O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Cenpec Educação, divulgou na última quinta-feira (29) o estudo "Cenário da Exclusão Escolar no Brasil no Brasil - um alerta sobre os impactos da pandemia da Covid-19 na Educação".
De acordo com a pesquisa, em novembro de 2020, 5,1 milhões de meninas e meninos não tiveram acesso à educação no Brasil - número semelhante ao registrado no início dos anos 2.000. Do total, 41% eram crianças de 6 a 10 anos de idade; 27,8% eram de 11 a 14 anos; 31,2% eram de 15 a 17 anos.
Com as escolas fechadas em novembro do ano passado em decorrência da pandemia por Covid-19, quase 1,5 milhão de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos não frequentavam a escola (remota ou presencial). Somam-se outros 3,7 milhões que estavam matriculados, no entanto, não tiveram acesso às atividades escolares e não conseguiram manter o aprendizado em casa.
A exclusão escolar atingiu principalmente crianças de faixas etárias (6 a 10 anos) em que o acesso à escola não era mais desafio no país. O estudo também mostra que a exclusão afetou mais aqueles que já viviam em situação vulnerável. As regiões Norte (28,4%) e Nordeste (18,3%) apresentaram os maiores percentuais de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos sem acesso à educação, seguidas por Sudeste (10,3%), Centro-Oeste (8,5%) e Sul (5,1%). A exclusão foi maior entre crianças e adolescentes pretos, pardos e indígenas, representando 69,3% do total revelado sem acesso à educação.
"Os números são alarmantes e trazem um alerta urgente. O país corre o risco de regredir duas décadas no acesso de meninas e meninos à educação, voltado aos números dos anos 2000. É essencial agir agora para reverter a exclusão, indo atrás de cada criança e cada criança que está em seu direito à educação negado, e tomando todas as medidas para que possam estar na escola aprendendo", declarou a representante do Unicef no Brasil, Flourence Bauer.
O documento publicado traz as seguintes recomendações: realizar a busca ativa de crianças e adolescentes que estão fora da escola; garantir o acesso à internet para todos, especialmente os mais vulneráveis; realizar campanhas de comunicação comunitária; mobilizar as escolas para que enfrentem a exclusão escolar; e fortalecer o sistema de garantia de direitos para garantir condições às crianças e aos adolescentes para que permaneçam na escola ou retornem à ela.
Diante do cenário, o Unicef e parceiros estão ofertando apoio aos estados e municípios para realização da Busca Ativa Escolar; reabrir escolas em segurança; promover acesso à internet e garantir o direito de aprender de cada menina e menino.
Para mais informações acesse o Estudo realizado e o portal ONU Brasil.
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