Bombas atômicas em Hiroshima e Nagazaki: a história dos ataques nucleares

September 2022 0 7K Report

Bombas atômicas em Hiroshima e Nagazaki: a história dos ataques nucleares

window.sg_perf && performance.mark('img:visible'); Thiago Souza Professor de História

Nos dias 6 e 9 de agosto de 1945 os EUA lançaram duas bombas nucleares nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, os únicos ataques dessa natureza já realizados contra alvos humanos até hoje.

O número aproximado de mortes contabilizadas pelos bombardeios é de 140 mil em Hiroshima e 74 mil em Nagasaki.

As bombas Little Boy, lançada em Hiroshima e a Fat Man, em Nagasaki, levaram os japoneses a declarar sua rendição em 14 de agosto de 1945, com a oficialização em 2 de setembro do mesmo ano.

Os ataques destruíram as duas cidades, além de selar o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Com os bombardeios, os EUA passaram recado ao mundo sobre o poder de sua tecnologia bélica.

Outros países iniciaram projetos nucleares nos anos seguintes, o que levou o mundo a viver o terror de um novo e mais potente ataque nuclear durante a Guerra Fria.

O que levou os Estados Unidos a atacarem o Japão?

Os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial apenas em 1941, após o ataque japonês à base naval americana de Pearl Harbor, ocorrido no dia 7 de dezembro do mesmo ano.

Até então neutros, os norte-americanos mantinham comércio com os países Aliados (principalmente França e Inglaterra). Esse foi um dos fatores que os levaram a compor esse grupo na guerra.

Japão e EUA possuíam conflitos diplomáticos desde a década de 1920. Durante a Segunda Guerra, os japoneses invadiram a China e a Indochina francesa, em 1941, além da região das Filipinas, território de domínio norte-americano.

Os EUA competiam com os japoneses pela hegemonia no continente asiático. Por isso, como resposta durante a guerra, os norte-americanos impuseram um embargo comercial aos japoneses, vetando a comercialização de itens essenciais com eles.

A retaliação japonesa ocorreu em 7 de dezembro de 1941, quando os japoneses atacaram a base naval estadunidense de Pearl Harbor, sem que houvesse uma declaração de guerra entre as nações. Esse fator foi determinante para que os norte-americanos entrassem na guerra.

A partir de então, os conflitos armados entre os países se iniciaram. Após um início vitorioso japonês, os asiáticos foram se enfraquecendo econômica e militarmente, sendo a derrota um fim praticamente certo.

As bombas nucleares

Projeto Manhattan

As bombas nucleares de Hiroshima e Nagasaki foram resultado do Projeto Manhattan, projeto estadunidense ultrassecreto que reuniu grandes nomes da ciência, cujo objetivo foi desenvolver armamento nuclear.

Os EUA tinham receio de a Alemanha nazista produzir esse material bélico antes dos Aliados. Foi isso que Einstein e Szilard escreveram na carta enviada ao presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt, alegando que os cientistas alemães já estavam desenvolvendo estudos sobre fissão nuclear.

O Projeto Manhattan se desenvolveu durante o governo de Roosevelt, porém ele faleceu em 12 de abril de 1945, sendo seu vice, Harry Truman, o presidente estadunidense que autorizou o lançamento das bombas.

A primeira bomba nuclear desenvolvida a partir do Projeto Manhattan foi a Trinity, também a primeira a ser detonada no mundo. Ela foi testada em 16 de julho de 1945, alguns meses antes dos ataques às cidades japonesas.

Em 26 de julho de 1945, Truman, em pronunciamento, exigiu a rendição dos japoneses, que vinham enfraquecidos pela guerra. Em um ultimato, afirmou que, caso os asiáticos não se rendessem, enfrentariam uma destruição “rápida e absoluta”.

Semanas depois ficaria claro para o mundo o significado dessa frase. Ao ver que os japoneses não acataram o ultimato, os norte-americanos decidiram atacar.

Características das bombas lançadas e cronologia dos bombardeios

A Little Boy, bomba utilizada em Hiroshima, possuía três metros de comprimento por 70 centímetros de diâmetro e pesava quatro toneladas, com uma capacidade explosiva de 15 toneladas de TNT.

A Fat Man, de Nagasaki, tinha 3,5 metros de comprimento e 1,5 metros em seu diâmetro máximo, pesando 4,5 toneladas e era composta de plutônio, com uma capacidade explosiva de 20 toneladas de TNT.

