A Segunda Geração Modernista no Brasil, também chamada de Geração de 30, se estendeu de 1930 a 1945.
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Sobre a segunda geração do modernismo brasileiro é correto afirmar:
a) a cultura indígena e africana foram os principais temas explorados pelos escritores desse período. b) chamada de fase de construção, a produção literária desse momento esteve voltada para a denúncia da realidade brasileira. c) o índio foi eleito como o herói nacional, reforçando ainda mais a identidade brasileira. d) desprovida de engajamento político, nesse momento a preocupação era acerca do aprimoramento da linguagem. e) com forte teor indianista, a poesia dessa fase esteve voltada para temas cotidianos.
Ver RespostaAlternativa correta: b) chamada de fase de construção, a produção literária desse momento esteve voltada para a denúncia da realidade brasileira.
A produção literária da segunda geração modernista, também chamada de fase de construção, apresenta um Brasil diversificado regional e culturalmente. Tanto a prosa como a poesia desse período destacam os problemas do país, fazendo da denúncia social uma de suas maiores armas de afirmação.
Com forte engajamento político, muitos autores desse período estavam focados em apontar os problemas das diversas regiões do Brasil, tais quais: a desigualdade social, a fome, a miséria, a opressão, a exploração, etc.
Temas sociopolíticos, existenciais, metafísicos, espirituais, populares, urbanos e históricos foram os mais explorados nessa fase.
Sobre as características da prosa da segunda fase do modernismo no Brasil é incorreto afirmar:
a) a produção literária dessa fase buscou apresentar um retrato mais objetivo da realidade. b) o regionalismo nordestino representou uma das principais expressões do romance de 30. c) a denúncia social e o engajamento político são duas fortes características da produção desse período. d) o uso da linguagem coloquial e dos regionalismos marcaram os romances publicados nessa fase. e) a literatura destrutiva dessa fase foi essencial para criar uma abordagem menos politizada.
Ver RespostaAlternativa correta: e) a literatura destrutiva dessa fase foi essencial para criar uma abordagem menos politizada.
A prosa da segunda geração modernista surge em um período conturbado com a queda da bolsa de valores (1929) de Nova York, nos Estados Unidos, que resultaria em uma grande crise econômica, social e política no mundo. No Brasil, temos o início da Era Vargas e a aproximação da ditadura militar.
Por conta desse cenário, a produção literária desse momento foi mais politizada e construtiva, buscando retratar de maneira mais objetiva a realidade brasileira, bem como denunciar os problemas sociais do país como a desigualdade, a fome, a miséria, etc.
Para isso, alguns escritores do período abordam temas relacionados com o nordeste, tais quais, a seca, a disputa de terras, o coronelismo, etc. Assim, nesse momento, houve uma maturidade grande na produção literária, o que ficou conhecido como romance de 30.
Para demostrar a realidade tal qual ela é, ou seja, de maneira mais objetiva possível, muitos escritores optaram por utilizar uma linguagem mais popular, coloquial e repleta de regionalismos.
A prosa de 30 foi um dos momentos de grande destaque da segunda geração modernista. Nesse momento, a literatura teve um papel importante na divulgação de temas relacionados com a realidade brasileira. Muitos escritores de destacaram nessa fase, exceto:
a) Rachel de Queiroz b) Graciliano Ramos c) José Lins do Rego d) Clarice Lispector e) Jorge Amado
Ver RespostaAlternativa correta: d) Clarice Lispector
Clarice Lispector se destacou na prosa e na poesia da terceira fase do modernismo no Brasil. Sua obra de caráter lírico e intimista explorou temas existenciais humanos.
A poesia de 30 reuniu obras que foram produzidas no Brasil durante a segunda geração modernista (1930-1945). Essa fase representou um dos melhores momentos da poesia brasileira. Sobre as características desses textos, é correto afirmar:
a) presença de versos livres b) preferência pela linguagem formal c) excesso de pontuação d) centrados na lógica e) ausência de humor
Ver RespostaAlternativa correta: a) presença de versos livres
A poesia de 30 foi um dos momentos mais representativos da segunda geração modernista.
Centrados em questionamentos sobre a existência humana, temas sociais, religiosos e amorosos, os poetas dessa fase buscaram uma abordagem mais filosófica.
A poesia desse período utilizou versos brancos e livres e também a poesia de forma fixa, como o soneto.
As principais características encontradas nesses textos são a falta de pontuação, o uso da linguagem cotidiana, presença de humor e ironia, além de fragmentos avessos ao racional e a ordem lógica.
Temas relacionados com o universo nordestino foi explorado por diversos autores na segunda fase do modernismo no Brasil. Das alternativas abaixo, o romance que não apresenta essa temática é:
a) Vidas secas, de Graciliano Ramos b) A bagaceira, de José Américo de Almeida. c) O quinze, de Rachel de Queiroz d) Menino do engenho, de José Lins do Rego e) O país do carnaval, de Jorge Amado
Ver RespostaAlternativa correta: e) O país do carnaval, de Jorge Amado
Publicado em 1931, o romance de Jorge Amado, O País do Carnaval, retrata a vida de um intelectual brasileiro e expõe suas considerações sobre o Carnaval e o tema da mestiçagem no Brasil.
