Mia Couto é um escritor moçambicano que foi considerado autor de um dos melhores livros africanos do século XX.
Conhecido em vários países do mundo, sua obra literária é composta por poemas, contos, crônicas e romances. Nela, além de incluir a sua crítica social e política, o autor dá mostras do quanto valoriza as suas tradições.
Os prêmios nacionais e internacionais recebidos são reconhecimento da riqueza do seu trabalho literário.
O escritor que dá voz à África conquistou o lugar de sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras, onde ocupa a cadeira nº 5, cujo patrono é Dom Francisco de Sousa.
Que saudade tenho de nascer. Nostalgia de esperar por um nome como quem volta à casa que nunca ninguém habitou. Não precisas da vida, poeta. Assim falava a avó. Deus vive por nós, sentenciava. E regressava às orações. A casa voltava ao ventre do silêncio e dava vontade de nascer. Que saudade tenho de Deus."
(Poema do livro Tradutor de Chuvas)
Mente o tempo: a idade que tenho só se mede por infinitos.
Pois eu não vivo por extenso.
Apenas fui a Vida em relampejo do incenso.
Quando me acendi foi nas abreviaturas do imenso."
(Poema do livro Vagas e Lumes)
Foi para ti que desfolhei a chuva para ti soltei o perfume da terra toquei no nada e para ti foi tudo
Para ti criei todas as palavras e todas me faltaram no minuto em que talhei o sabor do sempre
Para ti dei voz às minhas mãos abri os gomos do tempo assaltei o mundo e pensei que tudo estava em nós nesse doce engano de tudo sermos donos sem nada termos simplesmente porque era de noite e não dormíamos eu descia em teu peito para me procurar e antes que a escuridão nos cingisse a cintura ficávamos nos olhos vivendo de um só amando de uma só vida."
(Poema do livro Raiz de Orvalho e outros Poemas)
Abaixo, a lista da bibliografia completa do autor:
Conhecido como Mia Couto, seu nome completo é Antônio Emílo Leite Couto. Filho de portugueses, nasceu em Moçambique no dia 5 de julho de 1955.
Mia Couto se estreou nas letras com 14 anos, quando publicou poemas no Jornal da Beira, sua cidade natal.
Entrou em Medicina, mas abandonou o curso para se dedicar ao jornalismo. Exerceu a profissão de jornalista entre 1974 e 1985, período em que foi repórter e diretor da Agência de Informação de Moçambique (AIM), da revista semanal Tempo e do jornal Notícias.
Depois de abandonar a carreira de jornalista, formou-se em Biologia, especializando-se em Ecologia. Tornou-se professor na universidade em que se formou. Além de professor, é pesquisador, e em 1922 a preservação da reserva natural da Ilha de Inhaca esteve a seu cargo.
Prêmios recebidos (do mais para o menos recente):
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Márcia Fernandes Professora, pesquisadora, produtora e gestora de conteúdos on-line. Licenciada em Letras pela Universidade Católica de Santos.Show life that you have a thousand reasons to smile
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