Jackson Pollock (1912-1956) foi um artista estadunidense muito importante para o universo das artes na primeira metade do século XX.
Pode ser considerado um dos criadores do expressionismo abstrato ou action painting. Essa vertente da arte valorizava, sobretudo, o impulso espontâneo, além de dar grande importância para o movimento corporal e gestual no momento da criação da obra.
Pollock é lembrado como o artista que explorou ao máximo a técnica conhecida como "gotejamento". Nesse método, ele derramava tinta líquida sobre a tela, criando composições abstratas com linhas emaranhadas e padrões imprevisíveis.
Foi influenciado em grande parte pelas vanguardas modernistas europeias, ao passo que se tornou referência para novas gerações de artistas.
Paul Jackson Pollock nasceu em Cody, EUA, no dia 28 de janeiro de 1912.
Filho de Stella May e LeRoy Pollock, foi o caçula dos seis filhos do casal. Seu pai trabalhava com agricultura e, mais tarde, foi funcionário do governo como agrimensor. Sua mãe vinha de uma família de tecelãs e era costureira.
Quando Jackson tinha apenas 10 meses, a família muda-se e, a partir daí, Pollock reside em várias cidades americanas, mas nunca voltou à Cody novamente.
Pollock era um jovem complicado e foi expulso da escola em 1928. Mais tarde, matricula-se na Manual Arts High School de Los Angeles, na Califórnia, instituição da qual também é banido.
Ele começa a estudar arte propriamente em 1930, quando vai a Nova York, seguindo os passos do irmão Charles Pollock.
Nessa época, os irmãos estudam na Art Students League com o artista americano Thomas Hart Benton, importante muralista que trazia a temática regionalista em suas obras.
Em 1936, Pollock tem contato com a tinta líquida durante uma vivência em Nova York com o artista mexicano David Alfaro Siqueiros.
Em 1940, o artista cria as obras Male and Female e Composition with Pouring I, nas quais utiliza diversas técnicas, dentre elas, a de despejar a tinta nas telas.
Entre 1938 e 1942, envolve-se em um projeto artístico desenvolvido pela Works Progress Administration, uma importante agência que realizou projetos de obras públicas e empregou muitos artistas na década de 30.
É nesse período que o artista procura ajuda psicológica para tratar sua dependência alcoólica, passando por psicoterapia junguiana com o Dr. Joseph Henderson e posteriormente com a Dra. Violet Staub de Laszlo.
O tratamento com Henderson foi baseado no próprio trabalho de Pollock. Com técnicas de arteterapia, o médico envolvia os desenhos e pinturas do artista no tratamento, a fim de trabalhar diversos conceitos junguianos, como o do inconsciente coletivo.
Pollock pinta em 1943 um mural para a fachada da casa de Peggy Guggenheim, uma importante colecionadora de arte e mecenas. A arte foi feita em uma enorme tela e integrada à casa. Críticos da época teceram muitos elogios e consideraram extraordinária a obra de Pollock.
VEJA TAMBÉM: AbstracionismoPollock tem a ideia de criar dispondo grandes telas no chão do ateliê e usando o corpo todo como instrumento para realizar composições abstratas.
Essa maneira de pintar foi inspirada na técnica dripping (em português, gotejamento), inventada por Max Ernst, artista que fez parte do surrealismo.
Pollock, entretanto, foi o artista que mais utilizou tal método, sendo muito importante para o seu desenvolvimento. É dessa época a tela "One" (1950), importante obra do action painting.
Pollock em seu ateliê usando a técnica de drippingUma das características mais significativas nessa maneira de pintar era o fato de o artista precisar "entrar" na tela, realizar grandes movimentos e imprimir seu gesto, quase como um dança, transmitidos em forma de linhas, respingos e texturas espontâneas.
Ao final, a obra em si era composta também pelo momento da criação, semelhante a uma performance.
Em 1951, Pollock deixa de realizar pinturas utilizando o método.
VEJA TAMBÉM: Expressionismo AbstratoJackson Pollock participou de um exposição na McMillen Gallery, em 1942. Na mesma mostra, também havia trabalhos da artista Lee Krasner, que ficou impressionada com as obras de Pollock. Ela, então, decidiu fazer uma visita inesperada ao artista.
A partir daí, os dois iniciam um romance e se casam em 1945 em uma cerimônia íntima, com apenas duas testemunhas.
Mais tarde, conseguem comprar uma casa com um empréstimo de Peggy Guggenheim. A residência possuía um celeiro, que Pollock transformou em seu ateliê. Krasner, por sua vez, produzia em um cômodo menor, dentro da casa.
Ela foi essencial para o trabalho de seu marido, auxiliando e influenciando fortemente sua produção. Tal constatação só começou a ser considerada na década de 60, com o avanço do movimento feminista.
A artista tinha grande conhecimento sobre o modernismo e estava alinhada ao que se esperava de uma arte inovadora. Ela, então, direciona e atualiza Pollock, que ajusta sua produção de forma a se tornar mais contemporânea.
Além disso, Krasner colocou Pollock em contato com diversos colecionadores, galeristas e críticos de arte, o que foi essencial para que ele se consolidasse.
Krasner teve sua produção subestimada e houve a desconfiança injusta de que ela incorporava elementos criativos de Pollock em suas obras.
Por conta desses acontecimentos, a artista teve dificuldade em se estabelecer no meio artístico sem que seu trabalho fosse visto como um "anexo" do trabalho de seu marido.
VEJA TAMBÉM: Arte ContemporâneaPollock deixou de pintar em 1955, e passou a produzir esculturas.
A partir de 1956, seu casamento com Krasner passa por turbulências, devido ao alcoolismo e a infidelidade dele com Ruth Kligman, outra artista do abstracionismo.
Em 11 de agosto de 1956, Pollock sofre um acidente de automóvel enquanto dirigia alcoolizado, vindo a falecer. No carro estavam Ruth Kligman, que sobrevive, e sua amiga Edith Metzger, que também vem a óbito.
Depois da morte do marido, Krasner transfere seu ateliê para o celeiro em que Pollock trabalhava.
VEJA TAMBÉM: Vanguardas EuropeiasSelecionamos algumas obras importantes na carreira de Pollock, que seguem em ordem cronológica.
Em 2000, foi feito um filme sobre o artista, com direção e atuação de Ed Harris. Confira um trecho do filme, que exibe o personagem em ação criativa.
Pollock (2000) - pintura, música e movimento Laura Aidar Licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2007. Formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design de São Paulo (2010).Show life that you have a thousand reasons to smile
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