A agroecologia é o estudo da agropecuária em uma perspectiva ecológica, visando viabilizar a atividade econômica agrária e ao mesmo tempo preservar o meio-ambiente. Sabemos que, na atualidade, é crescente a preocupação com os impactos socioambientais das diversas atividades econômicas na cidade e no campo. Também chamamos de agroecologia as práticas derivadas de tais estudos, visando um cultivo e manejo sustentáveis.
Apesar de muitos não conhecerem o termo agroecologia, todos já ouviram falar de agricultura orgânica, que é o carro-chefe da agroecologia, bem como as culturas em transição para o modelo de agricultura orgânica.
No manejo orgânico de plantações, se evita a utilização de agrotóxicos e de fertilizantes sintéticos que podem causar males para o meio ambiente (poluição do solo e dos lençóis de água), bem como para a saúde humana. Em seu lugar, são buscadas alternativas naturais, como o uso de plantas e animais que expulsem ou destruam as pragas das lavouras, evitando perdas.
Outra preocupação da agroecologia é buscar viabilizar alternativas ao cultivo de vegetais transgênicos. Especialmente considerando que os transgênicos causam graves riscos a biodiversidade, pois suas sementes são mais resistentes que as demais e, portanto, acabam tomando o espaço de variedades tradicionais locais. Além da questão da soberania alimentar, considerando que os transgênicos possuem royalties que devem ser pagos para as multinacionais que os desenvolveram, conforme denunciado no famoso documentário “O mundo segundo a Monsanto”.
Uma grande preocupação dos agricultores de orgânicos na atualidade é como reduzir custos e aumentar a produtividade sem retornar ao cultivo normal. Apesar de já ser possível identificar produtos orgânicos em grandes redes de supermercados, geralmente eles possuem um custo bem mais elevado que os vegetais convencionais.
Porém, a agroecologia não se resume em uma agricultura sustentável ou orgânica, também existe uma preocupação com a criação pecuária com redução de danos ambientais e também uma melhora no bem-estar animal. Entre os tipos de pecuária sustentável mais conhecidos estão a criação do chamado “boi verde” e a do “boi orgânico”.
A ideia de uma pecuária ecológica sofre críticas por parte de ativistas dos direitos dos animais, que entendem que as reduções de danos são demasiadas pequenas e a questão do bem-estar animal não é satisfatória.
Igualmente, alguns pesquisadores criticam que algumas vezes as preocupações ambientais estão distanciadas das pesquisas científicas, se pautando mais em um discurso ético-político, sendo, portanto, importante uma forte fundamentação científica para pautar as questões ambientais de maneira adequada, identificando e combatendo os reais problemas ambientais causados pelas atividades econômicas.
No Brasil, a atual política nacional de agroecologia está em vigor desde a publicação do decreto presidencial 7.794, de 20 de agosto de 2012, pela presidente Dilma Rousseff. Contando com fartas pesquisas da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Agropecuária) em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (PESAGRO-RIO) visando compreender melhor os impactos socioambientais da criação agropecuária e a viabilidade de métodos alternativos, inclusive com uma fazenda modelo para experimentos (Fazendinha Agroecológica) localizada em Seropédica/RJ.
Referências:
http://www.agroecologia.gov.br/
https://www.embrapa.br/agrobiologia/pesquisa-e-desenvolvimento/agroecologia-e-producao-organica
http://www.agroecologia.org.br/
https://www.anda.jor.br/2016/10/educacao-vegana-abolicionista-e-o-problema-do-bem-estarismo/
https://www.youtube.com/watch?v=sWxTrKlCMnk
http://www.mazzotti.pro.br/resources/mazzottirsproblambiental.pdf
http://www.beefpoint.com.br/boi-organico-x-boi-verde-40367/
http://aba-agroecologia.org.br/wordpress/grupos-de-trabalho/agrotoxicos-e-transgenicos/
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