O complexo regional do Centro-Sul, ou região geoeconômica do Centro-Sul, é uma das três regiões geoeconômicas do Brasil (junto com o Nordeste e a Amazônia), sendo a mais desenvolvida economicamente, mais populosa e a segunda maior em área de extensão.
Considerando a regionalização oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divide o Brasil nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte, a base territorial do complexo regional do Centro-Sul são as regiões Sul (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina), Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal) e Sudeste (Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais).
Segundo a divisão geoeconômica presente no Atlas do IBGE, a diferença territorial do complexo regional do Centro-Sul para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste juntas é que a região Centro-Sul não abrange grande parte do Estado do Mato Grosso (que é ocupado pela Amazônia), bem como uma parte do Estado de Minas Gerais que foi “perdida” para a região Nordeste. Em contrapartida, o Centro-Sul acaba se expandindo sobre outras áreas e ocupando parte dos Estados do Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão.
Esta região abrange algumas das principais cidades brasileiras como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e tantas outras. Isto coloca esta região em posição de destaque no cenário político e econômico nacional.
Três são os climas predominantes na região: O clima tropical litorâneo, O tropical continental e o sub-tropical.
O tropical litorâneo está presente na área costeira da região Sudeste, sendo o clima onde pode ser encontrada a vegetação da Mata Atlântica, famosa por sua biodiversidade animal e vegetal, mas também muito desmatada dado o excessivo crescimento urbano da região.
O clima tropical continental mais no interior de Minas Gerais até o Centro-Oeste brasileiro, onde pode ser encontrada a vegetação do Cerrado, com árvores retorcidas e arbustos que estão mais adequados ao clima menos úmido que o clima tropical litorâneo ou que o clima equatorial. Por conta da continentalidade desta área, ou seja por não sofrer influência do oceano, este clima apresenta grande amplitude térmica (a temperatura varia muito ao longo do ano e até mesmo ao longo de um mesmo dia).
Já na área que vai do sul de São Paulo e abrange toda a região Sul o clima é o sub-tropical. Em alguns pontos do Sudeste, especialmente nas regiões serranas, é possível encontrar também o clima tropical de altitude.
Acerca do relevo da região Centro-Sul, toda a região costeira é dominada por planícies litorâneas, enquanto que o interior é dominado por planaltos. Existem algumas serras (Serra do Mar, Serra da Mantiqueira, Serra das Araras, dentre outras) que ficam na divisão entre as áreas planaltos interioranos e de planícies costeiras.
Dentro do Complexo regional do Centro-Sul encontram-se partes de grandes bacias hidrográficas: a do rio Paraná, a do rio São Francisco, e uma pequena parte da bacia do Araguaia-Tocantins.
Os rios do Paraná encontram-se em grande parte nos planaltos, onde o relevo é bastante acidentado, proporcionando as condições ideais para a construção de grandes usinas hidrelétricas, como é o caso da Usina de Itaipu. Ela é responsável por grande parte da produção da energia consumida no sul do Brasil, e também fornece energia para o Paraguai.
O Brasil tem sua ocupação pela população de origem européia e africana iniciada pela costa, portanto a maior parte da população brasileira está concentrada nas regiões costeiras e no caso da região Centro-Sul não é muito diferente.
A população está concentrada principalmente nas zonas costeiras, especialmente nas cidades mais desenvolvidas que atraem a migração de pessoas oriundas deste e de outras regiões em busca de uma vida melhor nos grandes centros urbanos (especialmente Rio de Janeiro e São Paulo).
Apesar do Brasil ser um país majoritariamente católico, no Centro-Sul encontramos uma forte presença do protestantismo de imigração (especialmente mais ao sul do Brasil) e no Rio de Janeiro temos o Estado menos católico do Brasil com grande número de Espíritas, Evangélicos, Umbandistas (religião que nasceu no Estado) e outros.
Apesar de ter sempre algum nível de participação, mesmo que caricato, da cultura do Sul e a crescente influência da cultura do centro-oeste e interior de Minas Gerais e São Paulo, há uma certa hegemonia cultural do Rio de Janeiro e São Paulo, inclusive o sotaque carioca predomina em muitos meios de comunicação e é tido por muitos como o sotaque oficial do Brasil.
No Centro-Sul está a única Bolsa de Valores em atividade no país, a Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), existe uma grande presença industrial especialmente no sudeste onde temos as famosas metalúrgicas do ABCD Paulista e a histórica Companhia Siderúrgica Nacional que fica no interior do Estado do Rio de Janeiro.
Existe também uma forte presença da agropecuária nas áreas interioranas do Centro-Sul, com a criação de gado e o café entre os produtos que tiveram mais destaque na história (o que deu origem ao chamado período Café com Leite, no qual havia um predomínio na política do Estado pecuarista de Minas Gerais e do Estado cafeicultor de São Paulo). O Centro-Oeste é atualmente uma área de intensa presença do agronegócio, especialmente ligado a produção de soja.
No norte do Rio de Janeiro e no Espírito Santo ainda é possível encontrar a produção da cana-de-açucar, bem como nas áreas costeiras, especialmente do Estado de São Paulo ao Estado do Espírito Santo, existe uma intensa exploração petrolífera.
No Noroeste Fluminense e nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo existe uma forte presença da mineração, inclusive tendo sido essa a origem do nome do Estado de Minas Gerais, bem como sendo a responsável por um dos maiores desastres ambientais que já ocorreu no Brasil: a tragédia de Mariana, quando a barragem da represa acabou por ceder e muitas pessoas morreram, bem como vários quilometros de água doce de rios foram contaminadas com os rejeitos daquela barragem.
Esta posição privilegiada economicamente se torna um celeiro fértil para movimentos separatistas, especialmente em São Paulo e no Sul do país, porém ambos carecem de apoio popular e legalidade institucional para conseguirem se firmar.
Apesar disso, na recente crise econômica que tem afligido o Brasil, o Estado do Rio de Janeiro tem sido um dos mais afetados (com desempenhos inferiores ao do resto do Brasil em alguns setores), inclusive por conta da redução nos Royalties do Petróleo, bem como vários outros problemas somados.
Referências:
Atlas Geográfico Escolar do IBGE (4ª edição)
https://escola.britannica.com.br/levels/fundamental/article/regi%C3%A3o-Sul/483574
https://escola.britannica.com.br/levels/fundamental/article/regi%C3%A3o-Centro-Oeste/483168
https://escola.britannica.com.br/levels/fundamental/article/regi%C3%A3o-Sudeste/483573
http://odia.ig.com.br/portal/rio/evang%C3%A9licos-se-multiplicam-no-pa%C3%ADs-rio-%C3%A9-o-estado-com-mais-esp%C3%ADritas-1.457629
http://diariodorio.com/sotaque-carioca-o-oficial/
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