O protagonista deseja descobrir por que certo moço está sempre tocando o seu tristonho saxofone, e na sequência, seguindo a trajetória do protagonista, o leitor acaba por descobrir que tal “moço do saxofone” é casado, mas passa por dificuldades no casamento e dorme em um quarto separado de sua mulher. Descobre também que ele sofre por ser traído pela esposa. Muitas coisas no conto são incertas ou obscuras, mas alguns detalhes ficam bem nítidos, como a história do amigo do protagonista, chamado James, que odeia anões e não suporta o hábito dos outros palitarem os dentes.
O conto de Lygia Fagundes Telles é cheio de elementos aparentemente sem correlação com o contexto, como o fato de o protagonista odiar anões ou a afirmação do moço do saxofone em dizer que não pode fumar. Talvez em uma interpretação mais pessoal, o leitor consiga encontrar uma relação destes fatos com o restante da história e a compreenda de forma mais completa, ou talvez a autora tenha inserido tais elementos somente para dar um ar de mistério ao conto. Fica a cargo de cada um compreender tais fatos da maneira que melhor lhe apraz.
Foi escrito na década de 60 e publicado oficialmente no Rio de Janeiro em 1970 como parte da obra Antes do Baile Verde. Antes da sua publicação oficial, já havia sido publicado no Suplemento Literário, que circulou entre os anos de 1956 a 1974. Pelo que consta, a autora teria escrito este conto numa noite que passara num hotel em Águas de São Pedro, local onde costumava se hospedar com seu marido Paulo Emílio.
Marcado por uma linguagem simples e pelo estilo introspectivo, reflexivo. A voz que conta a história é a do chofer, que é, portanto, o narrador. Ocorre um jogo de vozes, que envolve também os outros personagens. A este fenômeno dá-se o nome de plurivoricidade, abordada por Baktin em 1929.
Enredo simples, passa-se em uma pensão e conta a história de um caminhoneiro, o “moço do saxofone”, contada do ponto de vista de um terceiro personagem, um motorista, que se incomoda com algumas coisas que presencia na pensão, e estas suas impressões vão se mesclando com a história que conta. Além disso, nota-se mudanças em seu temperamento e em suas reações durante o conto.
Em seguida, na sequência do conto, percebe-se que o moço do saxofone na verdade, só toca seu triste instrumento quando sua mulher está com um amante, e isso quase frequentemente acontecia. O protagonista resolve então descobrir um pouco mais sobre a história, e marca um encontro com a mulher do sujeito. Erra, porém, a porta do quarto, e acaba encontrando o marido... ao perguntar por que ele não fazia nada, ele recebe como resposta: “eu toco saxofone”. Aparentemente indignado com a passividade do marido, o protagonista abre a porta e vai embora.
Como já é típico da autora, o conto termina com uma incógnita que fica a cargo do leitor interpretar, decidir, imaginar.
Fontes: http://diarioconspiratorio.blogspot.com.br/2008/11/interpretao-o-moo-do-saxofone-3.html http://pescandoletras.blogspot.com.br/2012/03/analise-do-conto-o-moco-do-saxofone.html http://www.releituras.com/lftelles_menu.asp
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