Em oposto à energia de ionização, um átomo também pode receber um elétron, formando um íon negativo:
X(g) + 1 elétron → X- (g)
Este processo é normalmente acompanhado por uma liberação de energia, e é por essa quantidade de energia que mede-se o quão fortemente o elétron se liga ao átomo. “A afinidade eletrônica de um átomo é definida como a quantidade de energia, ΔH, envolvida no processo em que um átomo isolado gasoso, no seu estado fundamental, recebe um elétron, formando um íon negativo”1.
Quando esse átomo tende a ganhar elétrons, apresenta em potencial essa tendência, energia é liberada e ΔH é negativo. E quanto mais negativo, maior a tendência do átomo em receber elétrons. “Afinidades eletrônicas são difíceis de medir e não são conhecidos valores exatos para todos os elementos. Os valores para os elementos dos três primeiros períodos estão colocados em função dos números atômicos na figura abaixo. (Nem todos esses valores foram obtidos experimentalmente, alguns foram calculados teoricamente.)”1.
Quando temos valores positivos para afinidade eletrônica (ou eletroafinidade) isto significa que energia é absorvida das vizinhanças quando o átomo recebe um elétron.
“O termo afinidade eletrônica foi definido como a diferença de energia interna entre um mol de átomos gasosos de um elemento e um mol de seus monoânions gasosos. Uma afinidade eletrônica positiva indica que os ânions tem menor energia que os átomos, e que a formação dos ânions a partir dos átomos é exotérmica”2.
“A energia necessária para retirar um elétron é a mesma liberada pelo átomo ao receber um elétron.”3 Sendo assim, as duas propriedades apresentam ao longo da tabela periódica a mesma variação. Quando o tamanho do átomo diminui, o elétron que o átomo adquiriu é mais fortemente atraído pelo núcleo, aumentando a afinidade eletrônica; nas famílias de baixo para cima. Nos períodos o tamanho do átomo diminui da esquerda para a direita, o que se faz concluir que a afinidade eletrônica tende a aumentar da esquerda para a direita.
Abaixo pode ser visto de maneira esquemática o comportamento da afinidade eletrônica nas famílias e períodos da tabela periódica.
A afinidade eletrônica só apresenta aplicação prática para os não-metais, pois seus átomos tendem a receber elétrons. Para os metais é muito difícil medir a eletroafinidade, uma vez que seus átomos tendem a doar elétrons, pois assim tornam-se mais estáveis energeticamente.
Referências: 1. RUSSELL, John B.; Química Geral vol.1, São Paulo: Pearson Education do Brasil, Makron Books, 1994. 2. JONES, Chris J.; A Química dos Elementos dos Blocos d e f, Sociedade Brasileira de Química, Bookman, São Paulo/SP – 2002. 3. SARDELLA, Antônio; MATEUS, Edegar; Curso de Química: química geral, Ed. Ática, São Paulo/SP – 1995.
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