Epistemologia de Bunge

O termo epistemologia se refere ao estudo sobre a produção do conhecimento. Quando se menciona, no entanto, a epistemologia das ciências, se está abordando os pensadores que se preocuparam em investigar como se constrói um conhecimento de natureza científica. Dentre eles, Mario Bunge merece destaque.

Bunge é argentino, nascido em Buenos Aires em 1919. Possui formação de PhD em Ciências Físico-Matemáticas pela Universidade Nacional de La Plata. Atuou como professor de física teórica em universidades na Argentina. Atualmente leciona disciplinas de filosofia na Universidade de Buenos Aires. Atua também em instituições de ensino canadenses. Seus conceitos principais na epistemologia das ciências são: verificabilidade, modelo teórico e modelo conceitual.

Buscar-se-á propor um breve resumo sobre os principais conceitos em Bunge, não em sentido de resumo de toda sua obra ou resenha, mas em caráter pessoal de quem escreve, através dos itens abaixo:

  • Desde o início de sua obra, preocupa-se em distinguir o que de fato é a ciência.
  • Considera uma ciência Formal (ideal), aquela constituída pelos seguintes princípios:
    • Trata de entes abstratos, não há informação sobre a realidade.
    • Demonstra ou forma hipóteses.
    • Necessita de uma lógica formal.
    • A demonstração é completa e possui sentido de ser final.
    • Exemplos: a lógica e a matemática.
  • Considera uma ciência Fática (material):
    • Formula hipóteses a respeito de fatos e/ou objetos materiais.
    • Verifica hipóteses provisórias.
    • Necessita de algo a mais: a experiência e a observação.
    • A verificação é sempre incompleta e temporária.
    • Exemplos: a física e a química, a economia (empregam a matemática como ferramenta para uma descrição mais precisa).
  • Defende a objetividade científica e a experiência dentro de uma aproximação.
  • A caracterização do conhecimento científica sempre é a verificabilidade.
  • Admite a falsidade do conhecimento científico, ou seja, para Bunge, o conhecimento científico é falível desde a sua essência.
  • Da mesma forma, não existe método científico como uma receita infalível.
  • Como método científico, pode-se apenas considerar a arte de formular perguntas e obter respostas.
  • Nesse contexto, deve-se formular perguntas precisas, mas não com a ilusão de que se poderá obter respostas finais, pois ainda que se tenha boas perguntas, as respostas jamais serão definitivas.
  • Aborda um conceito de modelagem, ou seja, a partir de um determinado fenômeno, cria-se um modelo conceitual para explicá-lo.
  • A ciência básica visa produzir um conhecimento, a ciência aplicada se propões a explicar os resultados da pesquisa básica para gerar soluções.

Referências:

MOREIRA, Marco Antônio; MASSONI, Neusa Teresinha; Epistemologias do Século XX, EPU, São Paulo, 2011.

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