Agricultura convencional

A agricultura convencional é o manejo agrícola mais difundido no Brasil para plantações de larga escala, prezando pela produtividade com vasto uso de máquinas e produtos químicos poluentes e baixa preocupação ambiental. É a que produz em maior escala e com menor custo, apesar de ter considerável impacto ambiental.

Trata-se de um modelo de agricultura pautado no largo uso da mecanização, na aplicação em larga escala de produtos químicos (agrotóxicos), uso de plantas geneticamente modificadas (transgênicos), na monocultura, na produção em larga escala.

Apesar de ser o modelo que mais atende as demandas econômicas do mercado de alta produção com redução de custos e maximização dos lucros, é responsável por inúmeros problemas de saúde tanto entre os trabalhadores rurais envolvidos diretamente na sua produção (pelo constante contato com os poluentes, pesticidas e etc.) quanto entre os consumidores (que acabam ingerindo produtos mais pobres em nutrientes e com considerável quantidade de substâncias tóxicas).

Trator pulveriza pesticidas em plantação de soja. Foto: Fotokostic / Shutterstock.com

É a agricultura mais utilizada nos latifúndios brasileiros, sendo fartamente utilizada nas plantações de soja e em outros plantios de larga escala voltados ao abastecimento do mercado interno e externo. Apesar de gerar maior lucratividade no resultado final, ela exige um certo grau elevado de investimento só acessível para aqueles que já possuem algum capital acumulado para conseguir adquirir o devido maquinário e os produtos químicos necessários.

Tem sido uma das causas do aumento da desigualdade no campo, com o fortalecimento dos grandes produtores em detrimento dos pequenos produtores que não possuem os recursos necessários para esse tipo de produção agrícola.

Sendo assim, a agricultura tradicional acaba sendo uma das causas associada a multiplicação de trabalhadores sem-terra que não conseguem adquirir ou manter suas terras para competir com os grandes produtores e não conseguem também trabalhar como empregados dos grandes produtores, já que por conta da mecanização no campo há uma redução na necessidade do trabalho humano não especializado e consequentemente uma redução no número de vagas.

O nome “agricultura convencional” já traduz a ideia de ser o modelo agrícola mais usado, porém, este modelo só se tornou realmente convencional, ou seja, só se disseminou mais a partir da década de 1950, se intensificando nas décadas posteriores e sendo uma das principais causas do êxodo rural.

Entretanto, o termo convencional apesar de remeter a algo comum, corriqueiro, padrão, não tem qualquer ligação com a chamada agricultura tradicional, que se refere aquela agricultura com técnicas antigas (tradicionais) e geralmente baseadas no conhecimento acumulado por pequenas comunidades camponesas, povos indígenas, comunidades quilombolas e outras populações tradicionais.

Portanto, se faz necessário tomar cuidado para evitar a confusão entre estes tipos tão diferentes de agricultura, tão diferentes que podem ser considerados inclusive como sendo os modelos de produção agrícola opostos entre si (convencional x tradicional).

Leia também:

  • Agricultura extensiva e intensiva
  • Agricultura orgânica
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  • Agricultura biointensiva
  • Ecoagricultura
  • Agricultura e impactos ambientais
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