Estrongiloidíase

A Estrongiloidíase ou Estrongiloidose é uma doença causada pelo parasita Strongyloides stercoralis e possui maior prevalência em regiões quentes (com temperatura entre 25 a 30º C) e com bastante umidade. Os nematódeos são encontrados em solo arenoso e podem viver indefinidamente no solo como formas livres.

A forma parasita deste verme possui corpo cilíndrico, filiforme, esbranquiçada, com as extremidades afiladas. Na porção anterior encontramos a boca com três pequenos lábios. Possui esôfago estreito e cilíndrico (filarióide), e mede de 2 a 3 mm de comprimento.

Quanto à forma de vida livre, o parasita possui a seguinte morfologia:

  • Larva rabditóide mede aproximadamente 0,25 mm, possui esôfago rabtitóide, vestíbulo bucal curto e primórdio genital visível.
  • A larva filarióide mede cerca de 0,5 mm e contém esôfago cilíndrico que se estende quase até a metade do corpo da larva. Possui vestíbulo bucal e a cauda termina como uma pequena bifurcação.
  • O macho e a fêmea possuem boca com três pequenos lábios, esôfago do tipo rabditóide e vestíbulo bucal curto. A fêmea é maior (1,5 mm) e possui extremidade posterior delgada e voltada ventralmente, apresentando duas espículas pequenas.

Larva do verme Strongyloides stercoralis

A transmissão da doença acontece pela penetração das larvas filarióides na pele (geralmente nas áreas da pele mais fina dos pés), ingestão de alimentos contaminados por larvas, autoinfestação interna (mudança das larvas rabditóides para filarióides na região perianal infestando o hospedeiro).

Contaminado, o indivíduo apresenta os seguintes sintomas:

  • Lesões cutâneas: Geralmente discretas, podendo haver pequenas alergias. A pele pode apresentar manchas vermelhas, coceira e inchaço. Estes sintomas tendem a desaparecer espontaneamente dentro de 1 a 2 semanas.
  • Lesões pulmonares: Quando as larvas perfuram os alvéolos ocorrem pequenas hemorragias, alterações inflamatórias, que podem complicar com o aparecimento de fenômenos alérgicos e invasão bacteriana secundária.
  • No intestino, as fêmeas partenogenéticas ao nível da mucosa, possuem uma ação mecânica e irritativa capaz de provocar enterite. Assim a mucosa parasitada contém uma inflamação catarral e com a presença de pontos ulcerados. Essas úlceras podem complicar-se por invasão bacteriana, dando extensas áreas necróticas.
  • Além de tudo isto, o paciente apresenta anemia, diarréia, emagrecimento, desidratação e irritabilidade, que são agravados em caso de subnutrição.

É muito importante para evitar a doença, usar sapatos em áreas endêmicas para proteger os pés, abolir por completo adubação com fezes humanas e tratar os doentes de modo a evitar a proliferação da verminose. O tratamento geralmente é feito com tiabendazol e albendazol, porém deve ser receitado pelo médico especialista.

Para diagnóstico da estrongiloidíase, pode-se usar o método HPJ (sensibilidade menor), porém os métodos mais utilizados são o de Baermann-Moraes ou o de Rugal, que são bastantes eficazes. Para esses exames de fezes não se deve usar conservadores para não matar as larvas. Vale ressaltar que nas fezes somente são encontradas larvas rabditóides e não ovos, como em outras verminoses.

Referências Bibliográficas: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/Strongiloides.htm http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/000630.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrongiloidíase

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