Frutas brasileiras são aquelas que tiveram origem aqui, no Brasil. Das frutas mais comuns na alimentação dos brasileiros, nem todas são nativas do Brasil como, por exemplo, maçã, banana, manga, mamão, melancia, laranja e limão.
Fruta é o termo popular para designar um fruto, geralmente doce e comestível. Enquanto fruto é o termo botânico utilizado para nomear um ovário fecundado que contém sementes.
Para que uma fruta seja nativa é preciso que, primeiramente, um organismo do Reino Vegetal surja, através da evolução, em uma determinada região. Seria o mesmo que dizer que, quem nasce no Brasil é brasileiro, mesmo que depois migre para outro país.
Um grupo de 205 botânicos realizam uma pesquisa para o resgate e melhor compreensão da flora brasileira, ao todo foram identificadas quase 50 mil espécies nativas.
Dentre elas estão as plantas que produzem frutas originalmente brasileiras. A maioria das frutas típicas do Brasil, isto é, nativas do território brasileiro, são pouco conhecidas pela população em geral, portanto, pouco consumidas.
Contudo, existem frutas brasileiras muito exploradas comercialmente, como a pitanga, o abacaxi e o caju.
Biribá: Annona mucosa Jacq.
A espécie Annona mucosa é popularmente chamada de biribá, araticum, graviola-brava ou fruta-de-condessa. Pertence à família botânica Annonaceae e é nativa das regiões Norte e Nordeste.
O biribá é comumente comercializado em pequenas feiras no interior dos estados das regiões Norte e Nordeste, contudo são pouco comercializadas em larga escala.
O biribá possui cerca de 13,5% de carboidratos, 12% de fibras, 0,7% de lipídios e 0,5% de proteínas. Normalmente é consumido fresco, mas é bastante utilizado em preparos de sucos, vinhos, sorvetes ou geleias.
As folhas, a polpa da fruta e as sementes são usadas pela medicina popular no combate de cólicas, diarreia, vômito e mal-estar geral.
Jenipapo: Genipa americana L.
A fruta em questão é da espécie Genipa americana que pertence à família botânica Rubiaceae. Ocorre somente no Brasil, sendo encontrada em todas as regiões brasileiras.
Popularmente conhecida por cabaçu, janipaba, jenipapo-branco, jenipapo ou jenipava. A fruta é consumida, principalmente, como doces, geleias, licores ou vinhos, dificilmente o jenipapo é consumido fresco (in natura).
Possui elevado valor nutricional, com cerca de 5,2g proteínas, 9,4g de fibras e 3,6g de ferro por 100g de fruta. Devida a presença de ferro, no Nordeste, é utilizada no combate à anemia, como suco e/ou polpa amassada com açúcar.
Tucumã: Astrocaryum aculeatum G. Mey.
Popularmente conhecida como tucumã-do-amazonas, tucumã-açu ou tucumã-pitanga, essa fruta pertence à família botânica Arecaceae, das espécies Astrocaryum aculeatum e Astrocaryum vulgare Mart.
Nativa das regiões Norte e Centro-Oeste, é uma importante fonte alimentar para populações do Amazonas e Pará. São consumidas in natura, bem como recheios em sanduíches, como sucos, sorvetes, geleias ou doces.
Contém altos teores de lipídios (gordura insaturada), além de serem ricas em vitaminas A, B, fibras e beta caroteno.
Uxi: Endopleura uchi (Huber) Cuatrecasas.
Essa fruta brasileira pertence à família botânica Humiriaceae e seu nome científico é Endopleura uchi. É nativo e endêmico da Amazônia brasileira e se dispersa em outros Estados da região Norte.
A planta que produz a fruta conhecida popularmente como axuá, cumatê, paruru e uxi-verdadeiro.
É comumente ingerida fresca, além de ser utilizada no preparo de sorvete, refresco, doce em pasta, pudim e licor. Em regiões rurais é consumida com a farinha de mandioca e suas sementes são usadas na confecção de artesanatos.
Guabiroba: Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg.
A guabiroba é uma fruta brasileira originária da região Sul, mas ocorre nos Estados de Minas Gerais e São Paulo. Popularmente conhecida como guaviroba, guabiroba e guabirova.
Pertence à família botânica Myrtaceae e o nome científico é Campomanesia xanthocarpa. A fruta é saborosa, suculenta e levemente ácida, comumente consumida fresca, além de ser utilizada no preparo de sorvetes, doces, licores e sucos.
