Mimetismo

O mimetismo é uma característica adaptativa de animais ou plantas de imitar outro organismo para obter vantagens.

Entre os maiores objetivos do mimetismo está a proteção contra predadores. Há, também, outras funções, como obter vantagem no acasalamento, alimentação ou confundir a presa.

O organismo imitador usa estratégias como seguir padrão das cores, odor, emissão de som e características físicas do organismo modelo.

Os insetos são os exemplos de organismos que mais se utilizam do mimetismo. Para as adaptações, se valem de características químicas, físicas e comportamentais.

A seleção natural é o processo responsável por tornar as espécies miméticas.

Tipos e exemplos

Mimetismo Defensivo

Existem duas formas de mimetismo defensivo: o batesiano e o mulleriano.

Mimetismo Batesiano

A cobra-coral verdadeira a esquerda e a falsa a direita. A coral falsa engana os seus inimigos ao se parecer com a espécie venenosa

O mimetismo batesiano é considerado o tipo mais comum na natureza. Os primeiros estudos sobre o fenômeno foram publicados pelo naturalista inglês Henry Walter Bates (1825-1892), em 1863.

Bates observou o comportamento de insetos na Amazônia e percebeu as adaptações físicas de borboletas para garantir proteção contra predadores.

Nesse tipo de mimetismo, o imitador tenta enganar o predador usando cores e características que causam repulsa.

As cores e a forma são sinais de alerta para que o predador se afaste porque o organismo não é palatável ou é indesejável. Essa estratégia chama-se coloração de advertência ou aposematismo.

O predador se mantém longe porque o organismo utiliza cores fortes e formas específicas condizentes com seu potencial de toxidade.

As mesmas cores e formas são copiadas pelo agente imitador. Assim, o predador se afasta por acreditar que, tal como o modelo, o imitador contém substâncias venenosas, ferrões, espinhos ou pelos que causam coceiras.

Mimetismo Mulleriano

As borboletas impalatáveis compartilham o mesmo padrão de coloração

O uso de substâncias repugnantes ao predador também foi descrito pelo cientista Johann Friedrich Theodor Müller (1822-1897). É o chamado mimetismo mulleriano, comum em espécies abundantes, como insetos.

O mimetismo mulleriano ocorre quando duas ou mais espécies impalatáveis adotam um único padrão de coloração de advertência. Dessa forma, conseguem evitam um número maior de inimigos naturais.

Mimetismo Agressivo

O mimetismo agressivo é usado para facilitar o ataque do predador, que se disfarça de presa ou reproduz situações inofensivas.

Entre os exemplos estão as aranhas Myrmarachne, que mudam suas características físicas para ficaram semelhantes às formigas, suas presas.

Essa aranha imita uma formiga. O caso trata-se de um mimetismo agressivo e batesiano.

Mimetismo Reprodutivo

O mimetismo reprodutivo também é chamado de mimetismo comportamental. Ele é usado para vencer a competição no momento da reprodução.

Entre os exemplos está o da vespa macho, que passa a imitar o comportamento da fêmea para enganar e afastar outros machos.

Porém, o mimetismo reprodutivo não é uma característica exclusiva dos animais, as plantas também podem obter vantagens ao mimetizar. Um exemplo é o da orquídea Ophrys apifera, que imita a fêmea da abelha.

A orquídea Ophrys apifera possui flores semelhantes com as abelhas fêmeas

Essa planta também libera um odor semelhante ao da abelha e atrai o macho. Assim, o zangão copula com a flor por acreditar ser a abelha.

Na ação, fica com o corpo recoberto de pólen, que será espalhado para outras plantas, auxiliando na reprodução da orquídea.

Conheça mais sobre os Insetos.

Mimetismo e Camuflagem

É muito comum a confusão entre mimetismo e camuflagem. Entenda a diferença entre os dois processos.

Como vimos, no mimetismo os seres assemelham-se uns com os outros para obter alguma vantagem.

No caso da camuflagem, as estratégias servem para dificultar a aproximação do predador ou facilitar a chegada até a presa. Na camuflagem os indivíduos apresentam semelhanças com o ambiente em que se encontram.

Além disso, na camuflagem não se utiliza de meios químicos.

Confira alguns exemplos de camuflagem:

A coruja possui coloração semelhante ao tronco da árvore

O urutau é uma ave que fica horas paralisada em troncos de árvores. Assim, passa despercebida por seus predadores.

O bicho-pau imita galho de árvore

Leia também:

  • Predatismo
  • Relações Ecológicas
  • Sociedades no Reino Animal
  • Seleção Natural
Lana MagalhãesLicenciada em Ciências Biológicas (2010) e Mestre em Biotecnologia e Recursos Naturais pela Universidade do Estado do Amazonas/UEA (2015). Doutoranda em Biodiversidade e Biotecnologia pela UEA.
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