Imigração alemã no Rio Grande do Sul

A imigração alemã no Rio Grande Sul foi incentivada para proteger o território na fronteira com os espanhóis. Influenciado por sua esposa D. Leopoldina que era Austríaca, D. Pedro I decidiu recrutar soldados da Alemanha para compor o exército brasileiro.

A missão para o recrutamento ficou com o Major Jorge Von Schaeffer, que formou uma equipe que ficou espalhada pela Alemanha para tentar convencer as pessoas a emigrarem para o Brasil. Os oficiais imperiais ofereciam uma série de vantagens, entre elas: a oferta do custo da passagem de ida, um lote de terra com 78 hectares para viver e plantar, salário de 160 réis por um ano, gados, cavalos, porcos e galinhas.

Os soldados que o governo imperial queria ficavam no Rio de Janeiro. Eles eram escolhidos conforme suas características físicas. Os familiares eram transportados para Porto Alegre na antiga “Real Feitoria do Linho do Cânhamo”.

Assim que os alemães chegaram ao Rio Grande do Sul se depararam com uma província com mais ou menos 100.000 pessoas espalhadas entre as quatro divisões da época: Santo Antônio da Patrulha, Rio Pardo, Rio Grande e Porto Alegre. No inicio, a maioria ficou em Porto Alegre (antiga São Leopoldo) e Santo Antônio (Três Forquilhas e Torres).

Eles foram acolhidos e encaminhados pelo presidente da província José Fernandes Pinheiro e o Visconde de São Leopoldo no dia 25 de Julho de 1824, data que hoje é comemorada como o dia da Imigração Alemã no Brasil. Essa colônia ficava na região que ia de Sapucaia do Sul até Caxias do Sul e de Taquara até Montenegro. Além de extensa, foi uma colônia que se desenvolveu muito rápido.

A fundação da colônia de três Forquilhas e de S. Pedro de Alcântara foi por volta de 1826, com o intuito de ocupar o litoral. A colônia de São Loureço foi fundada em 1858 por alemães que vinham da Pomerânia e da Renânia, ocupando o que hoje conhecemos como o Município de Pelotas e São Lourenço do Sul. A colônia de Santo Ângelo foi criada em 1855, mas os primeiros imigrantes chegaram por volta de 1857 e a maioria também era pomeranos. Atualmente está localizada no município de Agudo.

Devido à falta de escolas e a necessidade dos filhos dos imigrantes terem educação, os alemães elaboraram uma cartilha para a alfabetização. Construíram pequenas salas de aula para ensinarem as crianças e algumas vinham de regiões muito distantes para aprenderem a ler e a escrever.

Foi fundada também a imprensa em 1836 e Hermann von Salisch publicou “ o colono alemão” como uma maneira de fazer apologia à Revolução Farroupilha. Entretanto, o primeiro jornal em língua alemã foi o “Der Kolonist” que foi anunciado aproximadamente em 1852.

Os colonos também fundaram grupos de corais para cantar, fazer teatro e também praticar atos religiosos como as missas e os cultos. Como eles falavam alemão e tiveram que aprender português, foi surgindo um dialeto local muito interessante. A culinária brasileira também fui muito adaptada e influenciada pelos alemães. Eles aprimoraram as cervejas, pratos suínos, bolos e tortas.

Com a Proclamação da República no Brasil, as terras do Sul passaram a ser vistas como uma oportunidade de criar novos povoamentos e desenvolvimento para o país. Entre 1824 e 1830 estima-se que imigraram da Alemanha 5350 pessoas. Durante a Revolução Farroupilha (1830 e 1844) a imigração foi interrompida, mas após o termino da revolta entre 1844 e 1850 chegaram mais dez mil imigrantes. Entre 1860 e 1889 mais dez mil. Por fim, entre 1890 e 1914 mais dezessete mil.

Leia também:

  • Imigração alemã no Paraná
  • Imigração alemã em Santa Catarina
  • Imigração alemã no Brasil

Referências:

http://www2.brasilalemanha.com.br/1824_antes.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o_alem%C3%A3_no_Rio_Grande_do_Sul

http://www.rodrigotrespach.com/imigracao-alema-no-rio-grande-do-sul/

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