Maceió

Localizado na região Nordeste, o território onde se localiza o estado de Alagoas foi invadido duas vezes durante a colonização portuguesa: a primeira pelos franceses no início do século XVI e a segunda pelos holandeses em 1630. Os portugueses reconquistaram o controle da região por volta de 1645. Após a retomada do território pelos portugueses em 1535, sob o comando de Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco, alguns vilarejos foram fundados durante suas expedições, incentivando o plantio de cana-de-açúcar e a formação de engenhos. Maceió é capital e município mais populoso de Alagoas, com cerca de 1 milhão de habitantes.

Desses engenhos de açúcar surge o povoado que deu origem a Maceió em 1609, que vem do tupi-guarani “Maçayó" ou "Maçaio-k “o que tapa o alagadiço” ou “terreno alagadiço” devido a suas características geográficas. A vila foi utilizada inicialmente como porto para exportação de madeiras. Com o crescimento do ciclo do açúcar, esse porto, chamado de Jaraguá, serviu para o comércio de açúcar e de escravos da economia dos engenhos da região. Assim o porto foi de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento da cidade. Por conta das invasões francesas, Alagoas estava vinculada à capitania de Pernambuco, e sua emancipação ocorreu em 1819. A cidade se desenvolveu ao longo da economia dos engenhos gerando comercio e a industrialização da cidade, possuindo assim características arquitetônicas dessa época, como grandes casarões e ruas largas, sendo alguns desses lugares pontos turísticos.

Orla de praia em Maceió. Foto: Legacy600 / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 4.0

O desenvolvimento do estudo da história e da geografia de Maceió vem em grande parte pela contribuição do geografo e professor Ivan Fernandes Lima. A cidade é localizada entre o Oceano Atlântico e a Lagoa Mundaú, possuindo muitas áreas de mangues e lagoas, áreas alagadiças, daí deriva seu nome. Segundo o artigo “Paisagem revelada: pesquisa socioambiental em comunidades no entorno do riacho da Caveira em Maceió–AL”:

Para esse geografo Maceió possui três planos distintos: o primeiro, a baixada litorânea, com altitude variando entre 2 e 4 metros; o segundo, o terraço cortado na base do tabuleiro, com altitude variando entre 8 e 10 metros acima do nível do mar; o terceiro, o tabuleiro, o antigo planalto da Jacutinga, onde encontramos os bairros Farol, Gruta, Pitanguinha, Pinheiros e Tabuleiro do Martins, variando de 40 a 50 metros de elevação em relação ao nível do mar.

Devido ao êxodo rural, desemprego e ao crescimento populacional acentuado, novos bairros surgem e com eles novas favelas. Esses bairros só crescem verticalmente, não existindo mais espaços para as casas. Surgem também condomínios fechados com verdadeiras mansões. Devido também a modernização houve o aumento da segregação socio-espacial. Maceió se torna “o retrato fiel do modelo concentrador de renda que o Brasil conhece desde o tempo colonial [...]” segundo Carvalho (2007, p. 32). Ainda Carvalho “A polarização centrada no cenário econômico, exclui parte majoritária da população dos benefícios de viver na capital e tem desdobramentos sociais (incluindo violência urbana) e ambientais (como a degradação de encostas e riachos) gravíssimos”.

Hoje em dia Maceió se tornou uma cidade turística, com o prêmio de capital americana da cultura, a primeira do Brasil a ganhar este título e ficar conhecida como “caribe brasileiro”. As principais atrações da cidade são suas praias, piscinas naturais, lagoas, os núcleos artesanais, festas tradicionais. Possui uma extensa Região Metropolitana, que congrega outros 10 mais municípios, possuindo mais de 1 milhão de habitantes e é onde se tem maior nível de urbanização do Estado. Seu PIB em 2009 cravou a marca de R$ 10 bilhões, economicamente voltada para o setor de serviços, que está em expansão, seguido da indústria e depois a pecuária. Suas atividades produtivas concentram-se na especialização do produto oriundo da sal-gema, responsável pela concentração de indústrias termoplásticas e de cloro, além de outras atividades produtivas como açúcar e álcool, cimento, produtos alimentícios, gás natural e petróleo, além do turismo e comércio.

Bibliografia:

https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/maceio/panorama

http://docplayer.com.br/57410569-A-compreensao-de-ivan-fernandes-lima-sobre-oespaco-geografico-alagoano-no-seculo-xx-introducao.html

https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/tede/9851/2/Arquivototal.pdf

http://www.repositorio.ufal.br/bitstream/riufal/6983/1/Geografias%20da%20cidade%20de%20Macei%c3%b3%20reveladas%20em%20poemas%20e%20can%c3%a7%c3%b5es.pdf

https://periodicosuneal.emnuvens.com.br/ambientale/article/view/65/62

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