Brincadeiras indígenas

April 2020 0 6K Report
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    Daniela Diana Professora licenciada em Letras

    As brincadeiras indígenas são aquelas herdadas das culturas desenvolvidas pelos diversos grupos de índios do Brasil.

    Representam as brincadeiras e os jogos indígenas que foram criados nas tribos para diversão, sobretudo das crianças. Geralmente, as próprias pessoas confeccionam os brinquedos utilizados em algumas dessas brincadeiras.

    Muitos desses jogos e brincadeiras já fazem parte da nossa infância e podem ser usadas na educação infantil de modo a despertar o sentimento de coletividade, companheirismo, cooperação, além de habilidades como a coordenação, o equilíbrio e o senso de estratégia.

    1. Peteca

    • Brinquedo utilizado: peteca
    • Número de participantes: 2, no mínimo
    • Objetivo: não deixar a peteca cair no chão

    A peteca é um brinquedo muito popular feito com areia, couro e penas. O jogo de peteca colabora muito com a diversão e pode ser brincado entre duas ou mais crianças. Para facilitar, pode-se formar um roda.

    O objetivo é tocar na peteca e não deixar ela cair no chão. Se isso acontecer, a pessoa que deixou cair, fica fora de jogo. Assim, ganha quem conseguir tocar e não deixar cair no chão durante a partida.

    Para aumentar a diversão, a peteca pode ser confeccionada pelos próprios alunos e fica ao critério do professor os materiais a serem utilizados e que podem ser: jornal, areia, pedras pequenas, tecidos coloridos e barbante.

    2. Cabo de guerra

    • Materiais utilizados: corda longa e reforçada; giz para riscar o chão.
    • Número de participantes: 2, no mínimo
    • Objetivo: puxar a corda com força para o lado que está

    Muito popular entre as crianças, para brincar de cabo de guerra é necessário dividir de maneira igual o número de participantes. Faz-se um risco no chão e cada grupo segura a corda de um lado.

    Quando começar, a ideia é fazer com que os adversários ultrapassem a linha do chão. Para isso, utiliza-se bastante força para puxar a corda. O grupo vencedor é aquele que conseguiu puxar com maior força e trazer o grupo de adversários para perto.

    3. Arranca mandioca

    • Material utilizado: nenhum
    • Número de participantes: 2, no mínimo
    • Objetivo: das mandiocas (segurarem forte a árvore para não serem arrancadas); para o arranca mandioca (retirar cada um da brincadeira)

    Para a brincadeira arranca mandioca não é necessário nenhum objeto, embora faz-se necessário ter alguma árvore perto para começar a diversão. Assim, sentada no chão, a primeira criança segura a árvore e as outras vão se encaixando e segurando o colega da frente.

    Um criança é escolhida para ficar em pé e nomeada a “colhedora de mandioca”. A ideia é ir “puxando” cada uma para fora, até que a criança que está agarrada à outra, solte as mãos de quem está na frente. O objetivo é tentar tirar todos e, para isso, retira-se um a um da fila.

    4. Arco e flecha

    • Materiais utilizados: arco e flecha; alvo
    • Número de participantes: 2, no mínimo
    • Objetivo: tentar acertar o alvo o maior número de vezes

    O arco e flecha é uma brincadeira muito divertida que estimula a coordenação das crianças. Primeiramente, coloca-se o alvo a uma distância razoável (e isso irá depender da idade das crianças) e uma pessoa por vez vai tentar atingir o centro, que valerá mais pontos.

    Pode-se fazer rondas de três jogadas e quem conseguir atingir uma flecha mais próximo do centro do alvo, ganha. Caso não tiverem os objetos para fazer a brincadeira, as próprias crianças, com o auxílio dos professores, podem recortar um papelão na forma de círculo, indicando com uma caneta o centro. Já para substituírem o arco e flecha, pode-se fazer bolinhas coloridas para tentar atingir o alvo.

    5. Gavião e passarinhos

    • Materiais utilizados: giz para desenhar
    • Número de participantes: pelo menos 3
    • Objetivo: para os passarinhos (tentar não ser pego pelo gavião); para o gavião (pegar os passarinhos)

    Primeiramente, desenha-se uma grande árvore no chão com galhos condizentes ao número de participantes. Cada um ficará em um galho e uma criança é escolhida para ser o gavião.

    Quando começar a brincadeira, cada passarinho vai fazer o movimento de bater asas, e pode também cantar e assobiar com o intuito de distrair o gavião. Já o gavião, estará atento para pegar cada passarinho que estiver fora do galho.

    Por isso, o ideal é estar atento com a proximidade do gavião e a localização do seu galho. Cada criança que for pega pelo gavião sai fora da brincadeira até sobrar somente uma, a vencedora.

    6. Jogo da onça

    • Materiais utilizados: tabuleiro do jogo; papelão, caneta e régua para fazer o tabuleiro; pedrinhas, botões ou tampinhas.
    • Número de participantes: 2 jogadores
    • Objetivos: encurralar a onça (para os cachorros); atacar 5 cachorros (para a onça)

    O jogo da onça, também chamado de adugo, é uma brincadeira muito interessante para estimular o senso de estratégia das crianças. O tabuleiro pode ser comprado, mas também confeccionado ou desenhado no chão. O formato do tabuleiro é um quadrado divididos em 16 partes iguais e um triângulo ligado a ele.

