O neoconcretismo foi um movimento artístico-literário, surgido como uma forma de reagir aos excessos trazidos pelo concretismo. Enquanto o concretismo era extremamente racional, o neoconcretismo trouxe a subjetividade de volta para o processo de criação artística. Foi ele o responsável pela primeiras mudanças nas artes visuais no Brasil, através da proposta de uso de novos meios para a produção, bem como da transformação na forma de receber estas obras de arte. Trouxe também um novo modo de escrever, que pode ser conferido através da Obra de Ferreira Gullar e de Reynaldo Jardim.
No final da década de 50 os artistas que faziam parte do concretismo fizeram uma revisão crítica sobre seu pensamento anterior e chegaram à conclusão que estavam fazendo arte segundo “receitas”, obedecendo a certos “dogmas”, fazendo com que seu potencial crítico e artístico fosse quase nenhum.
Em busca de remendar algumas coisas, em 23 de março de 1959, foi lançado o Manifesto Neoconcretista, no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, assinado por Ferreira Gullar, Ligia Clark, Ligia Pape, Amílcar de Castro, Franz Weissmann, Reynaldo Jardim, Theon Spanudis. Tal manifesto foi a abertura da I Exposição de Arte Neoconcreta, que contava com a participação dos mesmos artitas listados acima.
Nos anos seguintes ocorreram outras duas exposições de arte neoconcreta, uma em 1960 e outra em 1961, tendo a primeira ocorrido no Ministério da Educação do Rio de Janeiro e a segunda no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Duas outras exposições nacionais de arte neoconcreta ocorreram nos anos seguintes: uma em 1960, no Ministério da Educação do Rio de Janeiro, e outra em 1961, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Os neoconcretistas afirmavam que a arte não é apenas um objeto, mas tem sensibilidade, expressividade, subjetividade. Combatiam o concretismo dizendo que não se tratava apenas de formas geométricas, e debatiam os conceitos cientificistas e positivistas na arte. Consideravam as diversas possibilidades criativas do artista e envolviam no processo também o observador ou receptor.
Foi, contudo, fortemente criticado pelos concretistas ortodoxos, principalmente de São Paulo, já que o movimento teve maior influência no Rio de Janeiro. Os concretistas alegavam que a forma teria um “autonomia”, e que portanto não daria liberdade para implicar em simbologias, expressões ou sentimentos.
O movimento neoconcreto apoiava-se na filosofia de Merleau-Ponty, que sugeria a recuperação daquilo que é humano, sensível, e uma das formas de expressar isso era através da cor e de seus múltiplos significados emocionais, dando margem à interpretação mais subjetiva da arte.
Alguns estudos afirmam que o movimento neoconcreto teria sido um divisor de águar na história das artes no Brasil, pois serviria como uma ruptura da arte moderna no país.
Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Neoconcretismo http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3810 http://arteseescritas.blogspot.com.br/2011/01/neoconcretismo-no-brasil.html http://www.eca.usp.br/nucleos/cms/index.php?option=com_content&view=article&id=100:concretismo-e-neoconcretismo-&catid=17:artigos-de-mario-shenberg&Itemid=15 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-33002011000200008&script=sci_arttext
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