A Noite Escura e Mais Eu

A Noite Escura e Mais Eu é um livro de contos da autoria de Lygia Fagundes Telles, tem o título inspirado num poema de Cecília Meireles. É composto por nove contos cujos títulos são:

  • Dolly
  • Você não acha que esfriou?
  • O crachá nos dentes
  • Boa noite, Maria
  • O segredo
  • Papoulas em feltro negro
  • A rosa verde
  • Uma branca sombra pálida
  • Anão de jardim

Todos os contos tem o narrador em primeira pessoa, ou seja, narrador personagem, e sete deles são contados por personagens do sexo feminino. Fora estes sete, O crachá nos dentes é contado por um cachorro e Anão de jardim, por um anão de jardim.

O que é enfatizado no conto, porém, não é a história contada, mas os sentimentos da personagem perante àquela situação ou momento da sua vida, que pode ser de desamparo, medo, solidão, etc. Lygia aborda, como já é característico em sua obra, temas como a morte, o amor, a velhice, as experiências humanas, em meio aos sentimentos anteriormente citados.

O mistério sempre presente nos contos da autora pode ser observado já no primeiro conto, Dolly, que se passa nos anos 20 e conta a história de uma moça que queria ser artista de cinema mudo. O conto é narrado por uma personagem da mesma idade chamada Adelaide, com quem Dolly quer dividir o aluguel até alcançar seu objetivo. No desenrolar do conto, Adelaide encontra Dolly morta depois de ter sido violentada em uma noite de farras e bebedeira.

Já no conto Boa noite, Maria, o foco é o amor de uma mulher de 65 anos por um homem de 50. Aborda a polêmica da eutanásia, e como tema a morte. A mulher sofre pela solidão em que vive, sofrimento este que observa-se em muitos outros personagens dos contos que compõem este livro.

Além disso, a autora se utiliza do realismo fantástico, de ambiguidades e de personagens como anjos e demônios que vão ilustrando as histórias e fazendo com que ganhem característica singular. Lygia se utiliza do absurdo para incrementar o seu estilo intimista, refletindo sobre as fraquezas humanas e seus sofrimentos. Geralmente, os contos não possuem um final feliz.

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