Nas outras alternativas, temos:
a) Publicado em 1938, o romance de Graciliano Ramos, Vidas secas, aborda problemas como a seca do Nordeste, a fome e a miséria dos retirantes. b) Publicado em 1928, o romance de José Américo de Almeida, A bagaceira, que marca o início da prosa de 30, retrata sobre o tema da seca e da vida de retirantes. c) Publicado em 1930, o romance de Rachel de Queiroz, O Quinze, aborda sobre uma das maiores secas que assolou o Nordeste em 1915. d) Publicado em 1932, o romance de José Lins do Rego, Menino do engenho, aborda sobre o ciclo de açúcar no Brasil, e tem como ambiente os engenhos nordestinos.
No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento Na vida de minhas retinas tão fatigadas Nunca me esquecerei que no meio do caminho Tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra
(No meio do Caminho, Carlos Drummond de Andrade)
Publicado na revista Antropofagia em 1928 e posteriormente em sua obra Alguma poesia (1930), o poema de Carlos Drummond de Andrade causou um escândalo na época sendo duramente criticado. Sobre isso é correto afirmar:
a) o poema representou um ataque aos políticos da época. b) o poema critica duramente a desatenção dos seres humanos. c) o poema utiliza do ceticismo para abordar um tema corriqueiro. d) o poema apresenta críticas relacionadas com o choque social presente no país. e) o poema utiliza a ironia e o sarcasmo para se referir a condição humana.
Ver RespostaAlternativa correta: e) o poema utiliza a ironia e o sarcasmo para se referir a condição humana.
Carlos Drummond de Andrade foi, na altura, muito criticado pela publicação do poema “No meio do caminho”.
Com uma linguagem simples e acessível, o escritor utiliza da repetição e redundância para ironizar a condição humana. A “pedra”, palavra repetida 7 vezes, representa os obstáculos que o ser humano encontra na vida.
Não rimarei a palavra sono com a incorrespondente palavra outono. Rimarei com a palavra carne ou qualquer outra, que todas me convém. As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se dissolvem, no céu livre por vezes um desenho, são puras, largas, autênticas, indevassáveis.
[...]
(Consideração do poema, Carlos Drummond de Andrade)
A função da linguagem explorada pelo autor no trecho acima é chamada de:
a) Conativa b) Metalinguística c) Referencial d) Emotiva e) Fática
Ver RespostaAlternativa correta: b) Metalinguística
No trecho do poema de Carlos Drummond de Andrade, o autor preocupa-se em explicar sobre a produção poética, e assim, utiliza da função metalinguística.
Essa função está relacionada com “código da comunicação” que, nesse caso, é a linguagem escrita. Note que a metalinguagem é a linguagem que descreve sobre ela mesma. Ou seja, ela utiliza o próprio código para explicá-lo.
(Vunesp) Com base no trecho a seguir, assinale a alternativa correta.
"Conheci que Madalena era boa em demasia, mas não conheci tudo de uma vez. Ela se revelou pouco a pouco, e nunca se revelou inteiramente. A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste. E, falando assim, compreendo que perco o tempo. Com efeito, se me escapa o retrato moral de minha mulher, para que serve esta narrativa? Para nada, mas sou forçado a escrever. Quando os grilos cantam, sento-me aqui à mesa da sala de jantar, bebo café, acendo o cachimbo. Às vezes as idéias não vêm, ou vêm muito numerosas - e a folha permanece meio escrita, como estava na véspera. Releio algumas linhas, que me desagradam. Não vale a pena tentar corrigi-las. Afasto o papel."
a) Esse trecho é do romance São Bernardo de Graciliano Ramos. O narrador é a personagem central do livro. Ele começa a refletir sobre sua própria vida a partir da morte de Madalena, sua esposa. b) Trata-se do romance de Machado de Assis, Dom Casmurro, em que o narrador revê sua vida após a morte de sua esposa. c) Nesse trecho de Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa fala do sertão. O narrador é um cangaceiro que relembra a vida que teve com a mulher antes de ela ter morrido. d) O autor desse trecho é José Lins do Rego. Em seu romance Fogo Morto, conta a história de José Amaro, o artesão que se orgulha de sua profissão, mas que se sente enfraquecido após a morte da esposa. e) O trecho apresentado fala da angústia de escrever. Um homem rude tenta passar sua vida a limpo, contando sua própria história. Esse é o assunto do romance A bagaceira de José Américo de Almeida.
Ver RespostaAlternativa correta a) Esse trecho é do romance São Bernardo de Graciliano Ramos. O narrador é a personagem central do livro. Ele começa a refletir sobre sua própria vida a partir da morte de Madalena, sua esposa.
