Os Cavaleiros Hospitalários representavam uma ordem militar cristã criada no século XI.
Jerusalém é um local sagrado para as principais religiões do mundo. Durante a Idade Média, o território foi extremamente disputado entre cristãos e muçulmanos. Estes, conquistaram a chamada Terra Santa no século XI, incomodando os cristãos. Foi por esse motivo que surgiram as famosas Cruzadas, tentativas cristãs de se reconquistar Jerusalém. No final do mesmo século, o papa da época convocou os cristãos para marcharem até a Terra Santa e retomarem para os cristãos o território no qual havia vivido Jesus Cristo. Em 1099, partiu a Primeira Cruzada. No mesmo ano, alguns mercadores de Amalfi fundaram em Jerusalém uma casa religiosa para recolher os peregrinos. Essa casa cresceu em funcionalidade, passou a operar sob a regra de São Bento e, mais tarde, passou a contar com um hospital. Por algum tempo, Godofredo de Bulhão foi o financiador da iniciativa, garantindo a existência daquilo que viraria uma congregação especial e adotaria o nome de São João Batista. Em 1113, a congregação foi reconhecida pelo papa e passou a operar sob regra própria. Alguns anos depois, o serviço de proteção e atenção aos doentes passaria a contar também com serviços militares, constituindo, assim, a fundação da Ordem dos Cavaleiros Hospitalários.
A Ordem surgiu em função das ameaças muçulmanas que os cristãos sofriam em suas jornadas de fé para visitar a Terra Santa. No meio do caminho, os fieis eram atacados, saqueados, feridos e até assassinados pelos islâmicos. Para oferecer proteção, os Hospitalários prestavam serviços médicos aos cristãos. Com o tempo, notaram que só o cuidado com os doentes não resolveria a difícil situação no Oriente, e a Ordem adotou também uma conduta militar. Os Cavaleiros Hospitalários ou Cavaleiros de São João incorporaram os treinamentos de batalha e participaram de diversos combates.
Os Cavaleiros Hospitalários assumiram como hábito, ou seja, vestimenta característica utilizada, a túnica branca e um grande manto preto dotado de uma cruz de ouro com esmalte branco no lado esquerdo. Os cavaleiros pertencentes à Ordem eram sempre pertencentes à fidalguia. Além de manterem o hospital em Jerusalém, envolveram-se diretamente com as Cruzadas e, ao contrário do que aconteceu com outras Ordens, mantiveram-se vivos e ativos com o fim delas.
Os Cavaleiros Hospitalários sobreviveram à Idade Média e a Ordem permaneceu viva, recebendo de Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico a Ilha de Malta como doação, em 1530. Nesta época, a Ordem dos Hospitalários mudou de nome, passando-se a se chamar de Ordem de Malta. Existente até os dias atuais, a organização exerceu funções de espionagem para o Vaticano e sempre se manteve ativa em iniciativas de beneficência. Atualmente, a Ordem tem atividade discreta, porém presente em muitos países do mundo. Seus integrantes são médicos, homens de ciência ou com tendências ao sacerdócio.
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Fonte: http://www.cih.uem.br/anais/2011/trabalhos/93.pdf
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