Certamente o gasoso é o estado físico da matéria mais incomum, ou seja, suas propriedades são únicas e destoam radicalmente daquelas apresentadas pelos demais estados físicos. Inicialmente essa discussão pode ser feita ao considerarmos como simplificação das forças atuantes no interior da matéria duas delas: uma de atração de partículas, conhecida como COESÂO, e outra contrária, de repulsão das partículas, conhecida como REPULSÃO. Particularmente ao estado gasoso, a intensidade da força de repulsão será sempre superior à da de coesão, tornando este estado físico variável em relação a sua forma e a seu volume.
Aplicações práticas surgem da ausência de volume definido do gás, ou seja, sua capacidade de expandir-se e ocupar todo o volume do recipiente que o contém, quando, por exemplo, enchemos o pneu de um carro com ar atmosférico, ou um balão com gás hélio, ou ainda puxamos o êmbolo de uma seringa, fechando a outra extremidade. Em todos os casos, o gás irá ocupar todo o volume do recipiente no qual estiver contido.
A definição mais aceita para um gás é aquela que aborda que uma substância deve estar nesse estado físico sem necessidade de aumento de temperatura ou redução de pressão. Dessa forma, determinada substância deverá naturalmente apresentar-se no estado gasoso, caso contrário poderá ser denominada de vapor, mas não de gás. Salienta-se que o “naturalmente” pressupõe para a química/física as Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP), padronizadas como uma temperatura de 25°C e uma pressão de 1 atm.
É sabido que qualquer substância pode se apresentar em qualquer um dos estados físicos da matéria, por exemplo, por alteração de temperatura. O gás carbônico é sólido em temperaturas muito baixas, conhecido como gelo-seco. O mercúrio pode ser aquecido até que se torne um gás, ou o ferro pode ser aquecido e tornar-se um líquido. Entretanto, o estado físico das substâncias citadas será determinado quando as mesmas encontrarem-se nas CNTP, respectivamente, gasoso, líquido e sólido.
O gás possui uma propriedade de sempre constituir uma mistura homogênea, que é o caso do ar atmosférico, por exemplo, constituído basicamente por gás nitrogênio (N2) e gás oxigênio (O2), o primeiro em aproximadamente 78% e o segundo 21%. O gás neon, por sua vez, é utilizado em lâmpadas diversas e letreiros com coloração. O gás metano é um importante combustível, utilizado no botijão de cozinha, obtido a partir da destilação do petróleo em sua primeira fração. O gás carbônico é exalado pelo organismo do mamífero como produto do processo de respiração. E há muitos outros exemplos de nosso cotidiano.
Referências: FELTRE, Ricardo; Fundamentos da Química, vol. Único, Ed. Moderna, São Paulo/SP – 1990.
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