O estro, também denominado cio, é o dia zero do ciclo estral, ou seja, é quando a fêmea apresenta os sinais de receptividade sexual, ocorrendo em seguida, a ovulação.
A duração do cio e o momento da ovulação varia pouco de animal para animal, devido à fatores endógenos e exógenos. Quando não há a fecundação, o intervalo médio entre dois cios é de 21 dias e recebe o nome de ciclo estral.
O ciclo estral divide-se em duas fases:
Caso ocorra a fertilização, o corpo lúteo será mantido, se não houver, esse irá regredir tendo início uma nova onda folicular. Os eventos ocorridos durante o ciclo estral são basicamente regulados pelos hormônios: GnRH (hormônio liberador das gonadotrofinas), FSH (hormônio folículo estimulante), LH (hormônio luteinizante), estradiol e progesterona.
A produção do hormônio GnRH se dá no hipotálamo, e é responsável pela regulação e liberação das gonadotrofinas FSH e LH. Estes, por sua vez, são produzidos pela hipófise anterior que controlam o desenvolvimento folicular e a ovulação. Já o estradiol e a progesterona são produzidos pelo folículo e corpo lúteo, respectivamente, presentes na gônada feminina (ovário), sendo que participam da manifestação do cio e da gestação.
Esta fase subdivide-se em proestro e estro. Este primeira dura de dois a três dias e se caracteriza pela queda nos níveis de progesterona, pelo desenvolvimento dos folículos e pelo aumento dos níveis sanguíneos de estradiol.
Neste período haverá a liberação do GnRH pelo hipotálamo, estimulando a hipófise anterior à secretar FSH e LH. Deste modo, os altos níveis de FSH presente na corrente sanguínea irá estimular o desenvolvimento dos folículos e, ao mesmo tempo, o LH estimulará a maturação deste. Ao passo que o folículo cresce, há um aumento da produção de estradiol por essas estruturas, sendo que após uma determinada concentração desse hormônio, ocorrerá a manifestação do cio e uma grande liberação do hormônio LH, iniciando assim, a segunda fase.
Nesse período, as vacas apresentam as seguintes características: imobilidade quando montada, vulva edemaciada, mucosa vaginal hiperêmica, descarga de muco vaginal claro e elástico, inserção de cauda arrepiada, inquietude, formação de grupo, lordose e, certas vezes, diminuição do consumo alimentar e da produção de leite. Muitos desses sintomas podem estar presente no período de proestro, por isso o fato da fêmea deixar ser montada é o mais característico e confiável.
Esta fase subdivide-se em metaestro e diestro e se caracteriza pelo desenvolvimento do corpo lúteo. O primeiro, dura de dois a três dias, e caracteriza-se pela liberação do óvulo.
Nos bovinos, a duração média desse período é de 12 horas, vindo a ovular de 12 a 16 horas após o final do cio. Após a ovulação, o óvulo “caminha” em direção à porção média do oviduto (local onde ocorre a fecundação). As células que formam a parede interna do folículo irão se multiplicar, originando uma nova estrutura, o corpo lúteo. O período em que este passa a ser funcional, ou seja, passa a sintetizar e liberar progesterona, recebe o nome de diestro.
Este período é o de maior duração do ciclo estral, aproximadamente 15 dias. Caso o óvulo seja fecundado, será mantido o corpo lúteo e os níveis de progesterona se manterão elevados durante a gestação. Caso a fecundação não ocorra, essa estrutura irá regredir, dentro de 17 dias após o estro, diminuindo deste modo, os níveis sanguíneos de progesterona, possibilitando a ocorrência de um novo ciclo estral. A substância responsável pela lise do corpo lúteo é o hormônio prostaglandina F2α (PGF2α), produzida pelo útero.
Fontes: http://www.mcguido.vet.br/cicloestral.htm http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/doc/doc48/03cicloestral.html Biotécnicas Aplicadas à Reprodução Animal – Paulo Bayard Dias Gonçalves, José Ricardo de Figueiredo e Vicente José de Figueiredo Freitas. Ed: 2° (2008). Editora Roca.
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