Por agricultura orgânica se entende todo o cultivo vegetal que não utilize agrotóxicos (defensivos agrícolas) ou transgênicos. Seu foco é em produzir um alimento mais “natural”, mais próximo do original e com menos intervenção humana reduzindo assim o impacto ambiental deste tipo de plantação.
Os alimentos orgânicos são considerados mais saudáveis pela sociedade num todo e, consequentemente, são mais valorizados tanto pela busca de uma vida mais saudável quanto por serem produtos ecologicamente mais corretos (e há uma crescente procura por produtos assim no mercado). Acrescenta-se ainda o fato de que, em muitos casos, eles possuem um sabor mais acentuado do que daqueles mesmos vegetais quando produzidos pela agricultura convencional.
Porém, seu processo de produção é mais difícil, está mais sujeito aos riscos naturais de uma plantação (pragas de animais, mudanças no tempo, entre outros), além de não usar produtos químicos e modificações genéticas que fariam os alimentos produzidos serem maiores e mais abundantes.
Somando essa menor produção, com um custo maior (pois depende de técnicas mais complexas para proteger a plantação de pragas e das intempéries climáticas) e maior valorização no mercado, leva os produtos orgânicos a terem um preço bem mais elevado para o consumidor, fazendo com que sejam mais consumidos pelas classes mais abastadas da sociedade, especialmente nas grandes cidades e outros locais distantes dos produtores.
Por se preocupar mais com a qualidade do alimento e a sustentabilidade ambiental do que com a maior produção e lucratividade, a agricultura orgânica geralmente é produzida por pequenos produtores. Porém, existem algumas grandes empresas voltadas para a produção de orgânicos para atender as demandas dos consumidores dispostos a pagarem mais por este tipo de alimento (por razões ideológicas, de saúde, bem-estar, preocupação ambiental ou preceitos religiosos).
Há uma presença também de empresas religiosas, ou seja, empresas que de alguma forma pertencem a alguma denominação religiosa ou se sujeitam aos princípios da mesma, no mercado de orgânicos. Destacando-se a Korin, uma das maiores produtoras de orgânicos do Brasil e que é vinculada a Igreja Messiânica, bem como a Superbom ligada a Igreja Adventista. Ambas são denominações que possuem credos voltados para a preservação da saúde humana e do meio-ambiente.
A agricultura biointensiva e a agricultura biodinâmica, influenciadas pelo pensamento do esoterista Rudolf Steiner também compartilham do interesse pela produção de alimentos orgânicos. Além destas, as agriculturas tradicionais dos povos originários, indígenas, ribeirinhos e quilombolas também se pauta na produção de orgânicos. A agricultura de jardinagem é frequentemente orgânica.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) também é famoso por sua produção de alimentos orgânicos e suas ações contra a indústria de transgênicos e de agrotóxicos. Geralmente, a produção de seus assentamentos é orgânica e é vendida em feiras organizadas para este fim.
Para garantir que o produto realmente é orgânico, evitando que um grande produtor da agricultura convencional tente vender seus produtos convencionais (repletos de pesticidas e/ou transgênicos) como se fossem orgânicos apenas para vender por um valor mais elevado, foram criados diversos selos e entidades certificadoras, embora nem todos os produtos orgânicos tenham a devida certificação, elas servem como uma segurança ao consumidor de que estão consumindo alimentos verdadeiramente orgânicos.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/ecologia/agricultura-organica/
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