O Neoparnasianismo foi uma corrente literária do século XX, que corresponde, segundo a crítica, à terceira fase do Modernismo.
A denominação “Neoparnasianismo” é de fundo pejorativo, partindo do pressuposto de que os autores desta fase opunham-se às características radicais e enérgicas da Primeira Fase Modernista, tendo um comportamento mais formal diante das produções literárias.
A Terceira Fase Modernista data-se estimadamente de 1945 a 1960. Neste período não só o Brasil como o mundo enfrentaram diversas mudanças no cenário sócio-econômico e político, e, obviamente, a literatura e as artes sofreram reflexos de tais acontecimentos.
Algumas novas características literárias surgem no Brasil, com destaque para alguns autores, como Clarice Lispector. A autora deu vazão a uma nova forma de abordar os aspetos psicológicos na literatura, com constantes questionamentos do “eu”, do papel de si mesma no mundo, dos motivos para os acontecimentos da vida. Clarice era húngara de nascimento, mas viveu desde bebê no Brasil, considerando-se brasileira. Lispector ascendeu ao posto de autora mais intimista do mundo, devido à sua delicada e persuasiva habilidade de tratar do psicológico humano, dentro de um período tão complexo da história da humanidade.
Outro autor que ascendeu neste período foi Guimarães Rosa, fortalecendo a cultura regionalista, dos jagunços do Brasil Central, a fala sertaneja, expressões e sotaques.
Um aspecto comum aos dois autores citados é a pesquisa da linguagem, são autores instrumentalistas. No entanto, suas oras distanciam-se muito nas características literárias, pois a preocupação que Guimarães Rosa tem com o enredo, com a linearidade da história não é encontrada nas obras Lispectorianas. Clarice Lispector fazia análise de situações cotidianas, analisando assim a estrutura comportamental dos personagens diante de diferentes situações, e fazendo assim uma viagem pelo íntimo do mesmo. Não há uma trama pré-definida nem mesmo linear nas obras de Clarice Lispector.
Assim como na prosa, na poesia também houve mudanças com relação ao Modernismo rompedor de 1922. A poesia de 1945 é séria, reflete o momento tenso de mudanças bruscas e bastante significativas pelas quais passava a humanidade. As sátiras, a liberdade de versos e as ironias são deixadas de lado, para uma poesia mais equilibrada, que remonta às características simbolistas e parnasianas.
Apesar de todas as complicadas mudanças pelas quais passavam o Brasil e o mundo, como fim da Segunda Guerra Mundial, Bombas Atômicas de Hiroshima e Nagasaki, criação da ONU, Declaração dos Direitos Humanos, Guerra Fria, Fim da Era Vargas e redemocratização do Brasil, o período tem seu fim antes do Golpe Militar de 1964. No entanto as perseguições políticas e os exílios começam com o período literário ainda em vigência
Os principais autores da prosa e da poesia neoparnasianas foram: Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Ledo Ivo, Péricles Eugênio da Silva Ramos, Geir de Campos, Darcy Damasceno, Raúl Leal, Mário Saa e Gomes Leal. João Cabral de Melo Neto surge no fim dos anos 1940, no entanto não se enquadra na corrente neoparnasiana.
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Fontes: http://www.infopedia.pt/$neoparnasianismo http://www.graudez.com.br/literatura/modernismo.html#d4e2189
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