Revolução Cultural Chinesa

September 2019 0 5K Report
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    Juliana Bezerra Professora de História

    A Grande Revolução Cultural Proletária, conhecida como Revolução Cultural Chinesa, foi um movimento de limpeza política impulsionado por Mao Tsé-Tung.

    Seu objetivo era retirar dos quadros do Partido Comunista da China elementos considerados burgueses ou capitalistas.

    Calcula-se que a Revolução Cultural Chinesa tenha deixado 1 milhão de mortos.

    Mao Tsé-Tung e a Revolução Cultural

    Seguidores de Mao celebram os seus feitos com o "livrinho vermelho" nas mãos

    No final da década de 50, Mao Tsé-Tung tentou fazer da China um país industrializado. Para tanto, lança o plano "Grande Salto Adiante", que se revelou um fracasso.

    A fim de manter-se no poder e afastar os opositores, Mao prepara uma ofensiva que mobilizará as camadas urbanas, especialmente os estudantes.

    Para isso, lança uma campanha de regeneração e convoca a população a combater os "Quatro Velhos": velhos pensamentos, velha cultura, velhos costumes e velhos hábitos, que deveriam ser substituídos pelas ideias do líder comunista.

    As classes operárias e camponesas foram exaltadas e tudo aquilo que tinha relação com cultura e intelecto foi rechaçado. Reunidos na "Guarda Vermelha", os estudantes denunciavam seus professores, destruíam monumentos e queimavam obras literárias.

    A Revolução Cultural Chinesa se orientou através da obra "O Livrinho Vermelho", que reunia pensamentos e citações de Mao Tsé-Tung. O livro se tornou obrigatório nas escolas, no exército e em todas as instituições chinesas.

    Vários professores, políticos e intelectuais foram acusados de burgueses e capitalistas. Desta maneira, eram enviados ao campo ou às fábricas para serem "reeducados" nos valores comunistas.

    Igualmente, Mao empreendeu um culto à sua personalidade onde era chamado de "Grande Timoneiro". Ele seria o responsável por conduzir o povo chinês à prosperidade, sem contar com a participação popular.

    As consequências da Revolução Cultural foram trágicas: milhares de obras de artes perdidas, cerca de um milhão de pessoas assassinadas, presas e afastadas de suas atividades profissionais. Para Mao, no entanto, o movimento assegurou sua posição dentro do país e do Partido Comunista da China.

    A Revolução Cultural foi finalizada oficialmente em 1969, mas muitos historiadores afirmam que ela só termina com a morte de Mao, em 1976.

    VEJA TAMBÉM: Maiores Ditadores da História

    O Grande Salto Adiante e a Revolução Cultural

    Jovens participam do esforço de trabalho durante o Grande Salto para Frente

    O Grande Salto Adiante (ou Grande Salto para Frente) foi uma política de industrialização forçada iniciada em 1958, por Mao Tsé-Tung.

    O objetivo era transformar a China, um país populoso e agrário, em uma nação industrial em pouco tempo. Para isso, Mao emprega os mesmos métodos que Stalin fez na União Soviética: coletivização forçada da terra, deslocamento de populações e abandono da atividade agrícola.

    O resultado foi desastroso: naquele momento a China não se industrializou como esperado, os cultivos foram abandonados, e a consequência foi a fome generalizada que pode ter matado 38 milhões de pessoas.

    Diante de tamanho caos, a posição de Mao Tsé-Tung ficou fragilizada e já eram várias as vozes discordantes dentro do próprio partido que pediam mais participação política. Mao, então, resolve lançar a Revolução Cultural Chinesa a fim de conquistar o apoio da juventude.

    VEJA TAMBÉM: Comunismo

    Origem da Revolução Cultural Chinesa

    Após o fim da Segunda Guerra (1939-1945), o mundo dividiu-se em duas zonas políticas e econômicas distintas: capitalismo e comunismo. Este período passou à História como Guerra Fria e foi um momento de tensão político-militar.

    A China, em 1949, sob a liderança de Mao Tsé-Tung, escolheu a via socialista e se alinhou à União Soviética, comandada, então, por Josef Stalin.

    O continente asiático seria palco ainda de um sangrento conflito que dividiria para sempre a península coreana: a Guerra da Coreia (1950-1953). A Coreia do Norte, que faz fronteira com a China, tornou-se comunista e se transformou num aliado deste país.

    Justamente, na década de 50, houve uma mudança de poder na União Soviética. Stalin falece e é sucedido por Nikita Khrushchov (1894 -1971). Este denuncia vários crimes cometidos por Stalin e comunica a intenção de fazer ajustes no regime soviético.

    Desiludido, Mao Tsé-Tung afasta-se do antigo aliado e resolve fazer sua própria revolução econômica e política na China.

    Começa uma nova etapa na política chinesa e a elaboração de uma via comunista específica, o maoísmo. Esta ideologia política influenciaria vários movimentos políticos no mundo inteiro.

    VEJA TAMBÉM: Guerra Fria

    Curiosidades sobre a Revolução Cultural Chinesa

    • A Revolução Cultural atingiu a Ópera de Beijing que teve todo seus cenários e vestuários destruídos.
    • A religião também foi considerado algo burguês e vários monges foram expulsos do país, assim como as igrejas cristãs foram eliminadas.
    • Em 1981, o governo chinês assumiu que a Revolução Cultural havia sido um grande erro e pediu desculpas ao povo.

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    Juliana Bezerra Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

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