O significado da palavra filosofia, do grego philo (que significa "amor") e sophia ("conhecimento") já dá uma pista para a resposta à questão sobre sua utilidade.
Movidos por esse “amor ao conhecimento”, os primeiros filósofos buscaram romper com o senso comum e com a consciência mítica. A filosofia nasceu com o objetivo de desenvolver uma consciência crítica sobre o mundo, encontrando respostas não mais baseadas na crença e na autoridade.
Desde então, a filosofia tornou-se uma área de conhecimento que tem como objetivo questionar todo e qualquer aspecto sobre o mundo, a vida ou o que for relevante para os indivíduos. Para isso, são dadas respostas lógicas e racionais às questões.
A própria pergunta "para que serve a filosofia?" traz em si a reflexão, o espírito questionador e a atitude crítica e filosófica. A filosofia representa a fuga da ignorância e a busca pelo conhecimento de si e do mundo através do pensamento crítico.
A filosofia se preocupa com a construção de conceitos que irão servir de base para diversas áreas do conhecimento. Assim, é tarefa da filosofia criar e desenvolver conceitos, sendo um campo do conhecimento que tem como objetivo a produção de conhecimento.
Por essa característica, diz-se que a filosofia é uma atividade autotélica. Em outras palavras, o telos (objetivo) da filosofia é ela mesma (auto).
Por ser uma área de conhecimento autotélica, a filosofia acaba se tornando alvo de preconceitos. Ela pode e deve abordar todos os temas que possam ser relevantes para a humanidade, de modo geral, e produzir o maior conhecimento possível sobre essas questões.
Desse modo, rompe-se com a ideia preconceituosa de que não serve para nada, apresenta-se como a raiz de todo o conhecimento já produzido e tende a antecipar as próximas questões a serem desenvolvidas.
Por exemplo, a ciência, área de conhecimento que possui um papel privilegiado no mundo contemporâneo, só foi possível de ser desenvolvida a partir das bases metodológicas criadas pela filosofia.
Veja mais em: o que é filosofia?
A filosofia possui uma forte ligação com a vida cotidiana das pessoas e faz com que haja uma reflexão crítica que cria um distanciamento de tudo aquilo que é comum e trivial. Esse distanciamento é importante para que a vida não se torne uma prática automática e possam ser realizadas escolhas conscientes sobre as ações.
O ritmo cada vez mais acelerados da vida contemporânea possui um efeito nocivo sobre a liberdade dos indivíduos. Sem a devida reflexão sobre a vida, as pessoas tendem a se alienar de si mesmas e não perceber quais são as suas verdadeiras necessidades.
O lema "conhece-te a ti mesmo" encontrado no templo do deus Apolo, na Grécia antiga é um dos motores da filosofia desde seu nascimento e atenta para a necessidade de reflexão e autoconhecimento.
Do contrário, uma vida irrefletida gera o esvaziamento do sentido de sua própria existência, o que, em geral, torna-se fonte de frustrações e infelicidade.
Esse vazio existencial acompanhado de frustrações tendem a ser preenchidos pelo consumismo. Segundo os filósofos da Escola de Frankfurt, isso acarreta o processo de fetichismo da mercadoria e reificação dos indivíduos.
O fetichismo da mercadoria ocorre quando os produtos assumem características humanas que são emprestadas aos indivíduos. Enquanto as pessoas sofrem a reificação, tornam-se coisas, produto desumanizado que passa a ser identificado através daquilo que consome.
Veja mais em: conhece-te a ti mesmo.
Foi o filósofo grego Aristóteles, que definiu os seres humanos como animais sociais. Assim, a vida em sociedade apresenta questões sobre o cotidiano e a relação entre as pessoas.
Sobre essas relações interpessoais e a definição do bem comum que se desenvolve a ética. A ética serve para definir os princípios que sustentam a vida em sociedade, sem ela seria difícil a compreensão sobre o que é o bem, a justiça, as virtudes e outros princípios que orientam as ações.
Do mesmo modo, a filosofia serve para desenvolver um conhecimento sobre o Estado, as melhores formas de governo e a participação dos indivíduos nesses processos sociais.
O pensamento sobre as melhores formas de vida e da construção de uma sociedade justa para seus cidadãos é uma preocupação da filosofia desde a Grécia antiga.
O desenvolvimento do conceito de democracia, fundamento para as formas de governo contemporâneos, tem a filosofia como base, assim como as diferentes ideologias adotadas pelos Estados.
Por sua vez, os avanços científicos, tecnológicos e sua influência na vida das pessoas são alvos de uma intensa investigação bioética.
A bioética procura fornecer as bases para esses avanços de forma que as pessoas não sejam prejudicadas e tenham a garantia do respeito à vida humana e seu desenvolvimento sustentável no mundo.
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