O mutualismo é uma relação ecológica harmônica e interespecífica que pode ocorrer de forma obrigatória ou facultativa.
O termo mutualismo deriva do latim “mutare”, que significa “mudar, trocar de lugar, alterar”.
Ele possui o caráter alimentar, de proteção ou transporte, na qual ambas as espécies envolvidas se favorecem.
É comum cada espécie desempenhar uma função específica.
O mutualismo é classificado como obrigatório ou facultativo.
O mutualismo obrigatório ou simbiose envolve uma dependência obrigatória entre as espécies, de tal modo que uma não viveria sem a outra.
Um exemplo de mutualismo obrigatório são os liquens, uma associação entre algas e fungos.
Enquanto as algas realizam a fotossíntese, os fungos garantem a umidade e a proteção necessária.
Os liquens são formados por algas e fungosOutro exemplo são as micorrizas, uma associação entre fungos e raízes de plantas. Os fungos aumentam a capacidade de absorsão de substâncias pelas raízes, em troca elas oferecem alimentos ao fungo.
O mutualismo facultativo ou protocooperação consiste em duas espécies que são beneficiadas pela interação harmônica.
Entretanto, elas continuam a viver independentemente uma da outra, podendo se separar a qualquer momento, pois não existe nenhum tipo de dependência.
Um exemplo de mutualismo facultativo é o que ocorre entre as anêmonas-do-mar e o caranguejo-ermitão.
A relação entre a anêmoma-do-mar e o caranguejo-ermitão não é obrigatóriaAs anêmonas oferecem proteção ao corpo mole do caranguejo-ermitão. Em troca, ele transporta a anêmona sob a sua concha para outros locais.
O mutualismo pode, ainda, ser dividido em três categorias gerais: trófico, defensivo e dispersivo.
No mutualismo trófico cada uma das espécies envolvidas irá fornecer os nutrientes necessários a outra.
Normalmente, cada indivíduo dessa relação é muito especializado e não consegue sintetizar os nutrientes que necessita.
Por exemplo, as bactérias do gênero Rhizobium são capazes de extrair o nitrogênio do solo e nutrir as raízes de certas plantas. Em troca, as raízes fornecem carboidratos as bactérias.
No mutualismo defensivo uma das espécies recebe alimento e em troca oferece proteção contra predadores ou parasitas da outra espécie associada.
Um dos exemplos ocorre com as formigas que defendem rebanhos de pulgões de seus predadores em troca do néctar por eles produzidos.
As formigas também fazem o mesmo com algumas plantas, protegendo-as de herbívoros, em troca de alimento.
No mutualismo dispersivo os insetos, mamíferos e aves irão se relacionar com plantas, de modo a obter alimentos, como néctar e frutos. Em troca, eles realizam a dispersão do pólen e das sementes, espalhando-as por longas distâncias.
No caso dos polinizadores, eles buscam o néctar das flores como fonte de água e carboidratos.
Porém, esse exemplo pode envolver relações muito específicas, como as de plantas que só podem ser alcançadas por aves de bicos longos, como dos beija-flores.
Saiba mais sobre as Relações Ecológicas.
Lana MagalhãesLicenciada em Ciências Biológicas (2010) e Mestre em Biotecnologia e Recursos Naturais pela Universidade do Estado do Amazonas/UEA (2015). Doutoranda em Biodiversidade e Biotecnologia pela UEA.Show life that you have a thousand reasons to smile
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