    Representação de um tabuleiro de jogo da onça

    Utilizam-se 14 pedrinhas iguais e uma diferente (que será a onça). Os catorze representam os cachorros e a pedrinha diferente, é a onça. Os cachorros tem como objetivo encurralar a onça, antes que ela ataque. Se 5 cachorros foram pegos pela onça, ela vence o jogo.

    7. Corrida do Saci

    • Material utilizado: nenhum.
    • Número de participantes: 2, no mínimo
    • Objetivos: alcançar a linha de chegada

    A corrida do saci é uma brincadeira muito divertida que estimula a coordenação e o equilíbrio. Ela pode ser feita com um grupo grande de crianças em um espaço ao ar livre, como um pátio.

    Relacionado com o personagem mais conhecido do nosso folclore, o saci, a corrida é feita com uma perna só. Traça-se com um giz ou mesmo na areia, uma linha para indicar a chegada, e outra, a partida.

    Assim, todos os jogadores permanecem atrás da linha de partida. Quando for dado o sinal, todos devem correr com uma perna só até a linha de chegada. Se for utilizado os dois pés em algum momento da corrida, o jogador fica fora de jogo. Vence quem conseguir chegar primeiro do outro lado com uma perna só.

    8. Tobdaé

    • Material utilizado: petecas
    • Número de participantes: 4, no mínimo
    • Objetivos: acertar a peteca nos adversários

    Muito similar ao nosso jogo de queimada, o Tobdaé é uma brincadeira jogada em duplas (mas podem ser com mais crianças divididas em dois grupos) e tem como objetivo acertar alguém do time adversário com a peteca. Ela pode ser desenvolvida numa quadra, ou mesmo ao ar livre.

    Aquele que for atingido, vai para fora da brincadeira e assim, vence quem permanecer até o final sem ser atingido pela peteca do adversário.

    Geralmente, cada jogador recebe três petecas que serão utilizadas para acertar alguém do time adversário. Trata-se de um jogo muito dinâmico que estimula, sobretudo, o sentido de reflexo, já que muitas petecas estão na jogada.

    9. Cabas-Maë

    • Material utilizado: nenhum
    • Número de participantes: 4, no mínimo
    • Objetivos: dos roçadores (não encostar nas cabas e correr delas); das cabas (pegar os roçadores que correm)

    Essa é uma brincadeira muito popular nas tribos indígenas da amazônia. Para começar, todas as crianças são divididas em dois grupos. Um deles representará os roçadores, que cuidam da roça, e outro, as cabas, que são espécies de ninhos de marimbondos.

    Assim, as crianças que representam as cabas formam uma roda e se sentam na frente das outras de mãos dadas. Elas vão cantando e balançando as mãos para cima e para baixo, enquanto o outro grupo fica responsável em mover as mãos como se estivessem trabalhando nas plantações da roça.

    Aos poucos, elas vão se aproximando das outras e, no momento que alguma delas toca em uma criança que representa as cabas, os roçadores correm, enquanto as cabas têm o objetivo de pegá-los.

    10. Sol e Lua

    • Material utilizado: nenhum
    • Número de participantes: 6, no mínimo
    • Objetivos: conseguir puxar a criança adversária

    Sol e lua é uma brincadeira em que duas crianças são escolhidas para representar o sol, e outra, a lua. As outras crianças formam uma fila e segurando na cintura do que está em sua frente, vão passando por baixo dos braços, que estão em forma de ponte, das crianças sol e lua.

    Todas vão cantando juntas e os que ficarem presos na ponte devem escolher se querem ficar com a lua ou com o sol. Assim, essa criança fica ao lado do grupo escolhido, até que todas as crianças façam a escolha.

    Depois disso, é formado dois grupos, o do sol, e o da lua. Em duas fileiras, frente a frente, as crianças de cada grupo dão as mãos e tentam puxar a criança adversária. Ganhará o grupo que conseguir fazer mais pontos derrubando os elementos do outro time.

    11. Melancia

    • Material utilizado: nenhum
    • Número de participantes: 6, no mínimo
    • Objetivos: para as melancias (não serem pegas pelos ladrões); para o dono (conseguir pegar o ladrão); para o ladrão (fugir do dono e de seus cachorros)

    Nessa brincadeira, um grupo de crianças representará as melancias e, portanto, ficarão agachadas com as cabeças para baixo. Elas estarão espalhadas pelo terreno. Uma delas será escolhida para representar o dono da plantação, responsável por cuidar de suas frutas. Essa criança deverá ser acompanhada por mais duas, que representarão os cachorros do dono da plantação.

    Esses animais o ajudam a vigiar o campo de melancias. Por sua vez, outro grupo representará os ladrões que ficarão responsáveis por tentar roubar as frutas sem que o dono perceba. Se o dono ou os cachorros pegaram um dos ladrões tentando roubar as melancias, eles correm atrás para o pegar.

    Veja também mais brincadeiras para fazer com as crianças:

    • Jogos populares que ensinam e as crianças adoram
    • Brincadeiras de Roda
    • Brincadeiras Folclóricas
    • Brincadeiras Juninas
    Daniela Diana Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.

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