Morte e Vida Severina

O livro Morte e Vida severina, do escritor brasileiro João Cabral de Melo Neto, se enquadra entre as obras da literatura regionalista brasileira, tendo sido escrito entre os anos de 1954 e 1955, mesmo ano em que foi publicado. Faz parte da terceira fase do Modernismo, e conta a história de um retirante nordestino, de nome Severino, que deixa o sertão por causa da seca e migra para o litoral em busca de uma vida melhor.

O título da obra faz referência ao sofrimento que Severino passa durante a viagem, relatada através de um poema dramático que fez de João Cabral de Melo Neto um dos poetas mais prestigiados da Literatura Brasileira.

Em sua viagem Severino se depara com situações de morte, de desespero, de miséria e fome, causadas principalmente pela seca. O livro faz também uma crítica ao descaso dos governantes quanto a esta situação, vivida por tantos outros nordestinos.

Encontra situações como a dos dois homens que carregam um defunto até sua última morada, pois este havia sido assassinado por expandir um pouco suas terras, e assim vai tendo seus encontros com a vida e com a morte. Em outro momento houve uma cantoria, e ao aproximar-se percebe que se tratava da encomendação de um corpo. Pensa algumas vezes em interromper a viagem e voltar, pensa que poderá não conseguir chegar ao destino pretendido, ou pensa ainda em interromper a viagem e procurar algum tipo de trabalho pelo meio do caminho. Ao pensar nesta possibilidade de trabalho, descobre que os únicos que poderiam lhe dar algum dinheiro seriam aqueles de pessoas que ajudam na morte, como médico, farmacêutico, coveiro, rezadeira, etc. Vê-se como um inútil, já que nada daquilo sabia fazer, e para o que sabia fazer não encontrava nenhum trabalho.

A morte é tratada como algo vulgar, e as profissões que lidavam com a morte como um negócio lucrativo.

Cemitérios, coveiros, assassinatos, tudo leva severino ao desespero e à expectativa de seu próprio fim, já que ele mesmo não conseguia encontrar trabalho. Chega a conclusão de que a realidade que encontra não é diferente da que já conhecia no Sertão. Por fim, revela a intenção de suicidar-se, pois já não vê diferença entre a morte e a vida. O nascimento de uma criança, contudo, é o fato responsável pelo renascer da esperança de Severino.

O autor utiliza uma linguagem poética, porém concisa, engajada, buscando mais o concreto e o visual do que os sentimentos. O livro é considerado uma reconstrução dos autos medievais, porém retratando a realidade atual das populações nordestinas.

Fontes: http://vestibular.uol.com.br/resumos-de-livros/morte-e-vida-severina.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Morte_e_Vida_Severina http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_2790.html http://www.vestibular1.com.br/resumos_livros/morte_e_vida_severina.htm

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