Os movimentos literários (ou escolas literárias) representam um conjunto de escritores e obras de determinado período da história. Eles reúnem produções literárias com características e estilos similares.
Primeiro movimento literário que surgiu na Idade Média, na França. Em Portugal, teve como marco inicial a Cantiga da Ribeirinha (ou Cantiga de Guarvaia), produzida pelo trovador Paio Soares da Taveirós.
A produção literária desse movimento foi reunida nos Cancioneiros e esteve marcado pelas cantigas trovadorescas, divididas em: cantigas de amor, de amigo, de escárnio e de maldizer.
Elas recebem esse nome pois, na época, a poesia era feita para ser cantada, ou seja, ela era acompanhada por instrumentos musicais.
O humanismo foi um movimento literário, filosófico e artístico de transição entre o trovadorismo e o classicismo e surgiu na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
Nesse momento, o teocentrismo, característica central da Idade Média (onde Deus está no centro de tudo), começa a dar lugar para o antropocentrismo (cujo homem está no centro no mundo).
Dessa forma, o humanismo, como o próprio nome indica, buscou a valorização do homem e permitiu compreender melhor o mundo e o ser-humano.
Movimento literário que buscou a pureza, a beleza, a perfeição, o rigor e o equilíbrio dos clássicos, o Classicismo surgiu no contexto do Renascimento. Por esse motivo, a produção literária desse período também ficou conhecida como literatura renascentista.
Em Portugal, o início do Classicismo foi marcado pelo retorno do poeta Francisco Sá de Miranda, que estava na Itália. Assim, inspirado no humanismo italiano, ele trouxe uma nova forma de poesia chamada o “dolce stil nuevo” (Doce estilo novo), baseado na forma fixa do soneto.
Vale notar que os escritores classicistas buscavam a perfeição estética aliada a esse modelo mais clássico. Por isso, a mitologia greco-romana é um dos temas explorados.
Primeiro movimento literário do Brasil, o Quinhentismo surge no início do século XV sendo marcado pela chegada dos portugueses ao Brasil. Os textos do período surgem da necessidade dos viajantes de expressar as impressões das terras encontradas além-mar.
Dessa forma, as crônicas de viagem e a literatura de informação são produções que se destacam nesse momento. Textos descritivos, repletos de adjetivos e impressões de seus autores são as principais características dessa produção literária. Um dos maiores destaques é a Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita em 1.º de maio de 1500 no Brasil.
Movimento literário que representa a dualidade histórica do período, o Barroco também ficou conhecido como Seiscentismo.
Em Portugal, esse movimento teve início com a morte de Camões, em 1580. Já no Brasil, o Barroco começa um pouco depois, em 1601, com a publicação da obra Prosopopeia, de Bento Teixeira.
Esse estilo esteve pautado na valorização dos detalhes, dos contrastes, evidenciados por uma literatura que prezou o jogo de palavras e de ideias.
O Arcadismo, também chamado de Setecentismo ou Neoclassicismo, foi um movimento literário de busca da simplicidade. Influenciado pelos ideais luministas, ele surge no século XVIII durante a revolução industrial que despontava na Inglaterra.
No Brasil, o Arcadismo tem início em 1768 com a publicação de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa e a fundação da Arcádia Ultramarina, em Vila Rica. Já em Portugal, ele começa em 1756 com a fundação da Arcádia Lusitânia em Lisboa.
Os escritores árcades se afastaram do modelo anterior do barroco, onde o exagero e os excessos eram notórios, para usufruir de uma vida no campo, longe da agitação das cidades.
O Romantismo foi um momento de intensa produção literária tanto no Brasil como em Portugal. Esse período foi dividido em três gerações que, no Brasil, ficaram conhecidas como: geração nacionalista-indianista, geração ultrarromântica e geração condoreira.
Na primeira fase, o índio foi eleito como herói nacional e a produção literária esteve voltada para a exaltação da terra. Na segunda, as principais características foram o pessimismo e o egocentrismo, cujos temas estavam centrados na morte, na fuga da realidade, nos vícios e na melancolia.
Já na terceira fase, a liberdade e a justiça foram os principais motes, tendo o abolicionismo como marca da produção literária do momento.