A primeira cidade atacada foi Hiroshima, em 6 de agosto de 1945. O avião bombardeiro B-29, chamado Enola Gay, pilotado por Paul Tibbets, às 8:15 da manhã, realizou o ataque, lançando a Little Boy, bomba de urânio 253. Um forte clarão se formou com a explosão, criando um “pequeno sol na Terra”.

A onda de calor criada pela bomba chegou a 4000 °C, atingindo um raio de destruição de aproximadamente 4,5 km. A força da explosão pode ser sentida a 60km de distância.

Durante 3 dias ocorreram incêndios na cidade ocasionados pelo calor. Aproximadamente 60% da cidade foi destruída e 140 mil pessoas morreram nesse primeiro ataque.

Mesmo com os impactos materiais, humanos e psicológicos causados por um ataque que chocou o mundo, o Japão decidiu não se render. Contudo, três dias depois do primeiro ataque, em 9 de outubro, os EUA lançaram uma segunda bomba.

O alvo inicial era a cidade de Kokura, com um terreno plano, porém a neblina impossibilitou que Charles Sweeney, piloto do bombardeiro B-29 (mesmo modelo do utilizado em Hiroshima), conseguisse lançar a bomba.

Assim, ele seguiu rumo a cidade de Nagasaki carregando a Fat Man, bomba com um poder de destruição ainda maior que a anterior, feita de plutônio 239. A bomba explodiu a 500 metros do solo.

A força da explosão da Fat Man foi maior, porém as características geográficas de Nagasaki diminuíram a área de destruição, pois há dois vales entre a cidade. Ainda assim, 40% da cidade foi destruída.

Cinco dias após o segundo ataque, os japoneses declararam sua rendição no dia 14 de agosto de 1945. O acordo foi assinado no dia 2 de setembro, no navio americano USS Missouri, na Baía de Tóquio.

Os hibakushas, sobreviventes dos ataques nucleares e as consequências nucleares

Os sobreviventes dos ataques nucleares são chamados de hibakushas, palavra japonesa que significa “expostos à bomba” ou “filhos da bomba”.

Esses indivíduos sofreram com diversos problemas de saúde posteriormente ao ataque, com doenças que se manifestaram apenas anos depois por conta da radiação. Além disso, foram corriqueiros casos de discriminação.

Eram comuns relatos de hibakushas que encontraram dificuldades para encontrar emprego, casamento ou mesmo casar os próprios filhos, pelo receio das pessoas de como a radiação iria se manifestar em seus corpos ou genes futuramente.

Além das mortes e da destruição, aos sobreviventes sobraram consequências como queimaduras de primeiro a terceiro grau, queimadura na retina, tumores cancerosos, alterações genéticas, entre outras questões. A longo prazo, problemas de ordem emocional, surtos epidêmicos de doenças como tuberculose, disenteria, hepatite ou outras doenças psíquicas e psicossomáticas.

No ambiente, foi possível notar mudanças climáticas, aumento crescente e duradouro do fluxo de radiação ultravioleta solar e alterações na temperatura em diversas regiões do planeta.

Interpretações sobre o ataque estadunidense e fim da Segunda Guerra Mundial.

Os ataques a Hiroshima e Nagasaki são um ponto de discussão entre historiadores. Os estadunidenses defendem que os bombardeios deram um ponto final em um conflito que duraria mais tempo e custaria mais vidas posteriormente.

Contudo, pesquisadores afirmam que houve outro objetivo: o interesse norte-americano em demonstrar seu poder tecnológico ao restante do mundo, em especial, à URSS. Isso ficou evidente com a Corrida Espacial da Guerra Fria.

Sobre a Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial foi um conflito armado envolvendo diversos países que se iniciou em 1939 e teve fim em 1945. Dois grupos foram formados: os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e os Aliados (Inglaterra, França, EUA e URSS). O Brasil integrou o segundo grupo.

Ao fim do conflito, os países Aliados saíram vitoriosos, restando às forças do Eixo a perda de territórios e o pagamento de indenizações.

Referências Bibliográficas

RIBEIRO, Jayme. Os "Filhos da Bomba": memória e história entre os relatos de sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki e a "Campanha pela Proibição das Bombas Atômicas" no Brasil (1950). Outros Tempos, Maranhão, Volume 6, número 7, julho de 2009 - Dossiê História e Memória. Disponível em: . Acesso em 05 set 2022.

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