A estabilidade energética de um elemento aumenta na medida em que a camada mais externa de seu átomo vai sendo preenchida. Isto pode se dar por “ganho” ou “perda” de elétrons a outros átomos. Ocorrerá o que for energeticamente mais favorável ao átomo. Por exemplo, a um elemento em que encerra sua configuração eletrônica em ns2np5 bastará receber um elétron para que sua camada de valência esteja completa. Este elemento será classificado então como um não-metal, cujo átomo apresenta elevado número de elétrons na camada de valência. Já para um elemento de configuração terminada em ns1, a perda desse elétron periférico tornará sua camada anterior a de valência, aumentando a estabilidade de seu átomo. Este elemento será então classificado como um metal, cujo átomo apresenta baixo número de elétrons na camada de valência. Tal discussão leva em consideração a estabilidade de um gás nobre.
Talvez a mais notável ilustração da periodicidade química encontre-se na variação através de um período da tabela periódica da relação da combinação atômica entre um dado elemento e os elementos do período. Esta periodicidade estequiométrica, em particular, conduziu os químicos à descoberta da lei periódica. “A relação na combinação de átomos em compostos ilustra a periodicidade química de forma espetacular. A Tabela 1 mostra as fórmulas de alguns compostos de cloro. A relação varia de 1:1 nos cloretos do grupo IA para 1:4 nos cloretos do grupo IVA, retornado para 1:1 nos cloretos do grupo VIIA. (O gás cloro, Cl2, está incluído na tabela, mesmo não sendo um composto.) Esta periodicidade atraiu, desde o princípio, a atenção de Mendeliev e Meyer”1.
Entretanto, inúmeras exceções são observadas, e nem sempre a posição ocupada na tabela periódica serve de indicativo ao número de ligações químicas feitas pelo elemento, ocorrendo também a existência de elementos passíveis de formação de diferentes compostos, variando sua proporção nestes.
Por exemplo, o elemento químico ferro (Fe) apresenta variabilidade de número de oxidação (NOX) de +2 e +3, e esta variação leva a compostos como o cloreto ferroso (FeCl2) e cloreto férrico (FeCl3). Nota-se que os sufixos oso indica o menor NOX e o sufixo ico indica o maior. Já o elemento químico cobre varia em NOX entre +1 e +2, formando o cloreto cuproso (CuCl) e o cloreto cúprico (CuCl2). Nota-se que esses dois elementos químicos (Fe e Cu) foram discutidos devido à sua normalidade referente à formação de compostos de elevada diversidade e ocorrência.
Referências: 1. RUSSELL, John B.; Química Geral vol.1, São Paulo: Pearson Education do Brasil, Makron Books, 1994. SARDELLA, Antônio; MATEUS, Edegar; Curso de Química: química geral, Ed. Ática, São Paulo/SP – 1995. MAHAN, Bruce M.; MYERS, Rollie J.; Química: um curso universitário, Ed. Edgard Blucher LTDA, São Paulo/SP – 2002.
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