Na polpa da fruta encontram-se proteínas (0,4%), cálcio (0,009%), potássio (0,1%) e outros sais minerais em menores concentrações.
Fisális: Physalispubescens L.
Também é conhecida como tomatinho-de-capucho, balãozinho, camapum e juá-de-capote, pertence à família botânica Solanaceae e seu nome científico é Physalis pubescens.
Essa fruta de origem Amazônica possui ampla distribuição em todas as regiões do Brasil, Argentina e América do Norte. É muito utilizada na culinária francesa, suíça e colombiana, onde é servida como acompanhamento a chá ou coberta de chocolate.
A fisális é rica em proteínas (10,35%), além de sais minerais como magnésio (0,16%), fósforo (0,34%) e potássio (2,3%).
Feijoa: Feijoa sellowiana (Berg) Burret.
A feijoa é uma fruta muito parecida com a goiaba, por este motivo é popularmente conhecida como goiaba-serrana, goiaba-da-serra ou goiaba-do-mato. Pertence à família botânica Myrtaceae e o seu nome científico é Feijoa sellowiana.
Essa fruta nativa brasileira ocorre em altitudes superiores a 900 metros em alguns Estados da região Sul e é muito consumida pela população local in natura.
Mangaba: Hancornia speciosa Gomes.
Também conhecida como mangaba-do-cerrado e mangaba-do-norte, essa fruta é da família botânica Apocynaceae e seu nome científico é Hancornia speciosa. Possui ampla distribuição no Brasil, sendo encontrada, principalmente, no bioma Cerrado.
Por possuir sabor agradável, essa fruta brasileira é consumida fresca, mas é comum o preparo de sucos, doces, sorvetes ou picolés.
É considerada uma ótima fonte de ferro, zinco, manganês e vitamina C, além de ser pouco calórica, pois cada 100g de polpa possui 48 calorias.
Araçá-boi: Eugenia stipitata McVaugh.
O araçá-boi é originário da região amazônica, também é conhecido como arazá ou araçá. Pertence à família botânica Myrtaceae e à espécie Eugenia stipitata.
A polpa da fruta é bastante nutritiva e interessante ao consumo humano, em 10g de polpa encontra-se a quantidade diária de vitamina A de um adulto.
Umbu: Spondias tuberosa Arruda.
O umbu é uma fruta da família botânica Anacardiaceae e da espécie Spondias tuberosa. Possui forte relação evolutiva com o cajá e também é chamado de embu, imbu ou ambu.
A espécie ocorre nas regiões Nordeste e Sudeste, com principal ocorrência no Semiárido brasileiro. A fruta é consumida in natura, como doce, sucos, sorvetes e picolés.
Jabuticaba: Plinia peruviana (Poir.) Govaerts.
A fruta da espécie Plinia peruviana pertence à família botânica Myrtaceae e é bastante conhecida pelos brasileiros. Normalmente elas são consumidas frescas ou são produzidos vinhos, sucos, xaropes, doces ou vinagres.
A jabuticaba, também chamada popularmente de jabuticaba-sabará ou jabuticaba-mineira, possui ampla distribuição no Brasil, ocorrendo em quase todas as regiões do país.
Frutas | Nome científico | Bioma |
12. Pequi | Caryocar brasiliense | Cerrado |
13. Cajá | Spondias mombin | Cerrado |
14. Açaí | Euterpe oleracea / E. edulis | Floresta Amazônica / Mata Atlântica |
15. Pupunha | Bactris gasipaes | Floresta Amazônica |
16. Cupuaçu | Teobroma grandiflorum | Floresta Amazônica |
17. Bananinha-do-mato | Bromelia antiacantha | Mata Atlântica e Pampa |
18. Abiu | Pouteria caimito | F. Amazônica, M. Atlântica e Cerrado |
19. Bacuri | Platonis insignis | Cerrado |
20. Cacau-jacaré | Herrania mariae | Floresta Amazônica |
Saiba mais:
CARVALHO, J. E. U.; MÜLLER, C. H. Biometria e rendimento percentual de polpa de frutas nativas da amazônia. Comunicado técnico 139, p. 1–3, 2005.
CORADIN, L. et al. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Sul. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2011.
CORADIN, L.; CAMILLO, J.; PAREYN, F. G. C. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: planta para o futuro: região Nordeste. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2018.
CORADIN, L.; SIMINSKI, A.; REIS, A. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas pra o futuro: região Norte. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2022.
VIEIRA, R. F.; CAMILLO, J.; CORADIN, L. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Centro-Oeste. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2016.
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