A agricultura biointensiva é um método de agricultura orgânica, focado em maximizar a produção de alimentos em um espaço bem limitado sem, no entanto, prejudicar os recursos naturais disponíveis. Assim sendo, é uma agricultura voltada para a produção familiar e em pequena escala.
Este método contou com forte influência da agricultura de jardinagem e de conceitos da agricultura biodinâmica que por sua vez foi desenvolvida pelos conceitos do antroposofista, rosacruciano e renomado escritor esotérico: Rudolf Steiner. Seu aluno, Alan Chadwick é considerado por muitos como o pai da agricultura biointensiva.
A agricultura biointensiva se baseia em oito princípios sendo os quatro primeiros: o preparo profundo do solo, o uso da compostagem, o plantio intensivo mantendo as plantas bem próximas umas das outras para criar um microclima que preserve a umidade e temperatura do solo, a escolha de plantas companheiras que melhor combinem entre si e que permitam o melhor uso e preservação do solo.
Incluem-se também entre estes princípios o cultivo do carbono (uso da biomassa) para manter o solo fértil de maneira sustentável e o cultivo de calorias (cultivar uma dieta completa em uma área reduzida ao máximo) escolhendo plantas que sejam melhores para alimentação humana e que produzam mais e melhor em espaço limitado.
Ainda, encerrando a lista de princípios, constam a polinização aberta (aquela em que as plantas polinização livremente por estarem próximas umas das outras) para ter sementes mais fortes sempre em estoque e evitando sementes híbridas e, também, uma abordagem do sistema integral, integrando todos os outros princípios listados na abordagem.
Por se pauta no uso de orgânicos, na abolição de produtos químicos e no aproveitamento de técnicas mais “naturais” que permitam maximizar a produção com menor gasto, sem uso de máquinas agrícolas (totalmente baseada no trabalho manual) e em áreas pequenas, é uma agricultura sustentável e adequada para pequenos produtores. Porém, pelos princípios listados, nota-se que não é qualquer espécie vegetal que pode ser utilizada nesse sistema.
Apesar de maximizar a produção em pouco espaço, a sua aplicação em larga escala fica prejudicada pela dependência do trabalho manual e cuidadoso do agricultor direto com as suas plantas, para uma produção de larga escala em um latifúndio seria necessário que a quantidade de pessoas trabalhando naquela lavoura fosse tão grande que tornaria o processo inviável. Portanto, esta alternativa se adequa melhor ao uso na agricultura familiar, de subsistência (já que há preocupação de no mesmo espaço plantar a dieta mais rica o possível dos nutrientes necessários para uma vida saudável (conforme preceitua o sexto princípio) e em minifúndios.
A ONG Ecology Action foi uma das maiores responsáveis por ajudar a desenvolver e difundir a agricultura biointensiva pelo mundo. Apesar de, geralmente, em muitas escolas brasileiras ela seja tratada quase sempre apenas com dentro da denominação genérica da agricultura de jardinagem ou como variação desta, da onde de fato ela busca alguma inspiração mas não foi a única influência no início dos cultivos de forma biointensiva.
Referências:
http://www.growbiointensive.org/PDF/FarmersHandbookPortuguese_LowRes.pdf
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-07112013-113710/publico/2013_LuisFernandoDeMatheusESilva.pdf
https://ecohabitar.org/metodo-de-cultivo-biointensivo/
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/ecologia/agricultura-biointensiva/
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