As Guerras das Bananas foram uma série de intervenções dos Estados Unidos em países da América Central e no Caribe.
No final do século XIX, intensificava-se uma nova fase do colonialismo chamada de imperialismo. Neste período, os países industrializados disputavam zonas de influência, fontes de matéria-prima e mercados consumidores entre os países menos desenvolvidos do mundo. Os Estados Unidos e alguns países europeus participaram de uma verdadeira corrida por esses territórios na África e na Ásia.
A América Latina recebeu um interesse todo especial dos Estados Unidos. Como parte de uma política de suposta proteção do continente, os estadunidenses invadiram diversos países e conquistaram praticamente todo a América como zonas de influência.
As Guerras das Bananas foram justamente as intervenções dos estadunidenses como ação integrante desse processo de expansão imperialista. O termo “Guerra das Bananas” foi cunhado para destacar o interesse comercial dos Estados Unidos na América Central e no Caribe, houve uma participação financeira mais significativa da empresa United Fruit Company, que investia na produção de vários produtos do caribe, dentre os quais estava a banana, o tabaco e cana-de-açúcar, por exemplo. O impulso inicial era a questão econômica, mas não demorou muito para se revelar também o interesse político dos Estados Unidos na região. A expansão desse interesse permitiu a manutenção de uma esfera de influência e o controle do Canal do Panamá, ponto de grande relevância para o comércio global e o poder naval.
As intervenções estadunidenses, marcadas muitas vezes por ações militares na América Latina, começaram em 1898 com a Guerra Hispano-Americana. Seqüentes ocupações ocorreram ao longo de anos e só foram se encerrar com a Política da Boa Vizinhança, em 1934.
O Panamá foi ocupado pelos Estados Unidos em diversas ocasiões. Mas o principal interesse no país era por sua posição estratégica no continente americano, oferecendo um canal de suma importância para o comércio mundial. De olho na situação, os estadunidenses mantiveram-se presentes até conseguir o controle do Canal do Panamá.
Cuba foi entregue aos Estados Unidos com a derrota dos espanhóis na Guerra Hispano-Americana. Os estadunidenses nomearam uma autoridade para exercer o governo de Cuba a partir de 1899, mas não anexaram o território por causa de restrições existentes na Emenda Teller. Em pouco tempo, a economia cubana foi adaptada a dos Estados Unidos.
A intervenção dos Estados Unidos na Nicarágua foi marcada por muitos conflitos políticos. Os estadunidenses apoiaram as forças de rebelião contra o então presidente nicaragüense José Santos Zelaya por causa do interesse existente no potencial que a região oferecia através do Canal da Nicarágua. Zelaya também regulava o acesso dos estrangeiros aos recursos naturais do país, o que desagradava muito os Estados Unidos no contexto vivido, gerando intervenções e apoio para derrubada do governante.
Em Honduras ocorreu o caso onde a banana esteve efetivamente ligada aos processos de intervenção. O país havia iniciado o fornecimento do produto para os Estados Unidos, mas a situação com Zelaya na Nicarágua causou instabilidade na região. O comércio da banana entre os dois países se tornou mais complexo e desencadeou uma série de disputas, insurreições e revoluções.
A República Dominicana foi ocupada pelos Estados Unidos em 1916. Ainda no século XIX o presidente dominicano Ulisses Heureaux desenvolvia uma política com base na estabilidade da economia conquistada através de grandes empréstimos em bancos estadunidenses e europeus. Quando essa política ruiu, o país entrou em crise e houve muita disputa por poder. O grupo que estava no poder em 1916 possuía afinidades com os Estados Unidos e simularam um golpe de Estado como pretexto para invasão dos estadunidenses, que no mesmo ano iniciaram um governo militar no país.
O México também sofreu várias intervenções dos Estados Unidos. O país passou por momentos de grande instabilidade ligada a fatores como, por exemplo, a Revolução Mexicana. O relacionamento com os estadunidenses já não era muito amistoso e a primeira intervenção ocorreu quando os Estados Unidos decidiram não apoiar o governo de Victoriano Huerta.
O Haiti foi o último país a ser liberado da intervenção dos Estados Unidos. O processo de ocupação começou em 1911 quando uma revolução jogou o país em uma situação de muita desordem e dívida. Muitas disputas políticas se desenvolveram e a ocupação só acabou com a retirada das tropas estadunidenses em 1934 por causa da Política da Boa Vizinhança desenvolvida pelo presidente Franklin Roossevelt.
Fontes: LANGLEY, Lester D. The Banana Wars.
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