No português, as orações coordenadas e subordinadas são tipos de orações em que existem (ou não) relações sintáticas.
Vale lembrar que a sintaxe é a parte da gramática que estuda a função das palavras nas orações.
Nas orações coordenadas, por exemplo, não há relação sintática entre elas e, por isso, são orações independentes.
Já as orações subordinadas recebem esse nome pois uma está subordinada à outra. Desse modo, elas dependem umas das outras para ter sentido completo e, portanto, possuem uma relação sintática.
Confira abaixo, as explicações sobre cada uma delas, as classificações das orações e muitos exemplos de orações coordenadas e subordinadas.
As orações coordenadas são orações independentes que já possuem sozinhas um significado completo. Dessa forma, não existe uma relação sintática entre elas.
Esse tipo de oração é classificada de duas maneiras: as orações coordenadas sindéticas e assindéticas.
Oração coordenada sindéticaNas orações coordenadas sindéticas, há uma conjunção coordenativa que conecta as palavras ou termos das frases e, dependendo da conjunção utilizada, elas pode ser de cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
1. Oração coordenada sindética aditiva
As orações coordenadas sindéticas aditivas são aquelas em que o uso das conjunções (ou locuções conjuntivas) transmite a ideia de adição. As conjunções aditivas são: e, nem, não só, mas também, mas ainda, como, assim, etc.
Exemplos:
Fomos para a escola e fizemos o exame final.
Joelma adora pescar, mas também gosta muito de navegar.
Com os exemplos, podemos perceber que esse tipo de conjunção adiciona informações ao que foi dito anteriormente. Além disso, é importante perceber que as orações acima, quando separadas, são independentes, uma vez que possuem um sentido completo.
2. Oração coordenada sindética adversativa
As orações coordenadas sindéticas adversativas são aquelas que transmitem, por meio das conjunções utilizadas, uma ideia de oposição ou de contraste. As conjunções adversativas são: e, mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão, etc.
Exemplos:
Pedro Henrique estuda muito, porém não passa no vestibular.
Daiana combinou com os amigos de ir à festa, no entanto, estava chovendo muito naquela noite.
Note que as conjunções utilizadas nas orações acima transmitem a ideia de oposição ao que foi dito anteriormente. Além disso, as frases são independentes, uma vez que, se separadas, possuem um sentido completo.
3. Oração coordenada sindética alternativa
Nas orações coordenadas sindéticas alternativas, as conjunções enfatizam uma escolha dentre as opções existentes. As conjunções alternativas utilizadas são: ou, ou… ou; ora…ora; quer…quer; seja…seja, etc.
Exemplos:
Manuela ora quer comer hambúrguer, ora quer comer pizza.
Faça o que sua mãe manda ou ficará de castigo o resto do dia.
Em ambos os exemplos, as orações são independentes, e as conjunções utilizadas indicam opções e, por isso, são chamadas de alternativas.
4. Oração coordenada sindética conclusiva
As orações coordenadas sindéticas conclusivas expressam conclusões e, por isso, fazem uso das conjunções (ou locuções) conclusivas: logo, assim, portanto, por fim, por conseguinte, pois, então, consequentemente, etc.
Exemplos:
Não gostamos do restaurante, portanto não iremos mais lá.
Alice não realizou a prova, assim fará a substitutiva no final do ano.
Nos exemplos, as palavras em destaque são conjunções conclusivas que transmitem a ideia de conclusão sobre algo que foi mencionado na oração principal.
5. Oração coordenada sindética explicativa
Nas orações coordenadas sindéticas explicativas, as conjunções ou locuções que ligam as orações expressam uma explicação. São elas: isto é, ou seja, a saber, na verdade, porque, que, pois, etc.
Exemplos:
Marina não queria falar, ou seja, ela estava de mau humor.
Pedro não foi ao jogo de futebol porque estava cansado.
Os exemplos mostram que com o uso das conjunções explicativas, as orações independentes se unem com o intuito de explicar sobre o que foi dito anteriormente.
Oração coordenada assindéticaDiferente das orações coordenadas sindéticas, as orações coordenadas assindéticas não exigem conjunções que conectam os termos ou palavras da frase.
Exemplos:
Nos exemplos acima não existe nenhuma conjunção (ou locução conjuntiva) que liga as orações e, portanto, temos orações coordenadas assindéticas.
