Eva Duarte Perón, mais conhecida como Eva Perón ou Evita Perón, nasceu em 7 de maio de 1919, em Los Toldos e faleceu em Buenos Aires no dia 26 de julho de 1952. Foi uma atriz, primeira-dama e líder política argentina.
Casada com o militar e presidente argentino Juan Domingo Perón, Eva foi a grande responsável pela consolidação política do marido.
Faleceu de câncer do útero e após sua morte, seu cadáver foi sequestrado por opositores políticos e só retornaria à Argentina em 1974.
Eva Perón nasceu na localidade bonarense de Los Toldos. Seu pai era um estanceiro e matinha duas famílias: uma na cidade, a legítima e a outra no campo, com quem teve cinco filhos, dentre os quais Eva.
Naquela época, os filhos concebidos fora do casamento não possuíam nenhum direito e eram desprezados pela sociedade. Inclusive, recebiam oficialmente a denominação de "filhos ilegítimos".
Eva Perón durante as celebrações da independência da Argentina em 9 de julho de 1951, no Teatro ColónQuando o pai faleceu, num acidente de carro, em 1926, a mãe tenta ir ao velório com seus filhos e são humilhados pela família da esposa legítima. Este fato marcaria a vida de Eva Perón para sempre.
Frequentaria a escola local onde se destacaria em declamação e capacidade para falar em público. Aos 15 anos, decide tentar a sorte em Buenos Aires onde começa sua carreira artística com pequenos papéis no rádio e nos teatros. Mais tarde, trabalharia no cinema.
Em 1944, um terremoto sacudiu a província de san Juan e um grande ato beneficente foi organizado. Várias personalidades do mundo dos espetáculos e do político estiveram presentes como o coronel e então ministro do Trabalho, Juan Domingo Perón, e a atriz Eva Duarte.
Perón passou a manter uma relação sentimental com Evita e a levava em atos públicos, o que escandalizava a conservadora sociedade argentina.
O prestígio de Perón, como ministro do Trabalho, crescia no país. Através de sua gestão foram promulgadas as primeiras leis trabalhistas da Argentina. No entanto, sua popularidade com a classe trabalhadora não era vista com bons olhos e Perón é preso em 1945.
Eva organiza, então, um grande ato pedindo a liberdade do político o que é obtido em 17 de outubro de 1945. Esta data é considerada a fundação do movimento peronista.
A fim de acabar com os rumores que provocavam sua relação, Perón e Evita se casam em 22 de outubro do mesmo ano.
Juan Perón vence as eleições presidenciais de 1946 e Eva torna-se uma importante peça no seu governo.
A primeira-dama conquista os trabalhadores com seus discursos inflamados dirigidas às classes populares, a quem chamaria de “descamisados”. Com um palavreado populista, Eva Perón atende pessoalmente a milhares de pedidos que se acumulam no seu escritório.
Seu triunfo é medido quando faz um tour pela Europa no pós-guerra, em 1947, visitando países como Espanha, Itália, Portugal e França. Na volta, esteve três dias no Brasil onde foi recebida pelo presidente Eurico Gaspar Dutra.
Após esta viagem, Eva Perón cria uma fundação com seu nome para ajudar aos mais pobres. A partir deste momento, a classe trabalhadora a chamará de "Evita".
Igualmente, pressiona o governo para aprovar leis que permitem o voto feminino, a paridade entre o homem e a mulher, e o fim das diferenças entre os filhos legítimos e ilegítimos. Esta última em recordação ao que tinha sofrido na sua infância.
Todas estas atitudes, mais o fato de ter uma origem humilde e ter sido atriz - profissão incompatível com a moral da época - atraem inimizades dos círculos conservadores, da Igreja e das Forças Armadas.
Ao final do mandato de Perón, Evita é apontada pela CGT (Central Geral de Trabalhadores) para integrar a chapa como vice-presidente. Tal decisão desagrada aos setores mais conservadores e aos militares, que não aceitam que ela concorra às eleições.
Perón é eleito para o cargo em 11 de novembro de 1951, mas Eva Perón já se encontrava doente do câncer que a mataria em 26 de julho de 1952.
O cadáver de Eva Perón é embalsamado e colocado na sede da CGT, em Buenos Aires, enquanto fosse construído um monumento para abrigá-lo. No entanto, em 1955, Perón é derrotado com um golpe de Estado, mandado ao exílio e o cadáver de Evita é sequestrado.
Os restos mortais da primeira-dama argentina são escondidos por todo país, atravessam o oceano e são depositados num cemitério em Milão, sob um nome falso. Somente na década de 70, quando Perón negocia sua volta à Argentina, ele exige que lhe devolvam o corpo de sua esposa.
O cadáver de Eva Perón é transportado de Milão a Madrid, em 1971, e entregue ao viúvo, que vivia seu exílio na capital espanhola. Três anos depois voltaria a Argentina e, finalmente, descansa no cemitério da Recoleta, em Buenos Aires.
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