Complexo regional da Amazônia

Uma outra forma de regionalizar o Brasil, sem ser pela regionalização oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste, é a regionalização em áreas geoeconômicas, ou complexos regionais, sendo eles: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul.

O complexo regional da Amazônia é o maior territorialmente e simultaneamente o menos populoso dos três complexos. Este contraste se dá em função das vastas áreas de mata ainda preservadas na região, dificultando a ocupação pela população humana da área florestal a ser preservada.

Aspectos econômicos

A economia da Amazonia apresenta uma papel intermediário na economia, sendo inclusive a que mais se desenvolvia no Brasil no ano de 2009 (segundo o IBGE), apesar das dificuldades de ocupação territorial e das grandes desigualdades dentro da região. Tem como um grande destaque econômico a Zona Franca de Manaus, que produz boa parte dos produtos eletro-eletrônicos, dentre outros produtos que são consumidos no Brasil.

A Zona Franca de Manaus é controlada pela SUFRAMA, órgão do Governo Federal que foi criado junto com a própria Zona Franca, visando incentivar o desenvolvimento econômico na Amazônia Ocidental. A Zona Franca de Manaus foi criada em 1967, pelo decreto-lei nº 288/67, tendo três polos diferentes. O primeiro que é o polo comercial e foi o primeiro polo de grande relevância na mesma, especialmente antes da abertura econômica do Brasil, sendo o principal canal de importação e exportação de produtos para o mercado brasileiro até os anos e 1980.

Na atualidade, com uma economia aberta ao mercado internacional, o polo que sustenta a Zona Franca de Manaus é o polo industrial, que conta com diversos tipos de reduções de impostos (e até isenções em alguns casos) para as indústrias que ali se instalem.

Há ainda o polo agropecuário, voltado principalmente para a agricultura de subsistência, com excedentes vendidos na própria cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas.

Por sua base ser a Região Norte (conforme a classificação do IBGE), ocupando todos os seus Estados (Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará e Tocantins) exceto por uma pequena parte no sudeste do Tocantins, somando-se parte dos Estados do Mato Grosso e do Maranhão, o clima e demais fatores serão basicamente aqueles encontramos na região norte do Brasil. Sendo assim, é nítido o predomínio do clima equatorial e tendo como vegetação a floresta equatorial mais famosa do mundo, que é a floresta amazônica.

Mais pro extremo norte e extremo sul da região já há a mudança do clima para o tropical, no caso do extremo sul havendo a transição para a vegetação do Cerrado. No sentido Leste, adentrando o Estado do Maranhão há a presença da Mata de Cocais que é uma vegetação de transição entre a floresta amazônica e a caatinga do semi-árido. A Mata de Cocais é uma região de grande diversidade de palmeiras, entre elas o açaí, a carnaúba e o babaçu, que são importantes fontes de renda para a região.

Fora da Zona Franca de Manaus, alguns destaques econômicos deste complexo regional são a produção de açaí, palmito (especialmente o do açaízero), bem como a extração de outros insumos vegetais e também minerais (como a Bauxita no Estado do Pará, mineral usado para a produção do alumínio). Além disso, há um destaque para o eco-turismo na floresta amazônica.

Aspectos Culturais

Em termos culturais, vemos um crescimento da influência cultural do complexo regional da Amazônia para o resto do Brasil, como a música brega e tecno-brega, bem como o calipso (também conhecido como brega pop), se espalhando pelo Brasil e com grande destaque na mídia. Após a novela “A Força do Querer”, o ritmo do Carimbó também ganhou uma projeção nacional.

O açaí talvez seja o prato da culinária amazônica que mais ganhou popularidade no Brasil, embora com adaptações regionais, isto se deve devido ao mesmo ser considerado energético, saudável e ter boas propriedades para quem realiza exercícios físicos.

Há de se destacar uma marcante presença cultural indígena na população da região Norte, tanto pelas reservas indígenas demarcadas, seja pela mestiçagem da população que inclui etnias indígenas.

Aspectos ambientais

Apesar das dificuldades para a ocupação humana de boa parte deste complexo regional, devido a densidade da floresta amazônica, temos nesta área uma importante reserva estratégica, não apenas pela diversidade de vegetal, animal e mineral que pode ser extraída da região, mas também pela importância ecológica da Amazônia para todo o mundo, bem como por suas fartas reservas de água e também a diversidade cultural que existe na região, inclusive com tribos indígenas pouco conhecidas habitando o coração da floresta.

Entre os recursos hídricos, se destacam os grandes rios como o Rio Amazonas que nasce do encontro do Rio Negro e do Rio Solimões. O encontro do Rio Negro e do Rio Solimões é famoso por conta das águas que não se misturam devido a diferença nas densidades, fazendo com que o encontro de águas mantenha duas cores distintas de água correndo juntas. Os rios são abundantes na região, servindo como fonte de renda e como meio de transporte, sendo a navegação fluvial bem comum na área. Entretanto, apesar de ter até a famosa pororoca, ondas criadas no encontro das águas dos rios com as águas oceânicas, a região da Amazônia possui o menor litoral dentre as regiões brasileiras.

Toda esta diversidade tem estado ameaçada pelo desmatamento causado em função do avanço do agronegócio sobre a floresta, a grilagem de terras, a falta de um controle efetivo do governo federal sobre as fronteiras (servindo de rota para o crime organizado e para a biopirataria), dentre outros problemas que fazem com que o Brasil sofra duras críticas internacionais pelo descaso com a região que é considerada estratégica para todo o mundo.

Referências:

Atlas Geográfico Escolar do IBGE (4ª edição)

http://www.suframa.gov.br/

https://escola.britannica.com.br/levels/fundamental/article/regi%C3%A3o-Norte/483411

https://www.hydro.com/pt-BR/a-hydro-no-brasil/Sobre-o-aluminio/Ciclo-de-vida-do-aluminio/Mineracao-de-bauxita/

http://www.bbc.com/portuguese/brasil-40350433

https://economia.uol.com.br/ultnot/2009/09/18/ult4294u2957.jhtm

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