Quando ouvimos falar de migrações, geralmente pensamos nos grandes contingentes de refugiados fugindo da seca, das guerras, da fome em direção a outros locais. Lembramos também das famílias se mudando para uma terra desconhecida em busca de melhores oportunidades de vida. Porém, esquecemos que realizamos breves migrações diariamente, em especial nos grandes centros urbanos.
A migração pendular ocorre nos deslocamentos diários entre a residência e o trabalho das pessoas, com as pessoas se deslocando da sua cidade de origem e retornando no mesmo dia a ela. É o que ocorre nas chamadas cidades-dormitórios onde as pessoas residem, chegando a elas no final do dia apenas para dormir após a jornada de trabalho em outra cidade, já tendo que acordar no dia seguinte para trabalhar novamente na outra cidade. As migrações pendulares de trabalhadores são as mais comuns, porém elas podem ser também de estudantes que diariamente se deslocam para estudar em outra cidade.
A migração pendular recebe este nome por conta dos movimentos de vai e vem de um pêndulo. Apesar de este tipo de migração não necessitar da mudança de uma família por longos períodos, ela influencia completamente em toda a vida das cidades envolvidas nesse processo. Questões econômicas e de mobilidade urbana começam a surgir e precisam ser sanados para atender essa massa de pessoas em constante movimento entre as cidades. É importante frisar que as migrações pendulares diferem significativamente dos demais tipos de migrações, portanto precisam ser analisadas de forma diferenciada dos fluxos migratórios tradicionais.
Apesar de suas diferenças, alguns problemas que ocorrem nas migrações tradicionais também ocorrem em menor ou maior grau nas migrações pendulares. Sim, é possível identificar por vezes algum grau de preconceito (xenofobia) contra pessoas oriundas das cidades periféricas e que migram para as cidades centrais.
As regiões metropolitanas são demasiadamente propícias para o fenômeno das migrações pendulares, com a metrópole sendo aquela cidade que concentra boa parte das atividades econômicas e de lazer, enquanto que as demais cidades da região metropolitana acabam por vezes servindo de cidades-dormitórios para os trabalhadores que não possuem recursos para residir mais próximos de seus trabalhos. Evidentemente, existe sempre a possibilidade de migrações pendulares invertendo as localidades de casa e trabalho, como uma pessoa residindo na metrópole e indo trabalhar nas cidades com ela conurbadas, entretanto a tendência geral será que que a metrópole concentre os empregos e as cidades ao redor sejam usadas apenas para residência.
É importante frisar que existem migrações pendulares fora das regiões metropolitanas, porém é nas regiões metropolitanas que elas são mais frequentes. Também, algumas migrações pendulares possuem mais de duas cidades envolvidas, por exemplo, uma pessoa pode residir em uma cidade e trabalhar em outras duas ou então a pessoa pode residir em uma cidade, trabalhar em outra e estudar em uma terceira.
Referências:
http://periodicos.pucminas.br/index.php/geografia/article/view/4745
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392005000400008
http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/livros/160905_livro_cidade_movimento_cap10.pdf
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