Para escrever um bom texto dissertativo-argumentativo sobre doação de órgãos é importante ler para entender um pouco mais a respeito. Isso permitirá que você exponha com mais clareza o problema que pretende, explique, apresente uma proposta de intervenção - como o que é solicitado no Enem, e tire conclusões.
A seguir propomos os seguintes passos para garantir uma redação de sucesso sobre o tema, inclusive atendendo uma possível proposta de redação do Enem.
A doação de órgãos é a remoção de órgãos ou tecidos de uma pessoa, viva ou falecida, para uma pessoa doente que precise de transplante e se encontra numa lista aguardando uma doação.
No caso de pessoas falecidas, a Lei 9.434 estabelece que a doação só pode acontecer após ter sido constatada a morte encefálica - quando o cérebro deixa de funcionar. Além disso, o ato de doar requer o consentimento de um familiar.
Antes de começar a redigir o seu texto, você precisa delimitar o assunto, o que significa definir o tema.
As provas do Enem já trazem o tema, mas se você está diante da tarefa de escrever sobre doação de órgãos numa outra situação que não o Enem, é preciso definir especificamente sobre o que o seu texto irá tratar. Afinal, doação de órgãos é um assunto bastante abrangente.
Sobre o assunto doação de órgãos, alguns temas poderiam ser:
Definido o tema, você precisa pensar sobre o que pretende abordar no seu texto.
No que respeita a esse tema, podemos pensar sobre a reação de uma família no momento em que perde um ente querido e é surpreendida com a decisão entre doar ou não os seus órgãos.
Se a família nunca pensou nessa situação, na hora de tomar essa decisão a primeira ideia é negar a doação; porque nada importa naquele momento em que se perde alguém querido.
O esclarecimento acerca desse assunto ajudaria a família a responder afirmativamente, e sem receio, sobre a sua intenção em doar órgãos.
Para tanto, dar visibilidade ao assunto na sociedade, promoveria a sua discussão em casa, preparando as pessoas a se posicionarem sobre ele antes mesmo de serem surpreendidas por uma eventualidade.
O Brasil é o segundo país que faz mais transplantes de órgãos no mundo. Desses transplantes, 90% são financiados pelo SUS.
Apesar dessa conquista, a lista de espera dos receptores ainda é bem grande em comparação com os números de mortes encefálicas que ocorrem - das quais surgem os potenciais doadores.
Ainda que grande parte das doações não prossigam por falta de autorização familiar, a falta de infraestrutura tem um grande impacto.
Acontece que para doar, é preciso ter uma equipe especializada para o fazer. Em muitos casos, há um doador, mas não existe uma equipe pronta a dar o tratamento adequado ao procedimento, inviabilizando-o, pois à espera da equipe, o tempo de utilização do órgão para transplante é ultrapassado.
Assim, investir na formação de equipes médicas especializadas nos transplantes de órgãos pode ser tão importante quanto educar a população sobre o assunto e incentivar a doação de órgãos de um familiar.
Se a oferta de órgãos crescer por um lado, é necessário que os profissionais também cresçam em número para atender essa demanda.
Apesar da vontade de ajudar, muitas famílias de potenciais doadores enfrentam também o receio de que os órgãos do seu familiar possam entrar no sistema do tráfico de órgãos.
Como resultado, a lista dos pacientes em espera poderia ser manipulada, beneficiando doentes com poder aquisitivo maior. Pior ainda, poderia beneficiar profissionais de saúde corruptos, que por falta de informação da família poderiam tentar cobrar dela um serviço que é gratuito.
É importante que todos saibam que na doação de órgãos, a família do doador não paga e nem recebe nenhuma quantia em dinheiro.
Além disso, entre os familiares também há o medo de que a equipe de saúde possa negligenciar cuidados ao familiar doente, propiciando a sua morte, tendo como fim a comercialização dos seus órgãos.
Ainda que a informação sobre o assunto seja muito importante para afastar certos medos, um maior investimento na estrutura hospitalar propiciaria que mais transplantes acontecessem para que os órgãos não fossem supervalorizados economicamente.
Pesquisar sobre o assunto não só ajuda a construir a sua ideia, como também propicia que dados encontrados possam ser usados no seu texto, conferindo-lhe mais propriedade.
Com relação ao Enem, não se preocupe se for surpreendido com um assunto que desconhece. Isso porque a prova traz textos motivadores que ajudam na construção de ideias, inclusive, com dados que podem ser citados na sua redação, e que são muito importantes para dar credibilidade ao que você está escrevendo.
Procure informação em livros, revistas, jornais e sites especializados no assunto:
De acordo com a ABTO - Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, na última estatística de Registro Brasileiro de Transplante o Brasil registrou um aumento de transplante de 3,5% em 2016 comparativamente a 2015.
O maior fator que inibe o transplante é a recusa das famílias. Apesar de as recusas terem diminuído ligeiramente, em entrevista, 43% das famílias disseram que não autorizam a doação.
No Brasil, que é o segundo maior transplantador do mundo, 90% dos transplantes são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, a lista de espera é extensa e conta com mais de 30 mil pacientes, sendo que mais de 20 mil aguardam por um rim.
Além de mencionar dados, as citações podem enriquecer bastante o seu texto. Reflita em algo interessante dito por alguém ilustre e que vá ao encontro das ideias que apresentou.
Por exemplo, sobre a possível proposta de promover a discussão acerca da doação de órgãos na escola, as seguintes citações poderiam ser utilizadas:
Para ajudar você a encontrar uma citação:
Chegou a hora de estruturar o seu texto:
Introdução: apresente o assunto da sua redação indicando ao leitor o que ele encontrará no seu texto, ou seja, qual o problema tratado nele.
Em termos percentuais, a primeira parte da redação ocupa 25% de todo o texto, o que seria 1 parágrafo na redação do Enem;
Desenvolvimento: desenvolva as ideias apresentadas na introdução de forma dissertativa-argumentativa, ou seja, expondo as suas ideias com argumentos que as sustentem.
A segunda parte da redação precisa de mais espaço, 50% de todo o texto, cerca de 2 parágrafos na redação do Enem;
Conclusão: termine o texto relacionando o problema apresentado com as ideias que você defende e as conclusões retiradas de tudo o que foi mencionado. É nessa parte que você apresenta a proposta de intervenção que as redações de Enem cobram.
25% do texto é dedicado a essa parte, que corresponde a cerca de 1 parágrafo na redação do Enem.
Ministério da Saúde - saude.gov.br
ABTO - Associação Brasileira de Transplante de Órgãos - www.abto.org.br
Márcia Fernandes Professora, pesquisadora, produtora e gestora de conteúdos on-line. Licenciada em Letras pela Universidade Católica de Santos.Show life that you have a thousand reasons to smile
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