Saiba tudo sobre esse tema com a leitura dos textos:
As orações subordinadas, diferente das coordenadas, são orações dependentes. Assim, quando separadas, não possuem um sentido completo e, por isso, recebem esse nome, de forma que uma está subordinada à outra.
As orações subordinadas são classificadas de três maneiras: substantivas, adjetivas e adverbiais. Isso irá depender da relação sintática estabelecida.
Orações Subordinadas SubstantivasAs orações subordinadas substantivas são aquelas que exercem a função de substantivo. Vale lembrar que o substantivo é uma das classes de palavras que nomeia os seres, objetos, fenômenos, etc.
Esse tipo de oração pode se apresentar de duas maneiras: orações desenvolvidas ou orações reduzidas.
Nas orações desenvolvidas, as conjunções integrantes “que” e “se” estão no início das orações, e podem acompanhar pronomes, conjunções ou locuções conjuntivas.
Já as orações reduzidas não apresentam uma conjunção integrante, e surgem com o verbo no infinitivo, no particípio ou no gerúndio.
Dito isso, as orações desenvolvidas podem desempenhar o papel de sujeito, predicado, complemento nominal, objeto direto, objeto indireto e aposto, sendo classificadas em seis tipos: subjetiva, predicativa, completiva nominal, objetiva direta, objetiva indireta, apositiva.
1. Oração subordinada substantiva subjetiva
As orações subordinadas substantivas subjetivas exercem a função de sujeito da oração principal. Lembre-se que o sujeito é aquele ou aquilo de que(m) se fala.
Exemplos:
É importante que você beba água.
É possível que Paloma saia outra vez.
Note que a oração principal não apresenta sujeito e a oração subordinada, além de completar o sentido da primeira, desempenha o papel de sujeito da oração.
2. Oração subordinada substantiva predicativa
As orações subordinadas substantivas predicativas exercem a função de predicativo do sujeito da oração principal e sempre apresentam um verbo de ligação (ser, estar, parecer, permanecer, continuar, ficar, etc.).
Vale lembrar que o predicativo do sujeito é o termo que tem a função de atribuir uma qualidade ao sujeito.
Exemplos:
Meu medo é que ela não vença o campeonato.
Nosso desejo é que ele passe nos exames finais.
Nos exemplos, notamos que a partir da presença do verbo de ligação, qualifica-se o sujeito da oração.
3. Oração subordinada substantiva completiva nominal
As orações subordinadas substantivas completivas nominais exercem a função de complemento nominal do verbo da oração principal, completando o sentido do nome da oração principal. Esse tipo de oração sempre é iniciada com uma preposição.
Note que o complemento nominal completa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio).
Exemplos:
Tenho esperança de que a humanidade se conscientize.
Tínhamos certeza de que ela passaria na prova.
Nos exemplos acima, as orações subordinadas completivas sempre começam com uma preposição: "de". Ambas complementam os nomes (substantivos) da oração principal: esperança; certeza.
4. Oração subordinada substantiva objetiva direta
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas exercem a função de objeto direto do verbo da oração principal e, por isso, o complemento não vem acompanhado de preposição.
Vale destacar que o objeto direto é um complemento verbal que completa o sentido dos verbos transitivos das orações.
Exemplos:
Desejo que todos tenham um bom dia.
Espero que você passe no concurso.
Nos exemplos acima, as orações subordinadas não apresentam preposição e possuem o valor de objeto direto da oração principal.
Assim, elas completam o sentido do verbo transitivo, visto que sozinho ele não fornece a informação completa. Exemplo: quem deseja, deseja algo; quem espera, espera algo.
5. Oração subordinada substantiva objetiva indireta
As orações subordinadas substantivas objetivas indiretas exercem a função de objeto indireto do verbo da oração principal, complementando-o.
Vale lembrar que o objeto indireto tem a função de completar o sentido do verbo transitivo na oração. Assim, nesse tipo de oração, a conjunção subordinativa integrante é sempre precedida de uma preposição (que ou se).
Exemplos:
Necessito de que você preencha o formulário novamente.
Gostaria de que todas as pessoas se conscientizassem.
