Reforma Protestante é o nome dado ao período histórico quando surgiram, a partir do rompimento com a Igreja Católica, várias igrejas cristãs como a luterana, anglicana, calvinista, entre outras.
Por sua parte, a Contrarreforma é o conjunto de medidas que a Igreja Católica tomou para conter o avanço do protestantismo. O termo, porém, está caindo em desuso e atualmente se prefere a expressão “Reforma Católica”.
A Reforma Protestante foi iniciada por Martinho Lutero (1483-1546), teólogo que criticava certas práticas da Igreja como a venda de indulgências.
Revoltado, Lutero escreveu em documento que passaria à história com o nome de “95 teses” para que seus alunos debaterem em aula. Ali, questionava o poder do Papa e a eficácia das indulgências.
Inicialmente, a Igreja Católica tratou da questão como se fosse mais uma discussão teológica entre universitários. No entanto, graças à difusão da imprensa, as ideias de Lutero circularam rapidamente.
Por isso, em 1520, o papa Leão X exigiu a retratação de Lutero, que se negou a fazê-lo. No ano seguinte, o imperador Carlos V convocou a "Dieta de Worms", uma reunião de príncipes germânicos que considerou o monge como herege.
Embora perseguido por suas ideias, parte da nobreza alemã começou a simpatizar com Lutero. Tratava-se de pessoas que também queriam a renovação da Igreja Católica.
No entanto, o imperador Carlos V não admitia a dissidência em seus domínios e começou a empreender guerras contra aqueles que apoiassem os luteranos. Os conflitos só terminaram em 1555, pela "Paz de Augsburgo". Este acordo determinava que cada governante dentro do Sacro Império poderia escolher sua religião e a de seus súditos.
Da Alemanha, as ideias luteranas chegaram à França, Países Baixos, Inglaterra e Países Escandinavos.
Nestes países foi decisiva a influência do francês Jean Calvino. Pertencente à burguesia e influenciado pelo Humanismo e pelas teses luteranas, Calvino converteu-se em ardente defensor das novas ideias.
Perseguido pela Igreja e pelo governo na França, Calvino se refugia em Genebra, Suíça, onde suas ideias terão grande acolhida.
Já na Inglaterra, o rei Henrique VIII, precisava de um herdeiro masculino para garantir o trono. Como a Igreja Católica não reconhece o divórcio, o soberano inglês rompeu com Roma, para poder casar-se novamente.
As consequências do seu gesto provocaram um terremoto político no país. De um momento a outro, os católicos se viram privados das suas igrejas e os religiosos de seus mosteiros, iniciando assim a perseguição religiosa.
A Contrarreforma ou a Reforma Católica é o conjunto de ações que a Igreja Católica tomou para se renovar.
Com as mudanças provocadas na transição da Idade Média para a Idade Moderna, os católicos desejavam uma espiritualidade mais interior e uma igreja menos corrupta.
As ideias humanistas e cientificistas, criticavam modo de vida de parte do clero e questionavam os dogmas cristãos. Isto exigia uma resposta da Igreja Católica.
Desta maneira, surgem pensadores como Erasmo de Roterdã, Juan de la Cruz, Tereza d'Ávila, Inácio de Loyola, Vicente de Paulo, entre outros, que defendem uma igreja voltada aos mais necessitados e não ao poder.
Como resultado haverá uma grande reforma nas ordens religiosas contemplativas e a criação de congregações, como os jesuítas e vicentinos, voltados para a educação e acolhimento dos pobres.
Veja também: Contrarreforma
O Concílio de Trento foi a resposta que o catolicismo deu à Reforma Protestante.
Realizado em 25 sessões plenárias, na cidade de Trento, a Igreja Católica reafirmou sua doutrina, mas também adotou grandes mudanças que influenciaram nos séculos seguintes.
Manteve-se a exclusividade da Igreja interpretar as Escrituras, se reafirmou a doutrina da transubstanciação; dos sete sacramentos, a doutrina da graça e do pecado original. Confirmou o celibato clerical e o culto dos santos, das relíquias e das imagens.
Em relação ao clero, foram criados os seminários, se estabeleceu a obrigação dos bispos de morarem nas suas dioceses, se proibiu a venda de cargos eclesiásticos e se tomou medidas para evitar a comercialização de indulgências.
Veja também: Concílio de Trento
A Reforma Protestante modificou a religião cristã e a política europeia.
Importante ressaltar que a intolerância e a perseguição religiosa ocorreu tanto nos países de maioria católica quanto nos países protestantes.
No campo político, onde a Reforma Protestante triunfou, o Estado passou a ter uma influência na Igreja podendo interferir no seu funcionamento. Em alguns casos, como na Inglaterra ou na Suécia, os monarcas passaram a ser também os chefes da Igreja nacional.
Por sua parte, a Igreja Católica passou por uma transformação. Deu-se mais atenção à formação e à moralidade do clero, ao ensino da doutrina e valorização da vida religiosa voltada para a educação e ao cuidado dos enfermos.
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Delumeau, Jean - La Reforma. Col.Nueva Clio - la historia y sus problemas. Barcelona. Editorial Labor: 1985.
La Dieta de Worms publicado em "Descubrir la Historia.es". Consultado em 20.11.2020.
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