Doenças negligenciadas

Doenças negligenciadas são aquelas doenças causadas por agentes infecciosos ou parasitas e são consideradas endêmicas em populações de baixa renda, especialmente entre as populações pobres da África, Ásia e América Latina. O baixo acesso à água e a falta de saneamento básico contribuem para a disseminação dessas doenças.

Anualmente, causam juntas entre 500 mil e um milhão de óbitos. Elas também contribuem para a manutenção das desigualdades entre os países, pois são um entrave para o seu desenvolvimento. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, 1/6 da população mundial (por volta de 1 bilhão de pessoas) estão contaminadas com uma ou mais doenças, podendo causar incapacidade ou morte.

São exemplos de doenças negligenciadas: dengue, doença de Chagas, esquistossomose, hanseníase, malária, tuberculose, doença do sono (tripanossomíase humana africana), leishmaniose visceral (LV), filariose linfática. As doenças negligenciadas são as principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. O tratamento de algumas dessas doenças é conhecido e é barato, mas não estão disponíveis nas áreas mais pobres do mundo. Estas doenças possuem investimentos reduzidos em pesquisas, produção de medicamentos e vacinas. Isto acontece porque não há interesse da indústria farmacêutica em investir muito nessas doenças por conta do baixo potencial de retorno lucrativo, já que elas se concentram em populações de baixa renda e em países em desenvolvimento, por isso é dado o adjetivo negligenciada.

Em 2003, foi criada a Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDI - sigla em inglês de Drugs for Neglected Diseases Initiative), uma organização sem fins lucrativos que tem por finalidade oferecer novos tratamentos para doenças negligenciadas, especialmente para doença do sono (tripanossomíase humana africana), doença de Chagas, leishmaniose, infecções por helmintos específicos (filárias), malária e HIV pediátrico. Já foram disponibilizados seis tratamentos: dois para malária, um para a fase avançada da doença do sono, uma terapia combinada para a leishmaniose visceral africana e outra para a asiática. Foi disponibilizada também uma dosagem pediátrica para a doença de Chagas.

No Brasil, o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Doenças Negligenciadas no Brasil, no âmbito da parceria do Ministério da Saúde com o Ministério da Ciência e Tecnologia identificou sete prioridades de atuação: dengue, doença de Chagas, leishmaniose, hanseníase, malária, esquistossomose e tuberculose.

Apesar de todos os esforços no combate às doenças negligenciadas, estima-se que 46 milhões de crianças na América Latina e no Caribe vivam em áreas de alto risco de infecção ou reinfecção com helmintos transmitidos pelo solo. A cada ano são relatados mais de 33 mil novos casos de hanseníase, 51 mil casos de leishmaniose, 25 milhões de novos casos de doença de Chagas são relatados e 12,6 milhões sofrem de filariose linfática.

Para se tentar controlar esta situação são necessários não só investimentos em pesquisa de novos medicamentos e vacinas, mas também a melhoria das condições sanitárias das populações afetadas, pois este é um dos maiores problemas associados a estas doenças.

Bibliografia:

Doenças negligenciadas. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/doen%C3%A7as-negligenciadas

Doenças negligenciadas: estratégias do Ministério da Saúde. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rsp/v44n1/23.pdf

Doenças negligenciadas. Disponível em http://www.abc.org.br/rubrique.php3?id_rubrique=92

DNDi América Latina. Disponível em: http://www.dndial.org/pt/dndi-na-america-latina/quem-somos.html

Relatório da OMS informa progressos sem precedentes contra doenças tropicais negligenciadas. Disponível em: http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5401:relatorio-da-oms-informa-progressos-sem-precedentes-contra-doencas-tropicais-negligenciadas&Itemid=812

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