Nos exemplos acima, as orações subordinadas completam o sentido dos verbos transitivos da oração principal, pois sozinhos eles não possuem um sentido completo (quem necessita, necessita de algo; quem gosta, gosta de algo ou de alguém). Além disso, podemos notar que antes das conjunções (que) temos as preposições (de).
6. Oração subordinada substantiva apositiva
As orações subordinadas substantivas apositivas exercem a função de aposto de qualquer termo presente na oração principal. Nesse caso, a oração principal pode terminar com dois pontos, ponto e vírgula ou vírgula.
Vale lembrar que o aposto é um termo que tem como função exemplificar ou especificar outro já mencionado anteriormente na oração.
Exemplos:
Meu único desejo: vencer as olimpíadas.
Só lhe peço isso: que nos ajude.
Nos exemplos acima, as frases subordinadas têm a função de aposto, visto que especificam melhor algo mencionado na oração principal.
Amplie seus conhecimentos sobre esse tipo de oração:
As orações subordinadas adjetivas são aquelas que funcionam como adjunto adnominal, as quais possuem a mesma função do adjetivo e, por isso, recebem esse nome.
Essas orações podem ser desenvolvidas ou reduzidas. Nas orações desenvolvidas, os verbos aparecem nos modos indicativo e subjuntivo e sempre iniciam-se com um pronome relativo (que, quem, qual, quanto, onde, cujo, etc.), os quais exercem a função de adjunto adnominal do termo antecedente.
Já nas orações reduzidas, os verbos aparecem no infinitivo, gerúndio ou particípio e não começam com um pronome relativo.
Dito isso, as oração subordinadas adjetivas desenvolvidas são classificadas em dois tipos: explicativa e restritiva.
1. Oração subordinada adjetiva explicativa
As orações subordinadas adjetivas explicativas, recebem esse nome pois tem o intuito de explicar algo que foi dito anteriormente. Esse tipo de oração subordinada é separada por algum sinal de pontuação, geralmente vírgulas.
Exemplos:
Os livros de José de Alencar, que foram indicados pela professora, são muito bons.
O sistema de aprendizado, que foi desenvolvido pela escola, surpreendeu todos.
Nos exemplos acima, as orações subordinadas adjetivas explicativas aparecem entre vírgulas, adicionando um comentário extra sobre o antecedente da oração principal.
Note que, nesses casos, as orações subordinadas aproximam-se de um aposto explicativo e podem ser retiradas sem que isso afete o significado da outra.
2. Oração subordinada adjetiva restritiva
As orações subordinadas adjetivas restritivas, ao contrário das explicativas, que ampliam a explicação sobre algo, restringem, especificam ou particularizam o termo antecedente. Aqui, elas não são separadas por sinais de pontuação.
Exemplos:
Os estudantes que não leem costumam ter mais dificuldades para escrever um texto.
As pessoas que fazem exercícios todos os dias tendem a viver mais.
A partir dos exemplos acima, nota-se que, diferente das orações adjetivas explicativas, se as orações subordinadas foram removidas, afetarão o significado da oração principal.
Outra coisa a se destacar é que essas não apresentam vírgulas e restringem o termo antecedente, em vez de explicá-los.
Veja também os textos:
As orações subordinadas adverbiais são aquelas que exercem a função de advérbio funcionando como adjunto adverbial.
As orações desse tipo são iniciadas por uma conjunção ou locução subordinativa, as quais têm a função de conectar as orações (principal e subordinada).
Assim, dependendo do termo utilizados são classificadas em nove tipos: causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, temporais, proporcionais.
1. Oração subordinada adverbial causal
As orações subordinadas adverbiais causais exprimem a causa ou motivo que a oração principal faz referência. As conjunções ou locuções integrantes adverbiais utilizadas são: porque, que, como, pois que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, desde que, etc.
Exemplos:
Não fomos à praia já que estava chovendo muito.
Não vou estudar hoje porque estou com dor de cabeça.
As orações subordinadas exemplificadas acima, destacam o motivo que a oração principal faz referência. As conjunções integrantes que expressam isso são: "já que" e "porque".
2. Oração subordinada adverbial comparativa
As orações subordinadas adverbiais comparativas expressam comparação entre as orações principal e subordinada.
