Para os judeus, o Pessach é a Festa da Liberdade, pois comemora a saída do Egito, local onde habitaram por mais de 400 anos, sendo um período como escravos.
A travessia dos judeus pelo Mar Vermelho em direção à Terra Prometida simbolizou a passagem da escravidão para liberdade.
Desde então, os judeus reúnem-se todos os anos, para celebrar a Páscoa com elementos que relembrem a sua história e os fatos que culminaram na saída do Egito.
A origem da palavra Páscoa vem do termo hebreu Pessach, que significa passagem ou travessia. Trata-se de uma das importantes festas do calendário judaico, a festa da peregrinação, que está relacionada com a passagem da escravidão para liberdade.
Moisés, hebreu que foi adotado pela filha do faraó, recebeu instruções do Deus para libertar o seu povo do Egito quando tinha 80 anos.
Diante da recusa do líder egípcio, Moisés começou a apresentar sinais enviados por Deus, que demonstravam a sua ira. Foram elas: sangue, rãs, insetos, piolhos, morte do gado, úlceras, granizo, gafanhotos, trevas e a morte dos primogênitos egípcios.
Com a última praga, o faraó perdeu seu primeiro filho e, assim, assustado com tudo o que aconteceu, permitiu a saída dos hebreus de suas terras, iniciando o êxodo do povo.
Por isso, até hoje o fato é celebrado como um memorial perpétuo da opressão vivida pelos antepassados e como a liberdade chegou para eles.
Saiba mais sobre as Dez Pragas do Egito.
Segundo as Sagradas Escrituras do Judaísmo, a Torá, a Páscoa deve ser celebrada no décimo quarto dia do primeiro mês, chamado de Abib ou Nissan, e, por isso, o calendário judaico foi ajustado para que a festividade ocorra sempre no início da primavera.
A festividade inicia quando a primavera chega à Israel, que como está localizada no Hemisfério Norte, trata-se do Equinócio de Primavera. Para quem está no Hemisfério Sul, a Páscoa é comemorada no início do Equinócio de Outono.
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Na primeira Páscoa, na noite anterior à saída do Egito, os hebreus escolheram um cordeiro, representando o cordeiro pascal, que foi assado e servido como alimento para família, juntamente com pão ázimo (sem fermento) e ervas amargas.
O sangue do animal foi utilizado para marcar as laterais das casas, para que o anjo da morte não levasse seus primogênitos durante a última praga do Egito. Por isso, o Pessach também significa "passar por cima".
A páscoa é uma reunião familiar e, durante esse período, os pais aproveitam para ensinar aos filhos sobre sua história e sobre o seu Deus.
Com o passar do tempo, a Páscoa, juntamente com Pentecostes e Tendas, tornaram-se as importantes festas dos judeus, que os levavam a ir até Jerusalém três vezes por ano.
Veja também: Origem da Páscoa
Atualmente, a celebração segue um ritual, cujos passos são: busca do Chametz, jejum dos primogênitos, acendimento de velas, Seder e leitura do Pessach.
Os grãos fermentados (chamêts) são totalmente abolidos da Páscoa Judaica, uma vistoria pela casa é realizada para retirar migalhas e qualquer produto que tenha em sua composição alguns dos cinco cereais: trigo, cevada, centeio, aveia e trigo sarraceno.
Na véspera do Pessach, todos os primogênitos devem jejuar como forma de agradecimento por seus antepassados terem tido suas vidas poupadas quando ocorreu a praga que levou os primogênitos egípcios.
Durante o primeiro dia do Pessach são acendidas velas em horários determinados e com recitação de textos. Para o segundo dia, é utilizada uma chama já existente para acender mais velas.
Em hebraico, Seder significa ordem e trata-se da ceia judaica realizada em família para comemoração do Pessach.
O Seder marca o início da comemoração, quando as famílias se reúnem para consumir alimentos que lembram a trajetória dos seus antepassados.
Durante o jantar, é feito a leitura do Hagadá para relembrar a história e manter acesa na memória dos judeus o sofrimento vivido e a restauração da sua liberdade.
Mesa para realização do Seder durante a Páscoa JudaicaA bandeja principal da mesa, chamada de keará, é composta por elementos, cujos significados são:
Além dos símbolos que compõem o keará, na mesa são colocados três matsot (pães sem fermento), que representam os sacerdotes, levitas e povo israelita.
Há também um recipiente com água salgada para lembrar das lágrimas derramadas durante a escravidão e o mar que atravessaram. A taça com vinho servida a cada convidado deve conter pelo menos 86 mililitros.
A Páscoa Judaica e a Páscoa Cristã possuem significados diferentes. Os judeus comemoram a passagem da escravidão para libertação, enquanto que os cristãos comemoram a passagem da morte para vida durante a ressurreição de Jesus Cristo, o Messias.
Até o século IV a Páscoa Judaica era comemorada no mesmo dia da Páscoa cristã. O Concílio de Niceia, realizado em 325 d.C., decidiu que por não terem o mesmo significado, não deveriam ser celebrados no mesmo período.
A partir de então, a Páscoa Cristã é celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia do equinócio de primavera, para quem está no Hemisfério Norte, e no equinócio de outono, para quem está no Hemisfério Sul.
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