Publicado em 1934, o romance de Graciliano Ramos, São Bernardo, retrata a vida de Paulo Honório, o narrador e o personagem principal. Ele compra a fazenda São Bernardo, tornando-se fazendeiro.
Ali, casa-se com Madalena e com ela tem um filho. No entanto, por conta de sua personalidade violenta, o casamento termina com o suicídio de Madalena.
(UFT) Leia o fragmento de texto a seguir.
Chegou a desolação da primeira fome. Vinha seca e trágica, surgindo no fundo sujo dos sacos vazios, na descarnada nudez das latas raspadas. – Mãezinha, cadê a janta? – Cala a boca, menino! Já vem! – Vem lá o quê!… Angustiado, Chico Bento apalpava os bolsos… nem um triste vintém azinhavrado… Lembrou-se da rede nova, grande e de listras que comprara em Quixadá por conta do vale de Vicente. Tinha sido para a viagem. Mas antes dormir no chão do que ver os meninos chorando, com a barriga roncando de fome. Estavam já na estrada do Castro. E se arrancharam debaixo dum velho pau-branco seco, nu e retorcido, a bem dizer ao tempo, porque aqueles cepos apontados para o céu não tinham nada de abrigo. O vaqueiro saiu com a rede, resoluto: – Vou ali naquela bodega, ver se dou um jeito… Voltou mais tarde, sem a rede, trazendo uma rapadura e um litro de farinha: – Tá aqui. O homem disse que a rede estava velha, só deu isso, e ainda por cima se fazendo de compadecido… Faminta, a meninada avançou; e até Mocinha, sempre mais ou menos calada e indiferente, estendeu a mão com avidez.
QUEIROZ, Rachel de. O Quinze. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1979, p. 33.
“O Quinze”, romance de estreia de Rachel de Queiroz, publicado em 1930, retrata a intensa seca que marcou o ano de 1915 no sertão cearense. Considerando o fragmento apresentado, é CORRETO afirmar.
a) A linguagem utilizada pela autora, para construir o romance, aproxima-se da oralidade, conforme se vê no fragmento. Tal recurso é utilizado para se contrapor à escrita extremamente rebuscada de alguns modernistas da primeira geração, como Oswald de Andrade. b) Na narrativa, estreitamente ligada às propostas de denúncia social dos regionalistas de 30, destacam-se o drama da seca, a miséria e a degradação humana, marcantes em cenas como a do fragmento citado. c) O fragmento apresenta um discurso moralizante, recorrente nos romances da segunda geração modernista, e destaca o drama vivido pela família de Chico Bento, diante das dificuldades de sobrevivência. d) Apesar de se referir à seca que marcou o ano de 1915, o romance coloca em primeiro plano a violência e o desrespeito que marcam as relações sociais, independente das condições climáticas; exemplo disso é a relação de espoliação entre Chico Bento e o homem da bodega. e) Ainda que publicado no início da década de 30, momento de intensas mudanças políticas e culturais no país, o romance liga-se estética e tematicamente às propostas literárias da primeira geração modernista.
Ver RespostaAlternativa correta: b) Na narrativa, estreitamente ligada às propostas de denúncia social dos regionalistas de 30, destacam-se o drama da seca, a miséria e a degradação humana, marcantes em cenas como a do fragmento citado.
O trecho do texto de Rachel de Queiroz aborda sobre o tema da seca, da fome e da miséria. O romance, publicado em 1930, retrata a história da migração de Chico Bento e sua família, decorrente da seca que assolou o nordeste em 1915.
(Ibmec-SP)
1ª parte do poema “Eu, etiqueta” - Carlos Drummond de Andrade
Em minha calça está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório, Um nome…estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida. Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produto Que nunca experimentei Mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, permanência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada.
Carlos Drummond de Andrade é considerado o poeta mais importante do nosso Modernismo e pertenceu à segunda geração desse período literário. Assinale as principais características dessa fase, visivelmente detectadas no poema:
a) Literatura marcada pela obscuridade. A realidade é revelada de uma forma imprecisa e vaga. b) Literatura politizada, marcada pelo questionamento da realidade e comprometida com as transformações sociais enfrentadas pelo país. c) Subjetividade, o culto ao “EU”, ao individualismo e à liberdade de expressão. d) Culto excessivo da forma, expresso por meio de malabarismos sintáticos e abusos de figuras literárias, o que resulta em um rebuscamento exagerado da linguagem. e) Predomínio da razão sobre os sentimentos e uso de uma linguagem mais sóbria, sem excessos e figuras de linguagem.
Ver RespostaAlternativa correta: b) Literatura politizada, marcada pelo questionamento da realidade e comprometida com as transformações sociais enfrentadas pelo país.
A produção literária da segunda geração modernista questiona a realidade apontando diversos problemas sociais e econômicos do Brasil, tendo, assim, uma postura mais politizada.
No trecho do poema de Carlos Drummond de Andrade, o poeta critica a publicidade anunciada dos produtos em diversos objetos cotidianos e que o torna "escravo da matéria anunciada",
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