Flávio Valério Aurélio Constantino (272 d.C. - 337 d.C.), chamado de "Constantino, o Grande", foi o segundo imperador romano da dinastia Constantina.
Foi o primeiro imperador a dar liberdade ao Cristianismo no Império Romano. Destacou-se também pela série de reformas administrativas, militares e religiosas realizadas durante o seu reinado.
O pai de Constantino, o imperador Constâncio I, faleceu no ano de 306 d.C. em Eboracum (atual York, Inglaterra).
Suas tropas decidiram declarar seu filho como imperador. No entanto, como o regime da época era a tetrarquia, Constantino compartilhou o título de Augusto (o mais alto na hierarquia) com os imperadores regentes Magêncio (filho de Maximiano), Licínio e Maximino. Magêncio de Constantino dividiam o governo do Império Romano do Ocidente.
Em outubro de 312 d.C., Constantino I avançou para um confronto com Magêncio, pois pretendia dominar de forma exclusiva o Império Romano do Ocidente. Ele avançou pelo norte da Itália, passando por locais que hoje correspondem às cidades de Turim e Milão.
Sabendo da aproximação de Constantino I, Magêncio resolveu surpreendê-lo com sua tropa na Ponte Mílvia, ainda existente nos dias atuais sobre o Rio Tibre, pois sabia que interceptá-lo neste local seria crucial para impedi-lo de entrar em Roma.
Apesar de dispor de uma tropa com um total de homens inferior às de Magêncio, em 28 de outubro de 312 d.C., Constantino derrotou seu opositor que, durante a batalha, caiu no rio e morreu afogado. Assim, passou a reinar sozinho como imperador do Império Romano no Ocidente.
Arco de Constantino, Roma, Itália - construção em comemoração à vitória de Constantino sobre MagêncioAs disputas de Constantino para defender sua posição incluíram uma série de acontecimentos como negociações diplomáticas e guerras civis.
Ao derrotar Magêncio, Constantino passou a liderar sozinho o Império Romano Ocidental. No entanto, o Império Romano Oriental ainda tinha como imperadores Maximino e Licínio.
Em uma negociação entre estes dois territórios ficou estabelecido, pelo Édito de Milão, que o Império Romano seria neutro no que diz respeito a religiões, Constantino oferece sua irmã em casamento para Licínio, o que culminou em uma maior proximidade entre os dois.
Esta aproximação criou tensões que resultaram no rompimento de relações de Maximino e Licínio em 313, que se enfrentaram na Batalha de Tzíralo, em 30 de abril de 313. Licínio saiu como vencedor e, meses depois, Maximino veio a falecer. Assim, Licínio passou a reinar sozinho no Império Romano do Oriente.
A esta altura, Licínio era o imperador da parte oriente do Império Romano, e Constantino, o imperador da parte ocidente. Entretanto, os dois passaram a se enfrentar de forma direta na luta pelo poder.
Em julho de 324 d.C., teve lugar a Batalha de Helesponto (atual Darnadelos), um combate naval do qual a tropa de Constantino, liderada por seu filho Crispo, saiu vitoriosa.
Posteriormente, o confronto final aconteceu em setembro de 324 d.C., na Batalha de Crisópolis. Após uma derrota esmagadora, onde perdeu grande parte de seu exército, Licínio conseguiu escapar.
Ao compreender que os soldados que haviam restado não seriam suficientes para um novo confronto, Licínio se rendeu ao inimigo, intermediado por sua esposa.
Constantino se comprometeu a atender o pedido da irmã para poupar a vida de seu marido Licínio, mas acabou por matá-lo após alguns meses. Com isso, chegou ao fim a Tetrarquia e Constantino passou a ser o único imperador de todo o Império Romano (ocidente e oriente).
Império Romano Oriental e Império Romano OcidentalVeja também: Imperadores romanos
A cidade de Constantinopla foi estabelecida na cidade de Bizâncio, em 330 d.C. Atualmente, ela conhecida como Istambul, na Turquia.
Consciente de que Roma ficava um tanto afastada das fronteiras orientais do Império Romano, e que era palco de confrontos, Constantino resolveu mudar a capital do Império e escolheu o local por conta de sua localização estratégica.
Batizada de Constantinopla em sua própria homenagem, Constantino também chamou a cidade de “Nova Roma”. Governada pela legislação romana e marcada pela presença do Cristianismo, a língua oficial era o grego.
Durante muito tempo, o Cristianismo foi interpretado pelo Império Romano como uma afronta, pois em vez de adorar ao Imperador, seus adeptos adoravam a Deus.
Nesse período, os cristãos foram perseguidos e muitas de suas propriedades e de seus lugares de culto foram confiscados. Era comum, por exemplo, atirar cristãos aos leões no Coliseu de Roma para entreter as multidões.
Constantino teve um papel fundamental em prol do Cristianismo quando, com Licínio, assinou em 313 d.C. o Édito de Milão, decretando o fim da perseguição religiosa e garantindo oficialmente a legitimidade não só do Cristianismo, mas também de todas as outras religiões.
Embora seja considerado como o primeiro Imperador romano a se converter ao Cristianismo, alguns historiados defendem a ideia de que Constantino, na verdade, era pagão.
Neste sentido, sua posição favorável à religião cristã nada mais era do que um interesse político, pois o apoio dado à Igreja Cristã era uma forma de manter a paz no Império Romano.
Prova disso é o fato de nunca ter frequentado missas ou outros atos religiosos, e de apenas ter pedido para ser batizado e cristianizado no final de sua vida, quando já sabia que a morte se avizinhava.
O Cristianismo só passou a ser a religião oficial do Império Romano em 380 d.C., através do Édito de Tessalônica, por ordem do imperador Teodósio I.
Um dia antes do confronto com Magêncio, que viria a ficar conhecido como a Batalha da Ponte Mílvia, Constantino teve uma visão enquanto olhava para o sol: viu as letras X e P entrelaçadas com uma cruz, com o dizer em latim "In Hoc Signo Vinces", que significa “Com este sinal, vencerás”.
Assim, ordenou que todos os seus soldados pintassem uma cruz em seus escudos e acabou por sair vitorioso do confronto. Uma segunda teoria afirma que não tenha se tratado de uma visão, mas sim de um sonho.
As letras X e P são as duas primeiras da palavra "Cristo" em grego: ΧριστόςDurante o reinado de Constantino, o Império Romano passou por uma série de reformas religiosas, administrativas e militares. Confira abaixo as principais.
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