Etanol e suas consequências

Na molécula de etanol encontramos a resposta para sua alta absorção pelo organismo. Trata-se de uma molécula pequena, polar (o que a torna solúvel em água), composta por dois átomos de carbono, seis de hidrogênio e um de oxigênio, de fórmula molecular C2H6O. Apresenta um grupamento hidroxila ligado a carbono saturado, o que lhe confere as propriedades comuns a todos os alcoóis.

Em relação ao consumo de etanol, molécula essa denominada apenas pelo nome da função, álcool, em vista de ser sua representante mais conhecida, pode-se constatar diariamente na imprensa sua trágicas consequências nos reflexos motores causados ao organismo. Testes realizados com motoristas revelaram que o álcool: exige maior tempo de observação para avaliar as situações de trânsito, mesmo as mais corriqueiras; torna difícil, quase impossível, sair-se bem de situações inesperadas, que dependam de reações rápidas e precisas; leva o motorista a se fixar num único ponto, diminuindo sua capacidade de desviar a atenção para outro fato relevante; limita a percepção a um menor número de fatos num determinado tempo.

Em relação aos percentuais de álcool no organismo, constata-se que, para um indivíduo de 70 quilos, quando este percentual (em volume) atinge 0,05%, o indivíduo pode manifestar doses de euforia e tranquilidade. Quando atinge 0,1%, o indivíduo pode apresentar perda total do controle motor, sendo bastante perigoso colocá-lo no comando de qualquer equipamento que exija sua atenção e controle motor. Quando este percentual atinge 0,2%, ocorre então o descontrole das emoções, e o indivíduo apresenta crises de hipersensibilidade e depressão. Quando chega a 0,3% ocorre a inconsciência, e é absolutamente necessário a busca por auxílio médico. O estado de coma alcoólico é gerado em um percentual entre 0,4 e 0,5%, e percentuais acima destes valores levam o indivíduo à morte.

A absorção de álcool pelo organismo varia de pessoa para pessoa, mas esta ocorre principalmente no intestino delgado, e em menores quantidades no estômago e no cólon. A concentração do álcool que chega ao sangue depende de fatores como: quantidade de álcool consumida em um determinado tempo, massa corporal, e metabolismo de quem bebe, quantidade de comida no estômago. Quando o álcool já está no sangue, não há comida ou bebida que interfira em seus efeitos. Num adulto, a taxa de metabolismo do álcool é de aproximadamente 8,5g de álcool por hora, mas essa taxa varia consideravelmente entre indivíduo.

Cabe então tão somente aos indivíduos a conscientização de que o exagerado consumo de álcool supera as condições clínicas necessárias para este se manter o controle sobre as situações do dia-a-dia, pondo-os em risco quando ingerem esta bebida e ingenuamente supõem estar no controle.

Referênciass: RUSSELL, John B.; Química Geral vol.2, São Paulo: Pearson Education do Brasil, Makron Books, 1994.

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