O movimento realista tem início na França com a publicação de Madame Bovary de Gustave Flaubert, em 1857. Essa nova visão da realidade se espalhou pela Europa rapidamente chegando ao Brasil décadas depois.
Em Portugal, o realismo tem início com a Questão Coimbrã, ocorrida em 1865. De um lado estavam os escritores românticos e de outro, os acadêmicos da Universidade de Coimbra que lutavam por uma mudança do cenário literário.
No Brasil, o realismo surge em 1881 com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. A produção literária desse movimento preocupou-se em captar o real e, por isso, eram objetivas e repletas de descrições.
O movimento naturalista surge em 1880, na França, com a publicação da obra O Romance Experimental, de Émile Zola. No Brasil, o naturalismo teve como marco inicial a publicação do romance O Mulato (1881), de Aluísio de Azevedo. Já em Portugal, a publicação da obra de O Crime do Padre Amaro (1875) de Eça de Queiroz inaugurou o movimento no país.
O naturalismo está intimamente relacionado com o realismo, visto que a descrição e percepção da realidade são também características marcantes. No entanto, ele é definido como um movimento de radicalização do realismo, sendo mais exagerado e com a presença de personagens patológicas.
Dessa forma, a produção literária naturalista engloba romances cujas personagens são desequilibradas, mórbidas e doentias.
O movimento parnasiano tem início em 1866, na França, com a publicação das antologias Parnase Contemporain. No Brasil, ele é inaugurado em 1882 com a publicação da obra Fanfarras, de Teófilo Dias. Os maiores poetas parnasianos brasileiros - Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia - formaram a tríade parnasiana.
Vale lembrar que a “arte pela arte” é o grande mote do movimento parnasianista, cujos poetas possuíam uma maior preocupação estética em detrimento do conteúdo. Assim, de maneira objetiva e inspirados em temas da realidade, os escritores parnasianos demonstraram o culto à forma em suas produções.
O simbolismo literário tem início em 1857, na França, com a publicação da obra As Flores do Mal, de Charles Baudelaire. No Brasil, Cruz e Souza inaugura o movimento em 1893 com suas obras Missal (prosa) e Broquéis (poesia).
Já em Portugal, o simbolismo tem início em 1890 com o livro de poemas Oaristos, de Eugênio de Castro.
O subjetivismo, o egocentrismo e o pessimismo permeiam a produção desse momento, cujos escritores fazem uso de figuras de linguagem como a sinestesia e a aliteração, proporcionando uma forte musicalidade às suas poesias.
O pré-modernismo foi um movimento de transição caracterizado por uma intensa produção literária. Nesse período, as obras apresentavam características distintas - neo-realistas, neo-parnasianas e neo-simbolistas - o que conferiu um sincretismo estético notório.
Embora houvesse diversos estilos, a preocupação com a realidade nacional foi a característica mais marcante das obras produzidas. Dessa forma, os escritores pré-modernistas buscavam denunciar a sociedade, ao mesmo tempo que tentavam desmistificar alguns estereótipos, como o do sertanejo.
Com uma intensa produção literária, o movimento modernista no Brasil têm início com a Semana de arte moderna de 1922 e, em Portugal, ele começa em 1915 com a publicação da Revista Orpheu.
Inspirados pelas vanguardas artísticas que despontavam na Europa, os escritores desse período apostaram numa nova visão que rompesse com as estruturas do passado.
No Brasil, o movimento foi dividido em três fases: Fase heroica (1922 a 1930); Fase de consolidação (1930 a 1945); Geração de 45 (1945 a 1980).
Em Portugal, o movimento também se ramificou em três períodos: Orfismo ou Geração de Orpheu (1915 a 1927); Presencismo ou Geração de Presença (1927 a 1940); Neorrealismo (1940 a 1947).
O movimento pós-moderno se consolida após a queda do muro de Berlim, em 1989. Influenciado pela era digital e a globalização, novas ideias vão surgindo no campo artístico. Esse movimento de teor antiartístico, está intimamente relacionado com a vida do homem pós-moderno e a expansão das comunicações.
Dessa forma, os escritores desse período exploram a pluralidade de gêneros, a polifonia e a intertextualidade. A ausência de valores e regras fez com que a produção literária pós-moderna apresentasse características como: a imaginação, a espontaneidade e o individualismo permeados por uma realidade ambígua e multiforme.
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