As conjunções ou locuções integrantes adverbiais utilizadas são: como, assim como, tal como, tanto como, tanto quanto, como se, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
Exemplos:
Minha mãe está muito nervosa como eu estava antes.
Ela não estudou para a prova o tanto quanto deveria.
Nos exemplos acima, as orações subordinadas fazem uma comparação utilizando as conjunções integrantes: "como" e "tanto quanto".
3. Oração subordinada adverbial concessiva
As orações subordinadas adverbiais concessivas expressam concessão ou permissão em relação à oração principal. Dessa forma, elas apresentam uma ideia contrária ou oposta.
As conjunções ou locuções integrantes adverbiais utilizadas nessas orações são: embora, conquanto, por mais que, posto que, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, em que pese, etc.
Exemplos:
Embora não queira, vou lhe fazer o jantar.
Mesmo que goste da sandália, não vou comprar.
Acima, podemos ver que a conjunção "embora" e a locução concessiva "mesmo que" presentes nas orações subordinadas expressam uma ideia oposta em relação às orações principais.
4. Oração subordinada adverbial condicional
As orações subordinadas adverbiais condicionais expressam condição. As conjunções ou locuções integrantes adverbiais utilizadas são: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
Exemplos:
Se estiver chovendo, não iremos ao evento.
Caso ele não esteja na escola, irei visitá-lo.
As orações subordinadas dos exemplos acima, exprimem uma condição por meio do uso das conjunções integrantes utilizadas: "se" e "caso".
5. Oração subordinada adverbial conformativa
As orações subordinadas adverbiais conformativas expressam conformidade em relação ao que foi expresso na oração principal. As conjunções integrantes adverbiais utilizadas são: conforme, segundo, como, consoante, de acordo, etc.
Exemplos:
Segundo as regras impostas pelo governo, a quarentena deverá ser respeitada.
Farei a massa do pão consoante os ensinamentos da minha mãe.
Conforme os exemplos acima, as orações subordinadas expressam conformidade sobre a oração principal enfatizada pelas conjunções utilizadas: "segundo" e "consoante".
6. Oração subordinada adverbial consecutiva
As orações subordinadas adverbiais consecutivas expressam consequência. As locuções conjuntivas integrantes adverbiais utilizadas são: de modo que, de sorte que, sem que, de forma que, de jeito que, etc.
Exemplos:
A palestra foi ruim, de forma que não entendemos nada.
Nunca abandonou seus sonhos, de sorte que acabou concretizando-os.
Em ambos os exemplos, as orações subordinadas exprimem as consequências expressas na orações principais. Para isso, as locuções conjuntivas utilizadas foram: "de modo que", "de sorte que".
7. Oração subordinada adverbial final
As orações subordinadas adverbiais finais expressam finalidade. As conjunções e locuções integrantes adverbiais utilizadas nesse caso são: a fim de que, para que, que, porque, etc.
Exemplos:
Nós estamos na faculdade para que possamos aprender mais.
O atleta treinou dias a fim de que atingisse a melhor pontuação na prova final.
As orações subordinadas acima, utilizaram as locuções conjuntivas ("para que" e "a fim de que") com o intuito de indicar a finalidade de algo que foi mencionado na oração principal.
8. Oração subordinada adverbial temporal
As orações subordinadas adverbiais temporais expressam circunstância de tempo. As conjunções e locuções integrantes adverbiais utilizadas são: enquanto, quando, desde que, sempre que, assim que, agora que, antes que, depois que, logo que, etc.
Exemplos:
Você ficará famoso quando publicar seu livro.
Eu ficarei mais feliz assim que souber a nota final do exame.
Com o uso da conjunção "quando" e da locução conjuntiva "assim que", as orações subordinadas dos exemplos indicam circunstâncias temporais.
9. Oração subordinada adverbial proporcional
As orações subordinadas adverbiais proporcionais expressam proporcionalidade. As locuções conjuntivas integrantes adverbiais utilizadas são: à proporção que, à medida que, ao passo que, tanto mais, tanto menos, quanto mais, quanto menos, etc.
Exemplos:
A chuva piorava à medida que o furacão chegava mais perto.
Quanto mais se esforçava no treino, mais feliz ficava.
As locuções conjuntivas integrantes dos exemplos ("à medida que" e "quanto mais") enfatizam a proporção expressa na oração principal.
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