As civilizações inca, maia e asteca foram as mais desenvolvidas das Américas, do ponto de vista material.
Também são chamadas de "pré-colombianas", pois viveram antes da chegada de Cristóvão Colombo à América.
Habitaram em tempos e territórios diferentes e, portanto, nunca conviveram. Sua herança é visível até hoje nos países da América Central e do Sul.
Vejamos as características de cada uma delas.
A civilização inca ocupava o território que hoje correspondem ao Peru, Colômbia, Equador, oeste da Bolívia, norte do Chile e noroeste da Argentina e sua capital era Cusco.
Calcula-se que o Império Inca tenha reunido oito milhões de pessoas e durado aproximadamente de 1450 - 1519.
A sociedade inca era fortemente hierarquizada e dividida entre o Sapa Inca e seus parentes, a nobreza (dirigentes e militares), os camponeses e os escravizados.
O Inca, palavra que significa “chefe”, era considerado filho do deus do Sol e, por isso, venerado como uma divindade. Sob sua autoridade estavam centenas de tribos que deviam lhe servir através do trabalho obrigatório, do pagamento de tributos e do serviço militar.
A população se organizava em torno ao “ayllu” (comunidade, na língua quéchua), onde os homens tinham obrigação de trabalhar em terras e obras públicas periodicamente. Quanto às mulheres, as mais bonitas eram enviadas para servir ao inca, seja como amante ou tecendo sua roupa.
A tribo dos incas instalou-se no séc. XI em Cusco, numa região cheia de aldeias rivais. Ao conseguirem repelir um ataque, os Incas começaram a conquistas às terras em volta do Lago Titicaca e assim iniciaram seu grandioso Império.
À medida que o Império crescia, a capital recebia melhoramentos como templos, armazéns e a fortaleza de Sacsayhuaman cujas ruínas são visíveis até hoje.
Para unificar este império foram construídas estradas que partiam de Cusco. Ao longo do caminho foram edificados albergues para abrigar os viajantes e seus animais.
Quando os espanhóis chegaram às Américas, os incas estavam mergulhados em lutas internas. Isto enfraqueceu o Império e os europeus souberam usar a rivalidade a seu favor.
A base da economia era a agricultura e a distribuição de terras era feita de acordo com o tamanho da família. Por isso, quanto mais filhos, mais terras a família recebia.
O comércio era realizado nas principais cidades através de feiras periódicas.
Os incas eram politeístas e acreditavam que o universo estava organizado em três mundos: HananPacha (mundo de cima), KaiPacha (mundo do meio) e UkuPacha (mundo subterrâneo).
A comunicação entre eles era feita através de elementos da natureza como a chuva; e os animais, como o condor.
A civilização maia floresceu no México (Península de Yucatán, Honduras, Guatemala e Belize) e a cidade principal era Culakmal. Calcula-se que a população maia pode ter chegado a 1,5 milhões de pessoas.
De todas as civilizações pré-colombianas foi a que existiu mais tempo: do séc. VI a.C ao X d.C.
A sociedade maia era hierarquizada e no topo da pirâmide social encontrava-se o Imperador. Sua função, além de política, era religiosa, pois as festas e sacrifícios aos deuses deveriam ocorrer sempre na sua presença.
Havia sacerdotes e funcionários responsáveis pela cobrança de tributos. Também os camponeses responsáveis pela agricultura e os artesãos, que deviam transformar a matéria prima em objetos úteis.
A civilização maia se desenvolveu durante quinze séculos, entre VI a.C e X d. C. Assim, quando os espanhóis chegaram à região, os maias haviam desaparecido, deixando apenas suas enormes pirâmides como testemunho de seu esplendor.
Ao contrário dos incas e astecas, os maias não organizaram um império de maneira centralizadora, e a população vivia em cidades independentes entre si. Compartilhavam costumes semelhantes, desde a arquitetura, o idioma e a organização social.
A maior cidade maia era Calukmal, mas havia outras importantes como Tikal e Copán.
Cultivavam principalmente o milho, que era a base da alimentação, mandioca, algodão e girassol. Criavam aves como peru e patos.
Os maias eram politeístas (adoravam a vários deuses) e realizavam festas e sacrifícios para suas divindades. Construíram templos em forma de enormes pirâmides que até hoje podem ser visitadas nos países da América Central.
Igualmente, por conta da agricultura, desenvolveram um sofisticado calendário circular que os permitia marcar o tempo e não perder o momento do plantio e da colheita.
A civilização asteca se estendeu pelo território compreendido do centro do México até a Guatemala.
Desenvolveu-se no período entre 1370 a 1519 e sua população contava com 15 milhões de pessoas no séc. XVI.
O imperador não era considerado filho ou a encarnação dos deuses, como nas culturas inca e maia. No entanto, seu poder consistia no fato que ele era um intermediário entre os deuses e os homens.
Auxiliado por nobres e sacerdotes, o Imperador governava seu vasto domínio. O exército era de fundamental importância tanto para vigiar como para punir as tribos que se rebelavam contra o seu poder.
A sociedade asteca estava divida em unidades familiares ligadas por laços de sangue e ancestrais comuns. Os camponeses eram os mais numerosos, mas havia um grande número de artesãos (fabricante de roupas e utensílios) que constituíam a base social asteca.
A civilização asteca, também conhecida como "mexica", tem origem nas culturas teothotialca e toltecas.
O deus Huitzilopochtli ordenou-lhes se estabelecerem na terra onde encontrassem uma águia devorando uma serpente. Depois de viajarem duzentos anos, os astecas encontraram este sinal no meio do lago Taxcoco.
Ali, em 1370, começaram a construir uma das cidades mais espetaculares do mundo, Tenochtitlan, a partir da edificação de diques que continham as inundações.
Dali também partiram para subjugar as tribos vizinhas e garantir o comércio e abastecimento de produtos em troca de proteção e alimentos em tempos difíceis.
Porém, no século XVI, os espanhóis, vindos da ilha de Cuba, desembarcaram em Vera Cruz, onde os indígenas indicaram que havia uma grande cidade ao norte. A conquista dos astecas durou dois anos e foi possível porque os espanhóis se aliaram a tribos inimigas dos astecas.
Os astecas cultivavam milho, abóbora, feijão, tomate e cacau. Para aumentar a área de cultivo na capital criaram as “chinampas”, pequenas ilhas artificiais onde podiam semear os alimentos que precisavam. Também domesticaram alguns animais como o peru.
A fim de comercializar com todos os pontos do império, criaram duas rotas de comércio: uma junto ao Golfo do México e outra na costa pacífica.
Os astecas eram politeístas e adoravam seus deuses em templos em formas de pirâmide.
Para mantê-los contentes, praticavam sacrifícios humanos, pois assim acreditavam que esta era a maneira de fazer com que o sol sempre voltasse a nascer.
Trabalhavam a cerâmica com estruturas geométricas e usavam as plumas de aves para fazer coroas que seriam usadas pelo Imperador nas cerimônias religiosas.
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