questões emitida pela máquina e avançar conforme as respostas corretas.

    Disco com as questões na máquina de ensinar

    Veja também:

    • Psicanálise
    • Estruturalismo
    • Teorias da comunicação
    • Jean Piaget
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