A Muralha Aureliana foi erguida em Roma durante o reinado dos imperadores Aureliano e Probo.
Durante o século III, Roma passou por um processo de expansão de seu território que foi muito além do território ocupado no decorrer do período republicano, quando foi construída a Muralha Serviana. Entretanto, Roma permaneceu muito tempo sem edificações no território conquistado, deixando evidente a necessidade de se construir melhores defesas. A situação se tornou latente quando tribos bárbaras cruzaram as fronteiras da Germânia e o exército romano teve que ser mobilizado para o combate. Outras invasões também ocorreram e Roma passou por muitas dificuldades nesse período para manter o território e rechaçar os inimigos.
Todas as invasões e as constantes ameaças sofridas formam o que é chamado de crise do século III em Roma. Para resolver a questão da vulnerabilidade romana, o imperador Aureliano ordenou, como medida de emergência, a construção de uma muralha, cujo projeto foi o maior realizado por Roma depois de muitas décadas. A Muralha Aureliana levou cinco anos para ser construída, entre 271 e 275, e contou com a incorporação de edifícios já existentes para acelerar o processo e conter gastos. Uma grande área atrás da muralha foi preparada para dar passagem às sentinelas e para permitir que as defesas fossem reforçadas em qualquer necessidade. Mas o próprio imperador Aureliano nem chegou a ver a muralha, pois faleceu antes do fim da construção.
Muito se questiona sobre a real efetividade da Muralha Aureliana, já que a área coberta era muito pequena em relação a todo o território. Ela servia mais para desencorajar a tática dos bárbaros em suas tentativas de sitiar cidades. É bem mais aceitável que o grande benefício da muralha resultou no fortalecimento político de Aureliano que, através de sua demonstração pública de poder, demonstrou a confiança na lealdade do povo romano.
A Muralha Aureliana englobava todas as Sete Colinas de Roma, o Campo de Marte e o distrito do Trastevere. Eram 19 Km de extensão cercando uma área de 13,7 Km², seus muros eram construídos de concreto com tijolo com dimensões de 3,5 metros de espessura por 8 metros de altura. Somente durante o período de Honório, em 401, que a muralha e os portões receberam fortificações. As reformas incorporaram a Tumba de Adriano e dobraram a altura da muralha, sendo que a construção passou a contar com 383 torres, 7020 almenaras, 18 portões principais, 5 poternas, 116 latrinas e 2066 janelas externas.
Em 545, o rei dos ostrogodos, Totila, preparou uma ofensiva com a intenção de destruir a muralha como estratégia para impedir o Império Bizantino de defender Roma nas Guerras Góticas. O ataque resultou na queda de um terço da muralha. Mas a Muralha Aureliana permaneceu com sua grande importância até o século XIX definindo ainda os limites da cidade de Roma e também oferecendo formas de defesa. Só foi derrubada em 1870 quando os bersaglieri do Reino da Itália conquistaram Roma. Todavia, ainda há uma boa parte da Muralha Aureliana de pé em bom estado de conservação. É um dos mais significativos pontos turísticos da Itália e conta com o Museu da Muralha que oferece informações sobre a construção e a utilização da muralha na defesa de Roma.
Fonte: SOUTHERN, Pat. The Roman Empire from Severus to Constantine, Routledge, 2001. http://pt.wikipedia.org/wiki/Muralha_Aureliana Foto: http://www.rome-in-italy.com/aurelian-walls.html
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